Vêm aí os IPOs das gestoras de fundos dos bancões. Vale a pena investir?
Os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal já anunciaram a intenção de realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das áreas de gestão de recursos. Mas essas operações podem valer também para os bancos privados
Assim que o governo Jair Bolsonaro acertar o passo, a grande expectativa no mercado de capitais é de uma retomada nas ofertas de ações na B3. Se o governo conseguir por de pé as reformas e a economia retomar uma rota de crescimento, a tendência é que mais empresas busquem recursos para expandir seus negócios vendendo ações.
Para alguns banqueiros, nessa provável retomada de ofertas, o setor financeiro deve ter destaque. Os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal já apontaram o caminho ao afirmar a intenção de realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das áreas de gestão de recursos.
A venda destravaria valor desses negócios, supostamente melhoraria a sua eficiência e serviria também para capitalizar esses bancos estatais. Mas essas operações não se encaixam somente para as instituições controladas pelo governo.
“No longo prazo, acredito que todos os bancos deverão abrir capital das suas assets. Esse é um negócio no qual nenhum grande banco tem vantagem comparativa, e as gestoras independentes estão avançando nas redes de distribuição dos bancos, após o movimento iniciado pela XP”, resume um gestor de recursos de um grande banco internacional.
A XP Investimentos iniciou no Brasil o conceito de plataforma aberta ao oferecer acesso digital a produtos de diversas casas da indústria financeira a seus clientes. O investidor deixou de ser refém dos produtos oferecidos pelo banco em que tem conta corrente e passou a ter acesso, por exemplo, a gestores figurões do mercado, que antes aceitavam apenas dinheiro de investidores qualificados.
Máquinas de captar clientes
O argumento para a venda de uma parte dessas gestoras em bolsa é forte. Como ainda estamos no início desse processo de desbancarização dos investimentos, a tese é que gestoras de bancos são verdadeiras máquinas de captar clientes. Ao se associar a essa operação, os acionistas passariam a receber os ganhos obtidos com as taxas de administração e de performance.
Leia Também
“Acho totalmente possível que uma nova temporada de IPOs no Brasil inclua operações envolvendo gestoras de recursos. Esses movimentos profissionalizam ainda mais essas gestoras, aumentam suas governanças e, no caso dos bancos estatais, vão servir ainda para capitalizar o governo federal. Tenho certeza que será uma tendência clara nos próximos anos”, afirma um executivo que trabalha em uma grande plataforma de investimentos.
O gestor de banco internacional complementa: “Quem fizer a operação primeiro, ou seja, vender antes, vai vender melhor...”.
Rodolfo Riechert, presidente do Grupo Brasil Plural, ressalta que esses movimentos farão sentido apenas para aquelas casas administradoras de recursos diversificadas.
“Essas gestoras têm a indústria completa. Oferecem os mais diversos tipos de produtos e podem se adaptar às instabilidades do mercado. Então se estivermos num momento de bolsa forte, eles têm produto. Se a renda fixa é que estiver bem, igualmente eles vão conseguir atender o cliente”, avalia.
Já as gestoras que focam uma aplicação específica, como uma gestora dedicada a investir em ações, terão menores condições de listar suas ações na bolsa.
Hoje no Brasil quem mais se encaixa nesse quadro de alta diversificação de produtos são as gestoras dos grandes bancos. Embora nada impeça que, de olho no incremento desse segmento de investimentos no Brasil, grandes players internacionais se associem a gestores locais e usem a abertura de capital como uma forma de selar a governança da parceria.
Com os recursos captados com a venda de parte do negócio, os bancos poderão reforçar suas áreas de crédito, mas mantendo o controle para garantir o fluxo de clientes. Outro grande apelo embutido nos IPOs seria que, separando o negócio de dentro de todas as atividades do banco, as assets ganhariam em eficiência e profissionalização.
Nos Estados Unidos, a maioria dos grandes bancos não tem as áreas de gestão de recursos embutidas nos negócios, mas sim separadas em uma das unidades debaixo das holdings financeiras. O interessante para os bancos também seria transformar em capital um ativo hoje mal precificado dentro dele.
Quanto vale?
“Se o Itaú, que é um ótimo banco, super bem gerido, abrisse o capital da seguradora, da asset, do banco de investimento, ele possivelmente valeria na bolsa o dobro do que vale hoje. Esses negócios têm um valor dentro da operação e outro valor se forem isolados do negócio, pois o potencial dele fica mais claro”, afirma Riechert, da Brasil Plural. O banqueiro afirma que a eficiência das gestoras dos grandes bancos pode e precisa melhorar.
Mas uma grande questão a que o investidor eventualmente interessado a entrar nos IPOs precisa avaliar é que o momento atual é de uma troca no modelo de captação.
