Num dia morno, o Ibovespa caiu e perdeu os 111 mil pontos; dólar recua a R$ 4,12
O Ibovespa cedeu a um leve movimento de correção e fechou em baixa, interrompendo a sequência de cinco altas consecutivas. Já o dólar à vista teve uma nova sessão de alívio, chegando à mínima em um mês.
O Ibovespa bem que tentou cravar uma sexta alta consecutiva: começou a sessão desta segunda-feira (9) no campo positivo, dando toda a pinta de que conseguiria prolongar o rali iniciado na semana passada — o índice chegou a cravar uma nova máxima intradiária, aos 111.453,05 pontos (+0,29%).
Só que, conforme o dia foi passando, o Ibovespa foi dando algum sinal de cansaço — e o exterior negativo só sugava as últimas forças do índice brasileiro. Pouco a pouco, foi se afastando das máximas, até virar para queda, terreno de onde não saiu mais até o fechamento.
Ao fim do dia, o Ibovespa marcava 110.977,23 pontos, em leve baixa de 0,13%. Com isso, não conseguiu repetir o feito do início de outubro, quando marcou seis pregões consecutivos em alta. Mas, considerando que o índice atingiu novos recordes nos últimos dias, é seguro dizer que os agentes financeiros não estão decepcionados com o tom negativo de hoje
Afinal, a baixa não se deve a uma piora dramática no cenário para a bolsa brasileira. Em linhas gerais, o panorama segue o mesmo: otimismo em relação à economia doméstica e perspectivas favoráveis quanto ao desfecho para a guerra comercial no exterior.
Tanto é que, no mercado de câmbio, a sessão desta segunda-feira foi bastante tranquila: o dólar à vista caiu 0,42%, a R$ 4,1293 — é a menor cotação de encerramento para a divisa americana desde 7 de novembro (R$ 4,0930).
Lá fora, o dia foi de enfraquecimento global do dólar, com as outras moedas de países emergentes — como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano — fazendo companhia ao real e também se valorizando.
A queda nas bolsas se deve mais a um movimento de correção, desencadeado pela ausência de fatores positivos, do que a uma maior aversão ao risco por parte dos investidores. Tanto aqui quanto lá fora, o dia foi de ajustes de posição após os ganhos recentes — nada muito dramático.
De olho na agenda
Os mercados financeiros globais seguem de olho nas negociações entre Estados Unidos e China, mas a semana contará com outros fatores importantes. Em destaque, aparecem as decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, na quarta-feira (11) — até lá, os investidores tendem a assumir uma postura mais prudente.
No front da guerra comercial, as conversas entre americanos e chineses não tiveram desdobramentos concretos ao longo de fim de semana. A única manifestação mais palpável veio do governo de Pequim, que disse esperar que as negociações levem a um resultado "satisfatório" — uma declaração que não serviu para trazer muita luz aos mercados.
As conversas entre as potências são particularmente importantes para os agentes financeiros porque, no próximo dia 15, os Estados Unidos começarão a impor uma nova rodada de taxações sobre as importações chinesas. Assim, há a expectativa quanto ao fechamento de um acordo entre as partes, de modo a suspender ou, ao menos, cancelar essas tarifas.
Mas, por mais que os diálogos não tenham avançado nos últimos dias, o mercado segue apostando num desfecho amigável para o impasse. Nesse sentido, mesmo os dados pouco animadores da balança comercial chinesa foram capazes de trazer pessimismo às operações — no limite, os agentes financeiros apostam que os números aumentam a necessidade da China chegar a um acordo.
Agitação corporativa
Sem grandes fatores macro no radar, os mercados reagiram ao noticiário corporativo. As ações ON do Smiles (SMLS3) dispararam 19,72% e os papéis PN da Gol (GOLL4) tiveram ganho de 1,75% — mais cedo, a companhia aérea formalizou uma nova proposta para a incorporação de sua controlada, através de uma troca de ações. Você pode ler uma análise completa a respeito dessa operação nessa matéria especial.
Outro papel que se destacou no pregão de hoje foi Itaú Unibanco PN (ITUB4), em alta de 2,68%. Os papéis se beneficiam com a perspectiva de sucesso do IPO da XP Investimentos nos Estados Unidos — atualmente, o Itaú é dono de 49,9% da empresa.
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa:
- Smiles ON (SMLS3): +19,72%
- CCR ON (CCRO3): +2,41%
- BTG Pactual units (BPAC11): +2,37%
- Via Varejo ON (VVAR3): +2,30%
- Sabesp ON (SBSP3): +2,14%
Veja também os cinco ativos com as maiores quedas do índice:
- Yduqs ON (YDUQ3): -3,83%
- NotreDame Intermédica ON (GNDI3): -3,50%
- JBS ON (JBSS3): -3,35%
- Usiminas PNA (USIM5): -3,33%
- B3 ON (B3SA3): - 2,95%
Juros estáveis
As curvas de juros destoaram do alívio no dólar à vista e apresentaram comportamentos relativamente estáveis, tanto na ponta curta quanto na longa.
Os mercados continuam apostando num corte de 0,5 ponto na Selic, na próxima quarta-feira — assim, os DIs tendem a ficar "em modo de espera" nos próximos dias. Veja como ficaram as principais curvas de juros nesta segunda-feira:
- Janeiro/2021: de 4,59% para 4,62%;
- Janeiro/2023: estável em 5,72%;
- Janeiro/2025: de 6,35% para 6,34%;
- Janeiro 2027: estável em 6,70%.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
-
A bolsa está valendo menos? Por que esse bancão cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) — e você deveria estar de olho nisso
-
Goldman eleva recomendação para 3R Petroleum (RRRP3) e fusão com Enauta (ENAT3) é só um dos motivos