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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Entrevista Exclusiva

Não temos quase nada de Brasil na carteira, diz Evandro Buccini, da Rio Bravo

Economista-chefe da gestora mudaria de opinião e de posição se visse um governo mais pragmático na sua relação com o Congresso

Eduardo Campos
Eduardo Campos
29 de maio de 2019
5:12 - atualizado às 23:08
Rio Bravo economista
Economista-chefe da Rio Bravo, Evandro Buccini, diz que reforma da Previdência não é bala de prata que vai resolver todos os problemas - Imagem: Assessoria

Com uma montanha de R$ 13 bilhões sob gestão e quase 20 anos de experiência no mercado, a Rio Bravo está com posições pequenas em Brasil e não acredita que o Ibovespa e o dólar escapem muito do ranges atuais de negociação. Mas um fator poderia levar a uma reavaliação de posições: o governo ser mais pragmático na sua relação com o Congresso  - e isso não quer dizer voltar às práticas do passado.

Quem me conta essa história é o economista-chefe da gestora, Evandro Buccini, que sob o comando do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco traça os cenários que ajudam os gestores a montar suas estratégias de investimentos em fundos imobiliários, de crédito, multimercados, quantitativo e ações, que estão no portfólio da Rio Bravo.

De forma resumida, o economista avalia que a casa está um pouco mais otimista que a média no curto prazo, mas que para o médio e longo prazos não haveria espaço para ficar "extremamente otimista".

Assim, a avaliação é de que o Ibovespa não deve fugir muito do range de 90 mil a 100 mil pontos e o mesmo vale para o dólar e sua recente banda de variação.

Com isso, Buccini afirma que está “pequeno” em Brasil, “quase nada” comprado em bolsa, mas com proteção, e que há uma posição “dada” em juro, caso a Selic volte a cair. Também há uma carteira específica de ações trabalhando as probabilidades de privatização. No mercado externo, as posições estão vendidas no S&P 500 e outros mercados desenvolvidos.

Entendendo o cenário

Buccini explica que começou o ano otimista com o quadro doméstico, mas nem tanto como os pares de mercado. Havia uma postura mais cautelosa de não comprar a ideia de que as propostas do governo seriam aprovadas com facilidade.

Essa postura de mais cautela se mostrou acertada de fevereiro em diante, com as estratégias dando resultado, depois de ficarem devendo em comparação com a indústria na abertura do ano.

Apesar dessa dificuldade na relação do Executivo com o Legislativo, Buccini avalia que a reforma da Previdência deve ser aprovada, preservando uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 800 bilhões ao longo de dez anos. Quanto aos prazos: texto final só no finalzinho do ano com a aprovação na Câmara entre julho e agosto.

No entanto, o economista não acredita que a reforma seja a “bala de prata” que vá resolver todos os problemas no lado econômico. A reforma é condição necessária, mas não suficiente.

Para Buccini, há outros campos onde o governo pode ter alguma chance de se destacar, se conseguir organizar sua relação com o Parlamento, como privatizações, abertura econômica e algum tipo de reforma tributária, como a unificação dos impostos federais.

Para o economista, se o propósito de Jair Bolsonaro é manter o PT longe do poder, seria mais interessante abandonar um pouco do “purismo” e buscar mostrar resultados para a população.

Para Buccini, se as coisas não funcionarem no lado econômico, Bolsonaro entregará de bandeja o governo para a oposição em 2022.

Se o presidente seguir com essa relação de aproximação e afastamento com o Congresso, o economista avalia que entraremos em terreno desconhecido, com um quadro de quase parlamentarismo, com a Câmara e Rodrigo Maia atuando dentro de seu próprio campo.

“Fico preocupado por esse ineditismo. Esse jogo legislativo é mais difícil de ler”, afirma.

Economia

Depois da grande decepção com o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2018, o economista acredita que a lenta recuperação deste começo de 2019 ainda é reflexo dos choques que tivemos no ano passado, como greve dos caminheiros, piora de ambiente para emergentes e incerteza eleitoral.

A impressão de Buccini é que esses choques vão deixar de atuar em alguns meses e poderemos observar uma recuperação um pouco mais firme, mas nada exuberante, puxada por fatores cíclicos e não estruturais.

Por isso que a casa está um pouco mais otimista que a média, mas tal quadro pode vir a ser reavaliado com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, na quinta-feira. Resultado muito abaixo do consenso poderia contaminar as expectativas para o restante do ano.

“Mas mesmo que haja aceleração da economia, não acho que mude muita coisa. A ociosidade segue enorme e a inflação, apesar da surpresa como itens como alimentação, segue comportada”, diz.

No lado do consumo, o economista explica que ele “cresce por si só”, pois alguns fundamentos estão melhores, como crédito e nível de renda, apesar do ainda elevado desemprego.

O investimento “é a grande chave”, mas como a ociosidade dos fatores é elevada, não se acredita que teremos um ciclo liderado pelo investimento.

“Tem que ter uma clareza para o empresário de que a demanda vai acelerar. A reforma da Previdência é só um ponto”, explica.

Selic

Buccini acredita que a pressão por eventual corte de juros vai aumentar muito no caso de aprovação da reforma da Previdência pela Câmara. O cenário base continua sendo de manutenção em 6,5% ao ano, mas há um cenário alternativo de corte, por isso da posição no mercado de juros.

Para o economista, os debates sobre redução da Selic são válidos, “mas não é 50 pontos a menos de juro que vai resolver a questão no Brasil”.

Fundo quant

Também falamos brevemente sobre o fundo quantitativo da casa, o Rio Bravo Pandas, que opera comprado e vendido tendo como base parâmetros técnicos de mercado como a relação preço/lucro. Segundo Buccini, por não ter comportamento humano envolvido ou ler os mesmos jornais e relatórios, o computador toma decisões livre de viés.

No ano até março, o Pandas entregava 249% do CDI, negociando 100 diferentes ações brasileiras, com rebalanceamento de compras e vendas uma vez por mês. A ideia é manter uma volatilidade entre 4% e 5%, com movimento descorrelacionado de outros mercados.

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