O Ibovespa tenta sair do atoleiro dos 103 mil pontos, mas falta tração aos mercados
O principal índice da bolsa brasileira fez força, mas não conseguiu deixar a zona dos 103 mil pontos. Sem novos fatores de influência, o Ibovespa encontra dificuldades para continuar avançando, mas também não perde terreno
O Ibovespa pisou no acelerador logo na abertura do pregão desta segunda-feira (22), chegando aos 104 mil pontos ainda nos primeiros minutos de sessão. Mas não teve força para se firmar nesse terreno e, na hora do almoço, já tinha escorregado novamente para os 103 mil pontos.
A história se repetiu durante a tarde: o Ibovespa partiu com tudo e começou a escalar novamente o barranco. Parecia que conseguiria chegar lá, mas aí... bom, aí não conseguiu manter a tração e voltou ao atoleiro.
E, no fim da sessão, fez uma tentativa derradeira: subiu, subiu e subiu... apenas para terminar o dia em alta de 0,48%, aos 103.948,84 pontos. É, não foi dessa vez que o principal índice da bolsa brasileira conseguiu sair de vez do nível atual.
Com a falta de maiores novidades, tanto no front doméstico quanto no internacional, os mercados brasileiros têm mostrado um certo viés de estabilidade desde a semana passada: não há nada que impulsione os ativos para níveis mais altos, mas também não há nenhum fato que desencadeie um movimento de realização de lucros.
Assim, o Ibovespa tem se mantido há alguns dias no patamar dos 103 mil pontos. Desde o pregão do dia 12, só houve uma sessão em que o índice conseguiu sair do atoleiro: a do dia 18, quando chegou aos 104,7 mil pontos. No entanto, no pregão seguinte, a bolsa voltou a perder tração e caiu de novo no atoleiro.
O dólar à vista também teve uma sessão de poucas variações, encerrando em queda de 0,20%, a R$ 3,7384. A moeda americana até tem conseguido se movimentar com maior liberdade, embora também pareça respeitar algumas barreiras: no lado negativo, raramente consegue chegar a R$ 3,72; no campo oposto, não avança além dos R$ 3,77.
Leia Também
Terreno escorregadio
Em linhas gerais, os mercados seguem exibindo a mesma dinâmica da semana passada: o exterior aparece como principal fonte de influência para os ativos, uma vez que, no front local, o cenário segue relativamente parado — afinal, a tramitação da reforma da Previdência só voltará a caminhar em agosto, após o recesso do Congresso.
E, lá fora, a toada também segue inalterada: os agentes financeiros continuam aguardando os próximos passos dos principais bancos centrais do mundo. Há a expectativa de que os BCs da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil darão início em breve a um ciclo de corte de juros, de modo a estimular as economias locais.
Assim, em meio a essa falta de novidades, tanto o Ibovespa quanto as bolsas americanas tiveram mais uma sessão de ajustes pontuais, movendo-se cautelosamente nesse terreno escorregadio. "Não há um direcional claro", diz Victor Candido, economista da Journey Capital. "A economia não anda e o noticiário político está adormecido".
Nesse contexto, os mercados acionários americanos sustentaram desempenho positivo, recuperando-se das perdas da última sexta-feira: o Dow Jones subiu 0,03%, o S&P 500 teve alta de 0,25% e o Nasdaq avançou 0,66%. O Ibovespa, assim, apenas acompanhou os pares globais.
Sem tendência
O mercado de câmbio também patinou em meio a esse cenário de falta de direcionamento. O dólar ganhou espaço em relação às divisas fortes, mas, na comparação às emergentes, o desempenho foi misto.
A moeda americana subiu em relação ao peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano e o peso chileno, mas fechou em baixa ante o rand sul-africano e o dólar neozelandês. O real, assim, juntou-se a esse segundo grupo, mas sem mostrar grandes oscilações: na mínima do dia, o dólar à vista caiu 0,41%, a R$ 3,7306.
Essa leve queda do dólar acabou influenciando o comportamento das curvas de juros, que fecharam em ligeira baixa nesta segunda-feira. Na ponta curta, os DIs com vencimento em janeiro de 2021 caíram de 5,52% para 5,49%; no vértice longo, as curvas para janeiro de 2023 recuaram de 6,38% para 6,36%, enquanto as para janeiro de 2025 ficaram estáveis em 6,94%.
Vale sob pressão
As ações ON da Vale (VALE3) fecharam em queda de 0,51% e impediram que o Ibovespa tivesse um desempenho melhor nesta segunda-feira. Dois fatores trouxeram pressão aos papéis da empresa: seus dados de produção referentes ao segundo trimestre deste ano e a queda do preço do minério de ferro na China.
A produção de minério da Vale entre abril e junho de 2019 chegou a 64,1 milhões de toneladas, uma queda de 33,8% em relação ao resultado do mesmo período do ano passado. No semestre, a produção totalizou 136,9 milhões de toneladas — recuando 23,4% em um ano.
Além desses resultados, as ações da Vale reagiram negativamente à queda de 2,84% na cotação do minério de ferro na China — e esse dado também influenciou outros papéis do Ibovespa que dependem do preço da commodity, caso das siderúrgicas CSN ON (CSNA3), com baixa de 1,20%, Gerdau PN (GGBR4), com recuo de 2,30%, e Usiminas PNA (USIM5), com desvalorização de 2,03%.
Frigoríficos em alta
No lao positivo do Ibovespa, destaque para duas ações do setor de proteína animal: JBS ON (JBSS3) e BRF ON (BRFS3), com ganhos de 3,97% e 3,29%, respectivamente — ambas liderando os ganhos do índice.
O bom desempenho está relacionado às perspectivas otimistas do Itaú BBA para esses dois ativos. Em relatório, a instituição elevou a recomendação para as ações da BRF, de neutro para 'outperform' (acima da média), estabelecendo preço-alvo de R$ 37,00; a JBS segue como principal escolha do Itaú no segmento, com preço-alvo de R$ 32,00.
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
