Os mercados emergentes receberam US$ 25,1 bilhões em investimento de portfólio no mês de março, segundo as estimativas preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF). O resultado é tido como “modesto” depois de ingressos de US$ 52,6 bilhões em janeiro e US$ 31,2 bilhões em fevereiro.
Segundo a IIF, os mercados de ações emergentes levantaram US$ 8,1 bilhões, com a China ficando com US$ 1,6 bilhão. Os mercados de dívida captaram US$ 17,6 bilhões, sendo que os emergentes da Ásia ficaram com US$ 10 bilhões e América Latina com US$ 3,9 bilhões.
Para a IIF esse fluxo relativamente fraco reflete um “overhang” ou um “excesso de posicionamento” nos mercados emergentes.
Aqui a IIF considera o fluxo e a variação das posições (valuation) nos emergentes, como valorização/desvalorização do mercado e movimentos cambiais.
Depois de uma década de políticas monetárias estimulativas e grandes fluxos para esses mercados, a IIF acredita que há essa “ressaca” de posicionamento. Os maiores “overhangs” estariam em África do Sul, Chile e México. O Brasil, no entanto, não apresenta esse problema, pois segue como o emergente com menor exposição.

O IIF também tem uma medida ampliada de fluxo estrangeiro, considerando captações bancárias e investimento direto. Os dados referentes ao mês de fevereiro mostram ingresso líquido de US$ 2,4 bilhões.
A China teve fluxo positivo de US$ 14,7 bilhões, depois de oito meses com saídas líquidas nessa métrica ampliada. Tirando a China da amostra, os emergentes tiveram saques de US$ 12,2 bilhões em fevereiro. Rússia e Arábia Saudita seguem liderando a perda de recursos, com US$ 7,1 bilhões e US$ 11,8 bilhões respectivamente.
Os técnicos da IIF ponderam que revisões nas bases de dados podem mudar a avaliação inicial sobre ingressos de US$ 20,9 bilhões em janeiro. De fato, pode ter ocorrido uma pequena saída líquida de recursos dos emergentes.