Novos ETFs devem ocupar espaço na prateleira de fundos conservadores
Com alíquota fixa de 15% de IR e taxa de administração na casa dos 0,2% ao ano, produto ganha espaço em contexto de Selic baixa

Com a taxa básica de juros a 5,5%, o que faz as margens dos investimentos conservadores ficarem cada vez mais enxutas, a disputa entre as instituições financeiras tem caminhado para o campo dos detalhes. Qualquer ponto porcentual faz diferença em um mercado onde uma aplicação de R$ 1 mil vai render de R$ 50 a R$ 60 líquidos no fim do ano. Nesse contexto, cresce a aposta do mercado pelos ETFs de renda fixa. Com alíquota fixa de 15% de Imposto de Renda (IR) e taxa de administração na casa dos 0,2% ao ano, esse produto tende a ganhar espaço no País.
- VÍDEO: O Fausto Botelho gravou um vídeo para você, leitor Seu Dinheiro, em que ele explica sobre nosso maior projeto, que pode ser também o maior de sua vida.
Na semana passada, o Itaú Unibanco apresentou dois novos produtos desse tipo. Outras instituições, como o Bradesco e a gestora americana BlackRock, estudam produtos para ocupar logo uma posição dentro desse nicho.
O ETF é um fundo que espelha um determinado índice do mercado financeiro e tem cotas negociadas na Bolsa de Valores, como se fosse uma ação. O mais famoso do mercado é o Bova11, de renda variável, que replica o Índice Bovespa, ou seja, é composto pelas mesmas ações que formam o Ibovespa. Por isso, sua meta é trazer ao investidor a mesma rentabilidade (ou o prejuízo) acumulado pelo Ibovespa no período.
Os dois novos ETFs do Itaú acompanham os índices publicados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O primeiro deles, chamado de IB5M11, segue os títulos públicos atrelados à inflação, as NTN-Bs, e com prazo igual ou superior a cinco anos.
A duração do produto é de 13 anos e meio. O segundo, o IRFM11, é considerado mais conservador. Replica títulos prefixados, LTNs, com duração de dois anos e dez meses.
O investimento mínimo é de R$ 100 e a liquidez é de um dia a partir do pedido de resgate. A taxa de administração é de 0,25% ao ano para o ETF de NTN-B e de 0,2% ao ano para o de LTN. Em maio deste ano, o Itaú levantou R$ 2 bilhões no lançamento de seu primeiro produto nessa linha, também de títulos do Tesouro atrelados à inflação.
Leia Também
"O mercado de ETFs no Brasil tem grande potencial. No mundo, são US$ 5,7 trilhões apenas em ETFs. Esperamos uma expansão importante no Brasil", diz Stefano Dorlhac Catinella, responsável pela distribuição local do Itaú Asset Management. Em cinco anos, o Itaú espera levantar R$ 20 bilhões com ETFs de renda fixa.
O superintendente de juros e moedas da B3, Marcos Skistymas, lembra que, até 2018 - quando foi lançado o primeiro ETF de renda fixa pela gestora coreana Mirae Asset -, o País só tinha opções do produto na renda variável. "É algo novo no mercado e tudo que é novo chama a atenção de gestores e investidores". Ele vê como potenciais para novos lançamentos de ETFs, além da renda fixa, aqueles que apostam na tecnologia smart beta - uma estratégia de compra de ações com base em 'fatores' como valor ou crescimento - e aqueles que reproduzem índices de outros países. "Existe demanda por exposição a outras regiões que não os Estados Unidos", diz Skitymas.
Concorrência
O principal concorrente privado do Itaú, o Bradesco, acompanha o avanço do rival e prepara seu bote. O teste ocorreu em junho deste ano, quando estreou no mercado com um ETF de renda variável atrelado à Bolsa, o BOVB11 - o quarto do mercado a seguir o Ibovespa.
