Ações da M. Dias Branco desabam e vão às mínimas em mais de sete meses
O balanço trimestral da M. Dias Branco foi duramente criticado por analistas e fez os papéis da empresa entrarem numa espiral descendente nesta segunda-feira (13), voltando aos níveis de outubro do ano passado

Uma das líderes nacionais no setor de biscoitos e massas, a M. Dias Branco teve um dia para ser esquecido na B3. As ações ON da empresa (MDIA3) operaram em forte queda desde o início do pregão desta segunda-feira (13) — e o mau desempenho esteve diretamente relacionado ao balanço trimestral da companhia.
Dona de marcas como Adria e Piraquê, a M. Dias Branco encerrou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 56,9 milhões, uma queda de 59,3% ante o mesmo período do ano passado. E, como resultado, os papéis da empresa fecharam o primeiro pregão da semana com baixa de 7,64%, a R$ 38,70.
Esta é a menor cotação de encerramento desde primeiro de outubro de 2018, quando os papéis terminaram a sessão a R$ 38,68. Na mínima desta segunda-feira, as ações chegaram a ser negociadas a R$ 38,10 (-9,07%).
Mas não foi só a queda no lucro líquido que desagradou o mercado. Outros pontos do balanço da companhia trouxeram preocupação e geraram uma venda em massa dos papéis da companhia nesta segunda-feira.
A primeira linha do balanço da M. Dias Branco — isto é, a receita líquida — não gerou preocupação à primeira vista, mostrando expansão de 8,2% na base anual, para R$ 1,317 bilhão. Mas, a partir daí, uma análise com lupa começa a revelar uma série e problemas.
Em primeiro lugar, a receita só cresceu porque os resultados do primeiro trimestre já incluem a Piraquê, cuja aquisição foi concluída em maio do ano passado. Excluindo o novo ativo da conta, a receita líquida da M. Dias Branco teria recuado 3,7% na base anual.
Leia Também
Além disso, o volume de vendas total da empresa teve queda de 7,3% em um ano, para 389,3 mil toneladas — e isso já incluindo a Piraquê. Sem ela, o volume total teria caído 11,6%.
Segundo a M. Dias Branco, essa queda nas vendas se deve aos níveis elevados de estoques dos clientes nos primeiros 45 dias do ano, o que reduziu a demanda pelos produtos. Assim, o aumento da receita mesmo num cenário de redução no volume de vendas só foi possível graças ao aumento do ticket médio em todas as linhas comercializadas pela empresa.
Só que, a partir daí, um segundo fator impactou fortemente os resultados da companhia: o aumento de 36,9% no preço do trigo em reais em relação aos três primeiros meses do ano passado — o que, obviamente, não é nada bom para uma fabricante de biscoitos e massas. Com isso, os custos dos produtos vendidos aumentaram 15,7% entre na mesma base de comparação, chegando a R$ 926,1 milhões.
O "efeito trigo" foi sentido especialmente no Ebitda — isto é, o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização —, que caiu 38,9%, para R$ 112,1 milhões. A margem Ebitda despencou, indo de 15,1% entre janeiro e março do ano passado para 8,5% no mesmo intervalo de 2019.
Mea culpa
A própria M. Dias Branco reconheceu que os resultados do trimestre ficaram longe do ideal e listou uma série de iniciativas para reduzir os custos fixos e aumentar a lucratividade de suas operações — segundo a empresa, alguns desses passos já estavam em andamento.
Entre outros pontos, a empresa diz que atuará para reduzir o quadro de colaboradores, através de desligamentos e programa de demissão voluntária (PDV), e que irá rever diversos contratos, inclusive de funcionários terceirizados.
Além disso, a companhia afirma que promoverá investimentos na cadeia de suprimentos, com destaque para novos centros de distribuição e para a ampliação das áreas de expedição. Uma terceira iniciativa é o lançamento de produtos de maior agregado.
Analistas decepcionados
O mea culpa da M. Dias Branco não foi suficiente para comover os analistas, que criticaram duramente o balanço da M. Dias Branco. Em relatório, o Itaú BBA destaca que a empresa encerrou o trimestre com as margens mais fracas nos mais de 10 anos em que a companhia está listada na bolsa.
"O Ebitda ficou 38% abaixo de nossa estimativa", escreve o Itaú BBA, ressaltando que o lucro líquido também ficou abaixo das projeções. "Esperávamos por um trimestre difícil e com forte pressão no lado dos custos, mas os volumes ficaram mais de dois dígitos abaixo de nossas previsões".
O BTG Pactual seguiu linha semelhante, mostrando-se surpreso com a fraqueza dos números — o banco destaca que, sem a Piraquê, os volumes de vendas da empresa voltaram aos níveis do primeiro trimestre de 2012.
Em função dos resultados, o BTG cortou o preço-alvo para os papéis da M. Dias Branco, de R$ 45,00 para R$ 40,00, embora tenha mantido recomendação "neutra" para as ações. Já o Itaú BBA não alterou sua visão para os ativos: permanece "neutro", com preço-alvo de R$ 44,00.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas