Bastou o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, dar um "spoiler" sobre as idades mínimas da reforma da Previdência que o Ibovespa disparou. E voltou aos 98 mil pontos. Depois de muita volatilidade no inicio do pregão, disparou e fechou em alta de 2,27%, aos 98.015 pontos. Apenas cinco papéis fecharam em baixa. Dentre eles a Suzano, com perdas de 1,79%. As outras baixas foram Marfrig (queda de 0,53%), Gol (0,52%), Hypera Pharma (0,13%) e Equatorial (0,11%).
Na contramão da alta do Ibovespa, o dólar fechou o dia em queda de 0,89%, negociado a R$ 3,71.
Depois de uma manhã turbulenta por conta da crise política envolvendo o filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), a informação de que o presidente Jair Bolsonaro "bateu o martelo" sobre a idade mínima para a reforma das aposentadorias: 62 anos para mulheres e 65 para homens, depois de um período de 12 anos de transição animou os investidores. Esse, segundo Marinho, foi o meio termo encontrado entre a equipe econômica e o governo depois de duas horas de discussão.
As "top 3"
As três maiores altas do dia ficaram por conta de Magazine Luiza, com avanço de 5,82%, Sabesp, com 5,32 e Banco do Brasil.
BB sobe
As ações do Banco do Brasil se destacaram entre as maiores altas, com avanço de 5,11%, após divulgar resultado trimestral caracterizado como "sólido" por analistas. O BB, que encerra hoje a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto no País, teve lucro líquido ajustado de R$ 3,845 bilhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 20,6% maior que 12 meses antes, de R$ 3,188 bilhões.
Os outros bancos...
Também subiram! Penaram pela manhã, mas mudaram de sinal com as informações sobre a reforma. Bradesco subiu 3,81% (a PN) e 3,40% a ON, além de Itaú Unibanco PN com alta de 2,66%. Santander subiu 2,68%.
Além mar
Acionista minoritária da EDP em Portugal, o Fundo Elliot disse a venda da fatia de 51% na EDP Brasil poderia render 2,3 bilhões de euros para a EDP portuguesa. O desinvestimento, juntamente com outros, foi sugerido pela gestora de fundos como parte de uma estratégia de crescimento futuro do grupo, em alternativa em relação à oferta de aquisição feita pela China Three Gorges (CTG).
O valor estimado pela Elliot para a EDP Brasil implica um valor por ação de R$ 31, o que corresponde a um potencial de alta superior a 70% em relação ao preço atual, de cerca de R$ 18. Para chegar a esse preço, a gestora utiliza em seus cálculos um múltiplo de Valor da Empresa em relação ao Ebitda de 11 vezes, baseado no que seria uma média de transações precedentes realizadas entre 2014 e 2018, como a privatização da Cesp, a venda da Duke Energy, da Eletropaulo e da CPFL Energia.
Na Bolsa, EDP Energias do Brasil ON subiu 3,38%.
Vale e Petrobras
Recuperação das commodities no exterior impulsionou as ações de Vale e de Petrobras. Mas as duas perderam força com a virada das bolsas de Nova York para baixo pela manhã. O papel da mineradora, que chegou a 0,22%, virou depois do “spoiler” da Previdência e fechou em alta de 0,37%. As preferenciais da Petrobras subiram 3,41%. No caso da Vale, o preço do minério de ferro terminou em alta de 1,26%, a US$ 88,32 no porto de Qingdao, na China, de acordo com um operador.
Notas divergentes
As ações ON da Kroton se destacaram entre as maiores altas, com avanço de 2,93%, após o Itaú BBA alterar as recomendações dos papéis. De acordo com um operador, o Itaú BBA elevou de marketperform (desempenho em linha com o mercado) para outperform (acima da média do mercado) a recomendação da ação de Kroton, com elevação do preço-alvo de R$ 12,00 para R$ 15,00, o que implica em um potencial aumento de 33% em relação ao fechamento de ontem (R$ 11,27).
Já para a Estácio, a casa rebaixou a recomendação do papel ordinário de outperform para marketperform e reduziu o preço-alvo de R$ 36,00 para R$ 35,00, o que implica em potencial aumento de 16,55% em relação ao fechamento de ontem (R$ 30,03). Mesmo assim, as ações subiram 4,93%.
Gafisa
Fora do Ibovespa e em queda de mais de 12,80%, as ações da Gafisa saíram do leilão pouco antes do fechamento do pregão. Na semana passada, o Seu Dinheiro publicou que Mu Hak You, dono da gestora de recursos GWI, parecia ter admitido que não teria condições de tocar a Gafisa e ao que tudo indicava ele estava disposto a vender sua participação de 49,9% na companhia e sinalizou que aceitará até mesmo um preço abaixo do que está na tela da B3 atualmente.
A gestora de recursos GWI foi a protagonista das vendas de ações da Gafisa no leilão ocorrido hoje, segundo fontes do mercado. A quantidade envolvida no leilão, foi de até 14,6 milhões de ações, que representam 33,67% das ações ON. A GWI é a principal acionista da incorporadora, com uma participação de 49,94% na companhia, montante que corresponde a cerca de 20 milhões de ações.
*Com Estadão Conteúdo