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Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Batalha árdua

A Amazon quer conquistar o Brasil. Mas, antes, terá que derrotar Magazine Luiza e B2W

A Amazon lançou hoje o serviço de assinatura Prime no Brasil, dando um passo importante para aumentar a presença no e-commerce do país. Mas a companhia criada por Jeff Bezos não terá caminho fácil: Magazine Luiza e B2W estão bem consolidadas nesse setor e serão páreo duro na disputa

Victor Aguiar
Victor Aguiar
10 de setembro de 2019
15:35 - atualizado às 10:56
A Amazon deu mais um passo para aumentar a presença no mercado brasileiro, batendo de frente com Magazine Luiza, B2W e Mercado LivreImagem: Montagem Andrei Morais / Youtube

No Game of Thrones do e-commerce no Brasil, três casas pareciam emergir como as mais fortes candidatas a ocupar o Trono de Ferro: o Magazine Luiza, a B2W e o Mercado Livre. Mas um antigo competidor, que parecia mais interessado em conquistar outros reinos, deu um sinal de vida: a Amazon quer dominar o mapa — e começou a mexer suas tropas.

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O conglomerado comandado por Jeff Bezos já está no país há tempos: a empresa chegou ao mercado brasileiro em 2012, dedicando-se apenas à venda de livros eletrônicos. Mas, pouco a pouco, a companhia foi ganhando escala e, silenciosamente, adquirindo experiência.

Num segundo momento, a Amazon começou a comercializar também livros físicos, até que, em 2017, entrou de vez na briga pelo e-commerce, entrando nos demais segmentos do varejo. Mas, perto das demais dinastias do país, que já estavam batalhando há tempos pelo trono, a empresa americana era apenas coadjuvante na disputa.

Só que, nesta terça-feira (10), o exército da Amazon mostrou que não pretende ficar neutro nesta batalha. A companhia lançou hoje seu serviço de assinatura Prime no Brasil — e o pacote oferecido pela gigante americana é bastante agressivo.

Por R$ 9,90 mensais (ou R$ 89 por ano), o novo serviço oferece frete grátis ilimitado em todo o país para milhares de produtos, além de prazo máximo de 48 horas para entrega em mais de 90 municípios. A assinatura ainda inclui acesso a filmes, músicas, livros e revistas digitais na plataforma da Amazon.

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O anúncio provocou uma onda de choque em Westeros — quer dizer, no setor de varejo digital. As ações das principais empresas desse segmento operam em queda firme desde ontem, em meio à percepção de que o novo passo da Amazon representa uma ameaça à hegemonia das empresas brasileiras no e-commerce.

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Magazine Luiza ON (MGLU3), por exemplo, fechou em baixa de 4,97%, enquanto B2W ON (BTOW3) caiu 4,83% e Via Varejo ON (VVAR3) recuou 3,28%, os três piores desempenhos do Ibovespa nesta terça-feira — confira aqui a cobertura completa dos mercados. No acumulado do mês, essas três ações já caem mais de 11%.

Por volta de 14h35 desta terça-feira, B2W ON (BTOW3) operava em baixa de 6,78%, Magazine Luiza ON (MGLU3) caía 6,29% e Via Varejo ON (VVAR3) recuava 4,56%, os três piores desempenhos do Ibovespa — confira aqui a cobertura completa dos mercados. No acumulado do mês, essas três ações já caem mais de 10%.

Mas as tropas de Bezos conseguirão dominar o e-commerce brasileiro com tanta facilidade assim? Bom, eu entrei em contato com alguns estrategistas de guerra — analistas e gestores que acompanham de perto o setor de varejo —, e eles me disseram que, embora a Amazon tenha artilharia pesada, a guerra está longe de terminar.

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Batalha árdua

Um primeiro ponto levantado pelos especialistas é o preço bastante competitivo oferecido pela Amazon: um combo que inclui conteúdo digital e entrega grátis por R$ 9,90 por mês é muito atrativo — e pode ameaçar, inclusive, a Netflix, que oferece planos que começam em R$ 21,90 por mês.

"A ideia da Amazon é vir aos poucos, montando operações, testando e aprendendo. O consumidor brasileiro tem uma cultura diferente do americano, então eles estão optando por manter essa estratégia de pequenos passos e consolidação gradual", diz um analista de uma grande instituição financeira, que prefere não ser identificado.

