O tempo feio no exterior desanimou o mercado e fez o Ibovespa cair mais de 1%
Dúvidas quanto aos próximos passos do BC dos EUA deixaram os céus do mercado financeiro carregados, derrubando o Ibovespa nesta quarta-feira (22)

O Ibovespa até chegou a colocar o pé para fora de casa nos primeiros minutos da sessão desta quarta-feira (22). Deu um ou dois passos no campo positivo, olhou para os céus e viu uma enorme nuvem de dúvida pairando sobre os mercados. O clima, definitivamente, não estava convidativo para um passeio ao ar livre.
Ventos frios e tempo feio, uma combinação perfeita para ficar na defensiva e esquecer o mundo lá fora. E foi exatamente isso que o Ibovespa fez: passados os primeiros instantes de pregão, o índice deu meia-volta e virou ao campo negativo. Entrou em casa, se enfiou embaixo das cobertas e não saiu mais de lá.
Ao fim do dia, o principal índice da bolsa brasileira teve baixa de 1,18%, aos 100.011,28 pontos, na mínima da sessão. O mercado de câmbio também ficou acuado com o clima fechado: o dólar à vista fechou em alta de 1,19%, a R$ 4,0780 — a maior cotação de encerramento desde 20 de maio, quando valia R$ 4,1034.
O problema todo não é a falta de sol nesta quinta-feira: o que deixou os mercados apreensivos é a instabilidade na previsão do tempo. Afinal, o que encobre os céus é a dúvida em relação aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): ele continuará cortando os juros nos Estados Unidos, ou o ajuste visto em julho foi apenas pontual?
E os satélites não conseguem definir um padrão para o clima: em certos momentos, uma corrente de ar parece afastar as nuvens para longe, mas, em outros, uma súbita frente fria deixa a nebulosidade ainda mais intensa — e ameaçadora.
Ao que tudo indica, essa instabilidade climática tende a acabar apenas nesta sexta-feira (23): o presidente do Fed, Jerome Powell, irá discursar no simpósio de Jackson Hole — uma espécie de encontro dos principais bancos centrais do mundo — e deve dar pistas mais claras sobre o que a instituição fará daqui para frente.
Leia Também
Mas, enquanto essa postura não é conhecida, os mercados preferiram assumir uma postura mais cautelosa — na dúvida, é melhor se proteger contra uma tempestade. Com isso, o Ibovespa ficou a um triz de perder novamente o nível dos 100 mil pontos e o dólar deu mais um passo rumo aos R$ 4,10.
Nuvens ameaçadoras
O Fed já cortou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto na reunião de julho, mas os mercados querem mais — só que, até o momento, não há clareza quanto à postura da instituição. E, embora os agentes financeiros acreditem que o tempo irá melhorar amanhã, a previsão do tempo ainda não crava que as nuvens vão se dissipar.
Por isso, o discurso de Powell, amanhã, é visto como crucial: desde a reunião anterior, o Fed e suas autoridades têm assumido uma postura evasiva, sem deixar muito claro se o corte de julho foi apenas pontual ou se marcava o início de um ciclo de ajustes negativos.
Hoje, dois dirigentes do Fed — Esther George e Patrick Harker — deram declarações indicando que são contrários a uma nova redução nos juros. No entanto, a postura das autoridades não trouxe uma onda extra de cautela, uma vez que George e Harker são sabidamente mais conservadores.
"Existe uma grande mudança de cenário desde a última reunião do Fed", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, lembrando que a guerra comercial. com a China passou por uma piora relevante nas últimas semanas. "Segue uma cautela maior do mercado, aguardando o Powell. Ele sim deve indicar com mais clareza qual vai ser o próximo passo, a direção a ser tomada".
E por que os mercados querem tanto um novo corte de juros nos EUA? Por um lado, os agentes acreditam que uma redução nas taxas irá estimular a economia americana e neutralizar possíveis efeitos negativos da guerra comercial.
Mas, por outro, os mais recentes dados da economia dos EUA indicam que a atividade do país ainda não dá sinais nítidos de desaceleração — ao contrário do que é visto na China e na Alemanha, por exemplo. Assim, o argumento de que é preciso reduzir os juros para gerar estímulo econômico perde força.
Em meio à instabilidade climática e às nuvens ameaçadoras, as bolsas americanas passaram o dia dando sinais de cautela: o Dow Jones (+0,19%) conseguiu sustentar leve alta, mas o S&P 500 (-0,05%) e o Nasdaq (-0,36%) fecharam em queda.
Na Europa, contudo, a sessão teve um tom mais negativo: o índice de confiança do consumidor da zona do euro voltou a cair, elevando o pessimismo em relação à economia no velho continente. Como resultado, as bolsas da região caíram em bloco — o índice pan-continental Stoxx 600 recuou 0,40%.
Tempo fechado
A questão dos juros americanos mexe com as negociações em escala global, uma vez que taxas mais baixas nos EUA diminuem a rentabilidade dos investimentos no país — e, consequentemente, aumenta a atratividade dos ativos de países emergentes, que são mais arriscados, mas oferecem retornos mais atraentes.
Sem ter certeza quanto aos próximos passos do Fed, os agentes financeiros preferem assumir uma abordagem mais cautelosa, reduzindo a exposição aos ativos emergentes. Isso se reflete especialmente no mercado de câmbio: moedas como o real, o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno perdem força ante o dólar.
Além disso, as incertezas em relação à Argentina e a nebulosidade ainda grande no front da guerra comercial também penalizam a cesta de mercados emergentes como um todo.
Day after
Vale lembrar que as perdas registradas pelo Ibovespa nesta quinta-feira ocorrem após os ganhos de 2% registrados na sessão de ontem, quando o noticiário local relacionado às privatizações de empresas estatais animou as negociações por aqui.
O pacote anunciado pelo governo, no entanto, foi menor que o esperado: ao todo, a lista de ativos a serem vendidos engloba 11 empresas, e não 17, como foi anunciado anteriormente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A relação oficial não incluiu a Eletrobras.
Apesar disso, os mercados seguem animados com as ações da estatal, dadas as sinalizações de que a privatização da companhia terá amplo respaldo do Congresso quando estiver pronta para sair do papel. Nesta quinta-feira, Eletrobras ON (ELET3) subiu 4,07% e Eletrobras PNB (ELET6) avançou 4,02% — os ativos tiveram ganhos de mais de 11% ontem.
Já as ações da Petrobras devolvem parte dos avanços de quase 6% registrados na véspera, quando notícias referentes à possibilidade de privatização da empresa também animaram os mercados. Os papéis PN (PETR4) tiveram baixa de 0,90% e os ONs (PETR3) recuaram 0,97%.
Dólar em alta
Sem ter certeza quanto aos próximos passos do Fed — e ao estado da economia global —, os agentes financeiros voltam a assumir uma postura mais defensiva no mercado de câmbio, preferindo a segurança do dólar ao retorno mais arriscado das divisas emergentes.
E nem mesmo a venda de US$ 550 milhões pelo Banco Central no mercado à vista trouxe tranquilidade ao câmbio nesta quinta-feira. A autoridade monetária fará operações diárias como essa até 29 de agosto — ontem, foram vendidos US$ 200 milhões.
DIs para cima
A curva de juros fechou em alta, acompanhando a pressão no dólar e a cautela em relação ao Fed. Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2020 subiram de 5,37% para 5,38%, e os com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 5,35% para 5,38%.
No vértice mais longo, as curvas para janeiro de 2023 terminaram em alta de 6,34% para 6,37%, e as com vencimento em janeiro de 2025 foram de 6,83% para 6,88%.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas