Elon Musk, o bilionário por trás da Tesla e da SpaceX, tem ao menos uma coisa em comum comigo: nós dois somos fãs de Jornada nas Estrelas (não, eu ainda não tenho bilhões de dólares na conta). E essa paixão pelas aventuras do capitão Kirk parece motivar o executivo, que anunciou novos planos para chegar a Marte.
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Num evento promovido pela SpaceX, Musk mostrou ao mundo o protótipo de um novo foguete, o Starship — nave estelar, em inglês. O bilionário promete que a empreitada permitirá o transporte de até 100 pessoas em viagens interplanetárias de longa duração, viabilizando a construção de colônias e cidades na Lua e em Marte.
Um plano muito parecido com o clássico texto de abertura da série Jornada nas Estrelas:
O espaço, a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para a exploração de novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve
Se você não conhece Elon Musk e suas ambições, deve estar achando isso tudo muito esquisito. Em resumo: a SpaceX é uma empresa que desenvolve sistemas aeroespaciais. Um de seus objetivos é o desenvolvimento de naves que consigam levar pessoas ao espaço — para turismo ou para a exploração de outros planetas.
Sim, um plano bastante ousado e parecido com alguma trama de ficção científica. Mas fato é que a SpaceX já conseguiu colocar alguns foguetes em órbita e planeja uma viagem tripulada à Lua em 2023 — o bilionário japonês Yusaku Maezawa será o primeiro passageiro dessa empreitada.
Pois Musk deu início a uma nova fase de seus planos de exploração espacial: de acordo com o bilionário, a Starship poderá transportar pessoas e carga e poderá, inclusive ser reabastecida e recarregada durante o voo. Os detalhes constam num vídeo publicado pela própria empresa:
Starship will be the most powerful rocket in history, capable of carrying humans to the Moon, Mars, and beyond pic.twitter.com/LloN8AQdei
— SpaceX (@SpaceX) September 29, 2019
A Starship será impulsionada por um sistema de ignição e, ao atingir determinada altitude, o conjunto irá se separar. Enquanto a nave em si, com os tripulantes e a carga, continua a viagem, esses propulsores retornam à Terra — um ponto fundamental do plano, já que a reutilização dos componentes é importante para reduzir os custos.
Resta saber se confiança mostrada por Musk nos projetos espaciais da SpaceX também irá contaminar os carros elétricos da Tesla. A outra empresa do bilionário tem enfrentado dificuldades para entregar resultados financeiros sólidos — fator que, somado à inconsistência nas previsões de entrega de veículos, faz o mercado ficar desconfiado.
Tanto é que, desde o início de 2019, as ações da Tesla (TSLA) acumulam baixa de mais de 27% na bolsa americana, saindo do patamar de US$ 330 no fim de 2018 para o nível de US$ 240 na última sexta-feira (27).
Assim como Kirk, Spock, McCoy e o restante da tripulação da Enterprise, Musk quer audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve. Agora, é esperar para ver se seus planos vão se concretizar, ou se vai ficar tudo no campo da fantasia.