É importante lembrar que a Amazon falhou ao tentar conquistar o enorme mercado chinês, sendo derrotada pelo Alibaba e outras empresas locais. Entre os diversos motivos que explicam o insucesso da companhia no gigante asiático, está a falta de adaptação às preferências dos consumidores locais, que nunca desenvolveram uma relação de fidelização com a marca americana.

Assim, a Amazon tem calculado cada passo no campo de guerra no Brasil, sem querer apressar os movimentos e correr o risco de ser novamente derrotada. E, embora o analista acredite que a entrada em peso da empresa americana represente um risco à Magazine Luiza e B2W, ele também pondera que essa estratégia mais lenta deu uma vantagem competitiva às companhias locais.

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"Nos últimos anos, os players domésticos investiram muito em aumento de tráfego de clientes, na parte estrutural de serviços e no ganho de agilidade. São diversos pequenos fatores que, com o tempo, consolidaram cada vez mais a base de clientes, tornando-os fiéis. E essa é uma dificuldade que a Amazon pode encontrar aqui".

Em relatório, o BTG Pactual segue linha semelhante. Os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi lembram que a B2W já disponibiliza, desde 2015, um serviço semelhante ao Prime da Amazon — a companhia oferece frete grátis em mais de 2.500 cidades por um valor de R$ 79 ao mês.

Os especialistas do BTG ponderam que, apesar de não ser possível descartar a possibilidade de a estratégia da Amazon ter sucesso no Brasil, é importante ressaltar que os players locais — Magazine Luiza, B2W e Mercado Livre — são bastante competitivos.

"Essas empresas estiveram focadas em aumentar o tráfego e melhorar outros pontos em seus sites, ao mesmo tempo em que desenvolveram experiências premium aos usuários, criando um ciclo virtuoso no setor de e-commerce".

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Ganhadores e perdedores

Um gestor de uma asset em São Paulo acredita que, entre as varejistas online com capital aberto no Brasil, o Magazine Luiza é a mais ameaçada com a movimentação da Amazon, uma vez que, entre as competidoras do e-commerce brasileiro, ela é a mais dependente do crescimento do mercado online.

No segundo trimestre deste ano, o Magzine Luiza reportou vendas totais de R$ 5,7 bilhões, um crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse montante, o e-commerce responde por 41,5% — entre abril e junho de 2018, essa fatia era de apenas 33%.

O gestor pondera que, por esse critério, a B2W seria a segunda mais afetada, seguida por Lojas Americanas e, por último, a Via Varejo. O Mercado Livre não possui capital aberto no país, mas, nos Estados Unidos, as ações da companhia recuaram 3,85% hoje.

"A discussão é sempre em relação à magnitude do impacto real nas operações de cada empresa", diz o gestor. "O ponto de pressão é a competição em vendas".

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Por outro lado, o sócio da gestora Alaska, Henrique Bredda, mostra-se cético quanto ao potencial de crescimento da Amazon neste momento. Via Twitter, ele analisou que as novidades anunciadas pela companhia americana não trazem grandes ameaças ao Magazine Luiza, classificando a reação das ações como "barulho".

https://twitter.com/hbredda/status/1171402748555755520

E a Via Varejo? No momento, a empresa parece ter ficado para trás na competição pelo e-commerce brasileiro. "Ela ficou muitos anos estacionada. Magazine Luiza e B2W se consolidaram nos últimos anos e desenvolveram mais valor no omnichannel, mais focadas no e-commerce. A Via Varejo tem um 'lag' muito grande para recuperar".

Trono valioso

E por que o domínio do e-commerce no Brasil é tão disputado? A resposta é simples: somente no primeiro semestre deste ano, o varejo digital faturou R$ 26,4 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com dados da Nielsen.

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A consultoria ainda destaca que, em meio à instabilidade econômica, ao crescimento ainda moderado do PIB e aos altos níveis de desemprego vistos nos primeiros seis meses de 2019, a expectativa é a de que a segunda metade deste ano seja melhor que a primeira.

De acordo com a Nielsen, o e-commerce do país deve fechar o ano com vendas de R$ 59,8 bilhões, cifra 12% maior que a contabilizada em 2018, de R$ 53,2 bilhões.

Por ora, é impossível dizer se a nova cartada da companhia de Jeff Bezos se reverterá num ganho relevante de mercado. No entanto, Magazine Luiza, B2W e Mercado Livre, as três principais competidoras pelo trono até agora, têm motivos para ficarem alerta.

Com o lançamento do serviço Prime, "Amazon is coming".

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