Hoje, o cliente chega no banco e acaba comprando diversos produtos e serviços, na maioria das vezes oferecidos pelos gerentes. Mas as fintechs estão revolucionando esse processo.
Normalmente os produtos dos bancos cobram taxas de administração muito altas, o que afeta a rentabilidade e, de certa forma, facilita o trabalho das plataformas de roubarem os clientes deles.
Ainda há instituições que oferecem hoje fundos DI com taxas de administração na casa dos 4%, o que não existe na indústria independente. Antes das plataformas, com a inércia de investir apenas naquilo que via em seu banco, o cliente não tinha como enxergar isso.
Riechert destaca ainda que não seria exagero dizer que nas conversas entre gerentes e clientes nos grandes bancos hoje possa até mesmo acontecer alguma venda casada de produtos - por exemplo, uma oferta de crédito, ligada à venda de um produto.
O banqueiro não duvida de que muito em breve haja alguma legislação mais forte e mais específica para combater isso. Por essa razão seria importante os bancos melhorarem a eficiência de seus negócios de gestão e já se preparassem para cenários talvez um pouco mais desafiadores na captação.
Dividendos gordos?
As unidades de gestão de fundos dos bancos demandam baixo investimento de capital, apresentam muita recorrência de resultado e têm ganhos certos com taxas de administração e prováveis com as de performance.
Por essa expectativa de lucro recorrente, têm tudo para entrar no grupo das “grandes pagadoras de dividendos”, segundo Riechert, citando como exemplos o que já ocorre hoje com BB Seguridade e IRB. Essa tese vale tanto para Caixa e BB, que são estatais, quanto para os grandes privados, com o Bradesco e Itaú.
“Hoje você não consegue comprar apenas essa tese, pois quando você compra uma ação de um banco, está se associando a todo o negócio”, diz. Não que os bancos tenham decepcionado em termos de retorno e dividendos, obviamente.
Um outro banqueiro só faz a ressalva de que talvez a motivação das ofertas de gestoras e BB e Caixa não seja exatamente monetizar esse negócios, mas sim diminuir o peso do Estado e contribuir para o ajuste das contas do país.
De olho na governança
O problema dessas operações, observa um gestor, é que o que vai para a bolsa não são empresas, mas sim “estruturas” que só funcionam dentro de outras - nesse caso, dependentes dos bancos. Para fazer sentido, a instituição precisaria ter a motivação de tornar essa unidade de seus negócios mais independente, de fato.
Mas sempre vai pairar a dúvida de que elas podem servir a interesses específicos ou estratégias dos controladores. Um caso recente foi o da Gol, que provocou polêmica com os minoritários do programa de fidelidade Smiles ao anunciar a reincorporação da empresa.
Mas o ponto do gestor é que, antes de entrar numa oferta como essa, o investidor vai ter de ser muito bem convencido de que ela representará eficiência para as gestoras.
Isso porque, se existe a percepção de que a velocidade de captação dos bancos no longo prazo tende a ser afetada, eficiência e competitividade vão passar a ser as razões do negócio.
Um grande investidor, que costuma sempre buscar oportunidade em IPO, acredita que essas ofertas sairão se os bancos enxergarem que hoje estão sendo avaliados a um múltiplo x e que, se separarem a asset do negócio, ela vai poder valer 2 ou 3x.
“Eu acho difícil dizer que a asset vai ser melhor tocada se for aberta. Talvez, sob o ponto de vista de eficiência, essa expectativa valha mais para a BB DTVM, do que para as de Bradesco e Itaú. Mas mesmo assim não é algo certo.”
O atrativo mais forte para uma oferta dessas é a possibilidade de o investidor se associar a um negócio com clara tendência de crescimento. “Fora do banco, a asset tende a crescer mais rápido do que o banco em si, porque ela vai ficar mais leve. E investidor gosta de história de crescimento”, diz.
Bolão paulistano fatura Quina e 16 pessoas ficam a meio caminho do primeiro milhão; Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões hoje
Prêmio principal da Quina acaba de sair pela terceira vez em novembro; Lotofácil acumulou apenas pela segunda vez este mês.
