As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 5,740 bilhões no primeiro semestre, o equivalente a 0,16% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. O déficit fiscal no primeiro semestre ocorreu em função do superávit de R$ 24,674 bilhões do governo central (0,71% do PIB).
Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 19,077 bilhões (0,55% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 17,519 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,558 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 143 milhões no período.
Já o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 12,706 bilhões em junho, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central (BC).
O resultado representa o menor déficit para o mês desde junho de 2016, quando houve déficit de R$ 10,061 bilhões. Em maio, havia sido registrado déficit de R$ 13,008 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 15 bilhões a déficit de R$ 6 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 11,1 bilhões.
O resultado fiscal de junho foi composto por um déficit de R$ 12,212 bilhões do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram negativamente o resultado com R$ 55 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 87 milhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 143 milhões. As empresas estatais registraram déficit primário de R$ 439 milhões.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 132,0 bilhões para 2019. No caso do governo central, a meta é um déficit de R$ 139,0 bilhões.
Gasto público
O setor público consolidado teve gasto de R$ 17,396 bilhões com juros em junho, após esta despesa ter atingido R$ 34,550 bilhões em maio, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central.
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 12,678 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,048 bilhões e as empresas estatais, de R$ 669 milhões.
No primeiro semestre, o gasto com juros somou US$ 181,112 bilhões, o que representa 5,18% do PIB.
Em 12 meses até junho, as despesas com juros atingiram R$ 357,320 bilhões (5,11% do PIB).
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 30,102 bilhões em junho. Em maio, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 47,558 bilhões e, em junho de 2018, deficitário em R$ 57,941 bilhões.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 24,891 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 4,103 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 1,108 bilhão.
No primeiro semestre, o déficit nominal somou R$ 186,852 bilhões, o que equivale a 5,35% do PIB.
Em 12 meses até junho, há déficit nominal de R$ 456,894 bilhões, ou 6,54% do PIB.
Dívida bruta
A Dívida Bruta do Governo Geral fechou junho aos R$ 5,499 trilhões, o que representa 78,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual é igual ao verificado em maio. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais - é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 54,7% para 55,2% do PIB em junho de 2019. A DLSP atingiu R$ 3,860 trilhões.
*Com Estadão Conteúdo