O produto saiu com patrimônio de R$ 750 milhões e, hoje, tem quase R$ 2 bilhões, resultado comemorado na gestora do banco. O Bradesco agora pretende ampliar o portfólio. Um dos destaques seria um ETF de renda fixa nos próximos meses. "Gostamos muito de fundos que apostam em índices atrelados à inflação", diz Ricardo Eleutério, superintendente Executivo da Bradesco Asset Management.
Existem no País 18 ETFs - 14 de renda variável e, agora, quatro de renda fixa. É um mercado de R$ 24,8 bilhões alocados. O Itaú lidera com R$ 13 bilhões, ante R$ 11 bilhões da Blackrock, a maior gestora de ETFs do mundo. No Brasil, o principal produto da americana é o Bova11, com R$ 9,4 bilhões administrados. Desde que perdeu a liderança no País, a empresa é pressionada para ampliar as ofertas. "Avaliamos as possibilidades, que podem ser ETFs de índices internacionais e também ETFs de renda fixa", diz o diretor da BlackRock no Brasil, Rodrigo Araújo.
Para o professor de finanças do Ibmec, George Sales, uma das vantagens dos ETFs de renda fixa em relação a um fundo clássico está na tributação. Os ETFs têm alíquota fixa de 15% de Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital, sem importar a data de entrada e saída. Além disso, segundo o professor, os ETFs não contam com o 'come cotas': a antecipação no recolhimento do IR em diversos fundos de investimento.
Para o professor de finanças da FGV e colunista do Estado, Fábio Gallo, o mercado de ETFs deve crescer daqui para a frente, em um cenário onde os juros baixos levam a disputa entre os produtos para os detalhes.
"Para o pequeno investidor pode valer a pena, já que, para comprar um ETF, basta ter conta em uma corretora", diz. "São produtos com boa liquidez e o investidor está naturalmente diversificando em vários títulos." O ponto de atenção é que são produtos comercializados na Bolsa, o que confere oscilações nos preços, mesmo na renda fixa. "A curva desses produtos parece um eletrocardiograma, cheia de altos e baixos. Se a pessoa não vai ficar com o produto até o fim do prazo, precisa se acostumar com o sobe e desce", afirma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
“ETFs são quase um esquema Ponzi; quando a música parar, pode não ter cadeira para todos”, diz gestor; evento discute o que esperar da indústria de fundos
Alexandre Rezende, sócio-fundador da Oceana Investimentos, disse em evento que os fundos de índices (ETFs) não fazem sentido para investidores qualificados, apenas para quem não tem estrutura para selecionar gestores
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Analista revela 5 ações para buscar dividendos em maio diante de perspectiva de virada no mercado
Carteira gratuita de dividendos da Empiricus seleciona papéis com bom potencial de retorno em maio
Méliuz (CASH3): assembleia não consegue quórum mínimo para aprovar investimento pesado em bitcoin (BTC)
Apesar do revés, a companhia fará uma segunda convocação, no dia 15 de maio, quando não há necessidade de quórum mínimo, apenas da aprovação das pautas de 50% + 1 dos acionistas.
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Em viagem à Califórnia, Haddad afirma que vai acelerar desoneração de data centers para aumentar investimentos no Brasil
O ministro da Fazenda ainda deve se encontrar com executivos da Nvidia e da Amazon em busca de capital estrangeiro para o País
Onde investir em maio: Petrobras (PETR4), Cosan (CSAN3), AT&T (ATTB34) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e BDRs
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research e do BTG Pactual compartilham recomendações de olho nos resultados da temporada de balanços e no cenário internacional
3G, de Lemann, compra marca de tênis Skechers por US$ 9,4 bilhões, e ações disparam
Após a conclusão do negócio, a Skechers se tornará uma empresa de capital fechado, pondo fim a quase três décadas de ações negociadas em bolsa
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê
Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual
IRB (IRBR3) volta a integrar carteira de small caps do BTG em maio: ‘uma das nossas grandes apostas’ para 2025; veja as demais alterações
Além do retorno da resseguradora, foram acrescentadas também as ações da SLC Agrícola (SLCE3) e da Blau Farmacêutica (BLAU3) no lugar de três papéis que foram retirados