A família cresceu? Veja os carros com melhor custo-benefício do mercado no segmento familiar
Conheça os melhores carros para família em 2025, com modelos que atendem desde quem busca mais espaço até aqueles que preferem luxo e alta performance
Batata frita surge como ‘vilã’ da inflação de outubro; entenda como o preço mais salgado do petisco impediu o IPCA de desacelerar ainda mais
Mesmo com o grupo de alimentos em estabilidade, o petisco que sempre está entre as favoritas dos brasileiros ficou mais cara no mês de outubro
“O Banco Central não está dando sinais sobre o futuro”, diz Galípolo diante do ânimo do mercado sobre o corte de juros
Em participação no fórum de investimentos da Bradesco Asset, o presidente do BC reafirmou que a autarquia ainda depende de dados e persegue a meta de inflação
Governo Lula repete os passos da era Dilma, diz ex-BC Alexandre Schwartsman: “gestão atual não tem condição de fazer reformas estruturais”
Para “arrumar a casa” e reduzir a taxa de juros, Schwartsman indica que o governo precisa promover reformas estruturais que ataquem a raiz do problema fiscal
Bradesco (BBDC4) realiza leilão de imóveis onde funcionavam antigas agências
Cinco propriedades para uso imediato estão disponíveis para arremate 100% online até 1º de dezembro; lance mínimo é de R$ 420 mil
Maioria dos fundos sustentáveis rendeu mais que o CDI, bolsa bate novos recordes, e mercado está de olho em falas do presidente do Banco Central
Levantamento feito a pedido do Seu Dinheiro mostra que 77% dos Fundos IS superou o CDI no ano; entenda por que essa categoria de investimento, ainda pequena em relação ao total da indústria, está crescendo no gosto de investidores e empresas
Lotofácil 3536 faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e prêmio acumulado chega a R$ 100 milhões
Lotofácil continua brilhando sozinha. A loteria “menos difícil” da Caixa foi a única a pagar um prêmio milionário na noite de terça-feira (11).
ESG não é caridade: é possível investir em sustentabilidade sem abrir mão da rentabilidade
Fundos IS e que integram questões ESG superaram o CDI no acumulado do ano e ganham cada vez mais espaço na indústria — e entre investidores que buscam retorno financeiro
O carro mais econômico do mercado brasileiro é híbrido e faz 17,5 km/l na cidade
Estudo do Inmetro mostra que o Toyota Corolla híbrido lidera o ranking de eficiência no Brasil, com consumo de 17,5 km/l na cidade
Mesmo com recordes, bolsa brasileira ainda está barata, diz head da Itaú Corretora — saiba onde está o ouro na B3
O Ibovespa segue fazendo história e renovando máximas, mas, ainda assim, a bolsa se mantém abaixo da média histórica na relação entre o preço das ações das empresas e o lucro esperado, segundo Márcio Kimura
A ‘porta dourada’ para quem quer morar na Europa: por que Portugal está louco para atrair (alguns) brasileiros
Em evento promovido pela Fundação Luso-Brasileira na cidade de São Paulo, especialistas falam sobre o “golden visa” e explicam por que este pode ser um “momento único” para investir no país
“O Agente Secreto” lidera bilheteria, mas não supera “Ainda Estou Aqui” no primeiro fim de semana nos cinemas
Filme supera estreias internacionais e segue trajetória semelhante à de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles
Destino apontado como uma das principais tendências de viagem para 2026 no Brasil é conhecido por seus queijos deliciosos
Destino em alta para 2026, a Serra da Canastra é um paraíso de ecoturismo com cachoeiras, fauna rica e o tradicional queijo canastra
‘FLOP30’? Ausência de líderes na COP30 vira piada nas redes sociais; criação de fundo é celebrada
28 líderes de países estiveram na Cúpula dos Chefes de Estado da COP30. O número é menos da metade do que foi registrado em 2024
A bolha da IA vai estourar? Nada disso. Especialista do Itaú explica por que a inteligência artificial segue como aposta promissora
Durante o evento nesta terça-feira (11), Martin Iglesias, líder em recomendação de investimentos do banco, avaliou que a nova era digital está sustentada por sólidos pilares
O clube que não era da esquina: o que fazer no bairro de BH eternizado pela música de Lô Borges, Milton Nascimento, Skank e Sepultura
Movimento de Lô Borges, Milton Nascimento e outros grandes nomes não nasceu na esquina de Santa Tereza, mas tem muitos locais de referência ao grupo
Pomba ou gavião? Copom diz que Selic em 15% ao ano por ‘período prolongado’ é suficiente para fazer inflação convergir à meta
Assim como no comunicado, a ata não deu nenhuma indicação de quando o ciclo de corte de juros deve começar, mas afirmou que o nível atual é suficiente para controle de preços
Bolão fatura Lotofácil e Dupla Sena salva a noite das loterias da Caixa com novo milionário em SP
Prêmio principal da Lotofácil 3535 será dividido entre 10 pessoas; ganhador da Dupla Sena 2884 apostou por meio dos canais eletrônicos da Caixa
O oráculo também erra: quando Warren Buffett deixou de ganhar dinheiro por causa das próprias estratégias
Mesmo após seis décadas de acertos, Warren Buffett também acumulou erros bilionários — da compra da Berkshire ao ceticismo sobre bitcoin e ao fiasco com a Kraft Heinz