🔴 JÁ FEZ A DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2025? VEJA O PASSO A PASSO CLICANDO AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Nervosismo

Ibovespa fecha em queda com tensão entre Guedes e deputados; dólar sobe

O mercado reagiu mal ao tom das discussões entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara

Victor Aguiar
Victor Aguiar
3 de abril de 2019
10:22 - atualizado às 18:43
Selo marca a cobertura de mercados do Seu Dinheiro para o fechamento da Bolsa
O tom ríspido do debate entre Guedes e os deputados na CCJ trouxe nervosismo aos mercados - Imagem: Seu Dinheiro

"O dia é de otimismo, mas é um otimismo meio nervoso..."

Um operador me disse isso antes do almoço, quando conversávamos sobre o comportamento dos mercados nesta quarta-feira. Ele acertou em cheio.

O Ibovespa, que operou em alta ao longo da manhã, virou para o campo negativo no meio da tarde. O dólar à vista fez o caminho contrário: estava caindo e passou a subir na segunda metade da sessão.

E o que aconteceu no meio do caminho? A sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, no âmbito da proposta de reforma da Previdência.

O evento era bastante aguardado pelo mercado. Mas, assim que a audiência começou, ficou claro que o debate não seria amistoso, com os deputados da oposição dominando o primeiro bloco de perguntas ao ministro.

E os momentos de bate-boca mais acalorado acenderam uma luz amarela no imaginário dos mercados: será que o governo está suficientemente alinhado com o Congresso para aprovar as reformas?

Leia Também

Com essa dúvida na cabeça, o Ibovespa fechou o dia em queda de 0,94%, aos 94.491,48 pontos, após chegar aos 96.442,31 pontos na máxima (+1,11%). O dólar à vista terminou a sessão em alta de 0,55%, a R$ 3,8780 — durante a manhã, a moeda americana chegou a ser negociada na faixa de R$ 3,83.

Clima quente

"O mercado não bateu no conteúdo da fala do Guedes, mas sim, no tom", diz Álvaro Frasson, analista da Necton, afirmando que o tom acalorado das discussões na CCJ mostra que ainda há dificuldades no relacionamento entre governo e Congresso — e essa percepção provocou a piora generalizada dos mercados.

De fato, a virada no Ibovespa e no dólar começou por volta de 14h30, pouco depois do início da participação de Guedes na CCJ. O movimento coincidiu com uma discussão entre Guedes e os deputados acerca do modelo de capitalização previsto na reforma da Previdência.

"O Guedes está muito firme, muito bem embasado tecnicamente. Mas encontra uma oposição que o ataca com firmeza", diz Enrico Cozzolino, analista da Eleven Financial Research. "Ainda que ele diga sutilmente que é possível alguma negociação, ele joga a responsabilidade toda para os deputados. E a gente sabe que, no jogo político, não é assim que funciona".

Vale ressaltar que a audiência se estenderá até a noite: ontem, o presidente da CCJ, Felipe Francischini, afirmou que a sabatina deve durar de 6 a 8 horas. Assim, eventuais declarações a serem dadas por Guedes até o fim da sabatina serão repercutidas apenas amanhã pelos mercados.

As curvas de juros também sentiram o peso do nervosismo na CCJ e passaram a subir: os DIs com vencimento em janeiro de 2020 fecharam em alta, de 6,485% para 6,515%, e os com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 7,02% para 7,06%. As curvas para janeiro de 2023 foram de 8,12% para 8,22%.

E o otimismo da manhã, de onde vinha?

Do exterior. Lá fora, as notícias indicando avanços nas conversas entre Estados Unidos e China deram forças aos mercados globais — e, antes do início da sabatina na CCJ, tanto o Ibovespa quanto o dólar pegaram carona no otimismo visto no resto do mundo.

Segundo o Financial Times, as duas potências estão próximas de finalizar um acordo comercial, o que reduziria as preocupações acerca do ritmo de crescimento global. Nesse contexto, o Dow Jones (+0,13%), o S&P 500 (+0,23%) e o Nasdaq (+0,63%) fecharam em alta — na Europa, o índice Stoxx 600 terminou o dia com ganho de 0,86%.

