Trump bateu no México, mas quem sentiu o golpe foi o mercado — em especial, GM e Ford
Os Estados Unidos vão sobretaxar as importações de produtos mexicanos. A abertura de mais um front na guerra comercial trouxe pessimismo aos mercados e afetou as empresas que dependem do México, como as montadoras de automóveis
A narrativa já está começando a ficar repetitiva. O governo americano sinaliza que irá sobretaxar as importações de determinado país, usando a ameaça tarifária como moeda de barganha — e os mercados entram numa espiral negativa de aversão ao risco. E, nesta sexta-feira (31), esse modus operandi voltou aos holofotes.
Desta vez, o governo Trump apontou suas armas ao México, afirmando que irá impor uma tarifa de 5% sobre todos os bens importados do país vizinho até que o governo local tome atitudes para cessar a onda de imigrantes ilegais que chegam ao território americano. A medida deve valer a partir do dia 10.
Mas, ao mirar no México, Trump pode gerar danos colaterais para empresas americanas que possuem operações no país vizinho ou que dependem de produtos de origem mexicana. O setor automotivo se encaixa nesse perfil — e grandes montadoras, como GM e Ford, estão sofrendo na bolsa de Nova York.
As ações da GM fecharam em queda de 4,25% na NYSE, a US$ 33,34, enquanto os papéis da Ford recuaram 2,27%, a US$ 9,52. O México tem importância vital para a indústria automotiva americana, uma vez que muitos dos veículos vendidos nos Estados Unidos são produzidos em unidades em território mexicano.
E mesmo as unidades fabricadas em solo americano dependem de autopeças importadas do México. Outras montadoras com ações negociadas em Nova York, como a Fiat Chrysler (-5,82%), também tiveram um dia negativo.
As ameaças de Trump, contudo, não se restringem ao aumento de 5% nas taxações aos produtos mexicanos. Segundo a Casa Branca, a alíquota subirá cinco pontos percentuais por mês se a "crise de imigração ilegal persistir, podendo chegar a 25% em outubro. E, considerando a complexidade do tema, não parece razoável esperar uma solução rápida.
Leia Também
Tensão global
A ofensiva dos EUA contra o México diminui ainda mais a expectativa quanto ao fechamento de um acordo comercial entre os governos americano e chinês. Afinal, a administração Trump não parece disposta a ceder em nenhum aspecto no front comercial — e a China também não dá sinais de que pretende sair por baixo nessa disputa.
O tom agressivo adotado pelo vice-presidente americano, Mike Pence, também contribui para trazer apreensão aos mercados. Ele declarou que o governo dos EUA pode "mais do que dobrar" as tarifas sobre importações da China, e descreveu a gigante tecnológica chinesa Huawei como "incompatível com os interesses de segurança dos EUA".
Esse sentimento negativo ganha ainda mais força por causa dos dados fracos da indústria chinesa em maio. O índice de gerentes de compras (PMI) do setor caiu de 50,1 em abril para 49,4 em maio — um resultado abaixo de 50 indica contração na atividade.
A percepção de que a economia chinesa já começa a sentir os primeiros efeitos da disputa comercial com os EUA traz grande aversão ao risco aos mercados externos, que temem um movimento global de desaceleração econômica.
Nesse contexto, as bolsas de Nova York tiveram mais uma sessão negativa. O Dow Jones recuou 1,41%, o S&P 500 teve perda de 1,32% e o Nasdaq caiu 1,51%. E, no mercado global de câmbio, o dólar avançou mais de 2% em relação ao peso mexicano nesta sexta-feira.
No mês, o saldo não foi favorável para os mercados acionários americanos. O Dow Jones acumulou perdas de 6,68% nos últimos 31 das. O tom foi igualmente negativo no S&P 500 e no Nasdaq, que recuaram 6,57% e 7,93% desde o início de maio, respectivamente.
Commodities sofrem
Os temores de desaceleração econômica também afetam negativamente os preços das commodities. A lógica é simples: um menor crescimento das economias globais tende a reduzir a demanda por minério de ferro, petróleo e outros produtos desse tipo.
O petróleo WTI, por exemplo, caiu 5,69% hoje — acumulou queda de 16,5% em maio. O Brent, por sua vez, teve baixa de 5,57% nesta sexta-feira, com perdas de 15,3% no mês.
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