A menor percepção de risco entre as relações Estados Unidos-China também foi sentida no minério de ferro: a commodity, que já vinha em forte tendência positiva, avançou mais 3,55% hoje.

CSN e Vale resistem

Com o otimismo em relação à China e os fortes ganhos do minério de ferro, as ações da CSN e da Vale tiveram um novo dia de ganhos, embora o clima quente entre Guedes e os deputados na CCJ tenha tirado força dos papéis.

As ações ON da CSN fecharam em alta de 1,48%, e os papéis ON da Vale conseguiram sustentar ganhos de 0,29% ao fim do pregão. Já Gerdau PN terminou o dia em queda de 0,5%.

Agitação na Petrobras

O noticiário corporativo envolvendo a Petrobras foi agitado. E, ao fim do dia, o saldo foi negativo para as ações da estatal.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, três grupos apresentaram propostas para comprar 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG): a franco belga Engie, o fundo Mubadala e um consórcio capitaneado pela Itaúsa.

Além disso, o jornal Valor Econômico afirmou que o governo chegou a um consenso com a estatal sobre a revisão do contrato da cessão onerosa. De acordo com a publicação, o governo baixou o preço a ser pago à Petrobras pela revisão do contrato: de US$ 14 bilhões para US$ 10 bilhões.

"Muito dessas notícias já está no radar há tempos", diz um analista do setor de óleo e gás que prefere não ser identificado. "Então, não tem aquela surpresa que faz as ações reagirem muito".

Soma-se ao noticiário corporativo local o tom levemente negativo do petróleo no exterior: o WTI fechou em queda de 0,19%. Nesse contexto — e considerando o pano de fundo de Brasília —, Petrobras ON teve perda de 2,1%, e Petrobras PN recuou 2,65%.

Disputa pela Avianca

A Avianca mudou seu plano de recuperação judicial e, agora, prevê a divisão da empresa em sete partes. E a Gol e a Latam vão entrar na briga: mais cedo, as aéreas disseram que vão fazer proposta por ao menos uma dessas fatias, por um valor mínimo de US$ 70 milhões.

A proposta é uma reação das duas maiores empresas aéreas do país para evitar que a terceira colocada, a Azul, compre sozinha a Avianca e ganhe participação no mercado brasileiro — a Azul fez uma proposta de US$ 105 milhões pela Avianca em 11 de março.

No meio desse imbróglio, as ações PN da Gol oscilaram perto da estabilidade ao longo do dia, fechando em alta de 0,32%. Fora do Ibovespa, as ações PN da Azul subiram 0,41%.

 

 

 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Conteúdo Empiricus

‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado

24 de abril de 2025 - 10:00

CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

MERCADOS HOJE

Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia

23 de abril de 2025 - 12:44

A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

SELIC VS DÓLAR

Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global

22 de abril de 2025 - 15:50

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial

DE VOLTA AO JOGO

Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor

22 de abril de 2025 - 14:31

Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

DIA 92

Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros

21 de abril de 2025 - 17:12

O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)

METAL MAIS QUE PRECIOSO

É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano

21 de abril de 2025 - 15:01

Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos

MERCADO EXTERNO

A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump

21 de abril de 2025 - 10:26

Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)

CRISE À VISTA?

A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA

20 de abril de 2025 - 17:25

Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global

INDEPENDÊNCIA EM RISCO

Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina

19 de abril de 2025 - 10:55

As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial

RESUMO DA SEMANA

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana 

18 de abril de 2025 - 11:34

Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou

CONFIANTE COM O FUTURO

‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte

18 de abril de 2025 - 9:04

Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes

SEXTOU COM O RUY

Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo

18 de abril de 2025 - 7:59

O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas

ALÍVIO

Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

17 de abril de 2025 - 17:03

Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial

conteúdo EQI

Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como

17 de abril de 2025 - 10:00

Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar