Com a demanda aquecida, os balanços das construtoras têm tudo para ser fortes neste trimestre
As expectativas dos analistas em relação ao balanço das construtoras são bastante positivas, em especial para a Cyrela e a EZTec. Com as vendas mais fortes de unidades recém-lançadas, as empresas do setor de média e alta renda tendem a ir particularmente bem; já as companhias do segmento de baixa renda têm potencial para continuar saudáveis, mas mostrando uma evolução menos intensa
Ao falar sobre as construtoras e incorporadoras, sempre é conveniente separá-las em dois grupos: o das voltadas ao segmento de baixa renda e o das dedicadas às faixas de média/alta renda. Afinal, no passado recente, essas categorias tiveram desempenhos bastante distintos.
Enquanto as companhias do primeiro time conseguiram atravessar os últimos anos sem maiores turbulências, sustentadas pelos incentivos governamentais do programa 'Minha Casa, Minha Vida' (MCMV), as da segunda equipe sofreram com as condições mais restritas de crédito e, consequentemente, com a demanda em queda.
Só que, em meio à retomada gradual da confiança dos consumidores e empresários, à perspectiva de reaquecimento da economia e aos juros potencialmente mais baixos no futuro, as construtoras de média e alta renda estão conseguindo reagir. E os balanços do segundo trimestre deste ano tendem a mostrar uma recuperação mais forte dessas empresas.
Dando nome aos bois: Cyrela e EZTec aparecem como as melhores posicionadas nesse grupo, enquanto a Even fica um pouco para trás nas preferências. A Cyrela e a Even têm tudo para reverter o prejuízo visto no segundo trimestre de 2018 e reportar lucro entre abril e junho deste ano; a EZTec tende a multiplicar seus ganhos.
E as construtoras e incorporadoras da baixa renda? Bom, para elas, o jogo segue igual: a demanda nesses segmentos continua forte, dando sustentação às operações dessas companhias — e mantendo seus balanços saudáveis, embora sem o potencial de evolução a ser mostrado pelas companhias citadas acima.
Neste grupo, destaque para Direcional e Tenda — a MRV, contudo, também deve apresentar resultados interessantes neste trimestre.
Leia Também
Ações do Assaí (ASAI3) despencam 14% com empresa na mira do Fisco; Yduqs (YDUQ3) salta e lidera altas do Ibovespa na semana
Onde investir em outubro? Eletrobras (ELET6), Cyrela (CYRE3), Alianza Trust (ALZR11) e mais
Eu compilei as projeções e opiniões de cinco grandes instituições financeiras a respeito dos resultados dessas seis empresas — a saber: Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, Credit Suisse e uma quinta casa que pediu para não ser identificada nesta matéria. E, fazendo uma média das estimativas, dá para ver que o tom é de otimismo em relação às construtoras e incorporadoras.
Três dessas companhias reportam seus números já nesta quinta-feira (8): MRV, Cyrela e Tenda. A Direcional publica seus resultados na próxima segunda-feira (12), enquanto Even e EZTec soltam os balanços na quarta (14).
As médias das estimativas das instituições — e as comparações com os dados do segundo trimestre de 2018 — estão mais para baixo. No entanto, antes de pular diretamente aos números, é importante que você entenda um pouco sobre o atual momento das construtoras e incorporadoras que atuam nesses dois segmentos.
Média e alta renda aquecendo
Em relatório, as instituições identificam uma situação recorrente nas empresas do setor de média e alta renda: apesar de as vendas de imóveis prontos que estão no estoque permanecerem lentas, o comércio de unidades recém-lançadas está bastante aquecido.
"Claramente, os laçamentos estão dando suporte à evolução nas métricas operacionais do setor de média renda", escreve o analista Victor Tapia, do Bradesco BBI, em relatório. "Esperamos que essa dinâmica continue assim por um tempo, com os estoques finalizados mantendo um ritmo mais lento, a não ser que a recuperação macroeconômica seja bem mais rápida que o esperado".
O BTG Pactual destaca que o ritmo mais elevado de vendas de lançamentos é benéfico para as construtoras e incorporadoras desse segmento porque tais imóveis possuem margens superiores as das unidades em estoque.
"O setor de média e alta renda deve ser a estrela dessa temporada", escrevem Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, analistas do BTG, apontando a Cyrela e a EZTec como as empresas com maior potencial para apresentarem bons resultados nesse trimestre.
O Itaú BBA também coloca Cyrela e EZTec em destaque: para a equipe liderada pelo analista Enrico Trotta, a primeira deve ser beneficiada pela combinação de crescimento da receita e geração sólida de caixa, enquanto a segunda aparece bem posicionada para apresentar uma sólida expansão na rentabilidade.
Baixa renda ainda forte
Quanto ao segmento de baixa renda, os analistas não esperam grandes surpresas: em linhas gerais, as expectativas para o trimestre são positivas — no entanto, o desempenho de empresas como MRV, Direcional e Tenda pode ser ofuscado pelo potencial recuperação das empresas de média e alta renda.
Para o BTG Pactual, as construtoras e incorporadoras desse segmento são menos voláteis e, assim, não há expectativa quanto a uma evolução expressiva nos resultados. "Mas essas empresas permanecerão muito rentáveis", destacam Cambauva e Credendio.
O Itaú BBA pondera que as companhias de baixa renda tendem a se beneficiar da base de comparação mais fraca do segundo trimestre do ano passado. "Mas o crescimento da receita dessas companhias deve ser parcialmente ofuscado por alguma compressão na margem bruta, refletindo o arcabouço menos favorável aos subsídios no MCMV".
Por fim, o Bradesco BBI destaca os players desse setor entregaram um desempenho operacional bastante forte no trimestre, impulsionados pelo foco de tais companhias na construção de unidades com preços mais acessíveis — o banco elege Tenda e Direcional como suas favoritas nesse segmento.
Aos números
Comecemos as projeções pelo setor de média e alta renda, já que, nas palavras do BTG, tais empresas tendem a ser as estrelas da temporada de balanço. Os dados de receita, Ebitda e lucro estão sempre denominados em milhões de reais:
Cyrela
Segundo a média das estimativas das cinco casas consultadas pelo Seu Dinheiro, a receita líquida da Cyrela tende a aumentar 56,4% em relação ao segundo trimestre de 2018, chegando a R$ 1,001 bilhão. A média das projeções ainda aponta para um lucro líquido de R$ 93,8 milhões, revertendo a perda de R$ 28 milhões vista há um ano.
Pontos para ficar atento: a geração de caixa no trimestre, que deve prosseguir sólida, conforme visto no primeiro trimestre deste ano
EZTec
Os analistas também projetam uma forte evolução nos resultados da EZTec: a receita irá mais que dobrar e o lucro líquido, mais que quadruplicar em relação ao segundo trimestre do ano passado, de acordo com a média das estimativas.
Pontos para ficar atento: a potencial expansão da margem bruta; no entanto, a empresa tende a registrar uma queima de caixa no trimestre
Even
A receita líquida da Even irá crescer num ritmo menor que a da EZTec e da Cyrela, de acordo com os analistas. A empresa, contudo, conseguirá reverter o prejuízo líquido do segundo trimestre de 2018.
Pontos para ficar atento: margens brutas e retorno sobre o patrimônio (ROE)
Direcional
A Direcional é outra empresa que tem potencial para reverter o prejuízo líquido do segundo trimestre do ano passado, de acordo com os analistas. A receita líquida e o Ebitda tendem a crescer num ritmo forte.
Pontos para ficar atento: margem Ebitda ajustada — BTG e Bradesco BBI projetam 16% e 15,2%, respectivamente.
Tenda
Os analistas projetam que a Tenda irá reportar crescimentos relativamente constantes na receita, no Ebitda e no lucro líquido — este último chegará a R$ 57,8 milhões no trimestre.
Pontos para ficar atento: a relação entre geração de caixa e despesas
MRV
O lucro líquido da MRV deve aumentar 18% na base anual, chegando a R$ 195,8 milhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com as projeções dos analistas. Mas o Ebitda — isto é, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — deve subir apenas 4,1%, para R$ 258,2 milhões.
Pontos para ficar atento: a possível queda na margem bruta em função do mix menos favorável, com mais projetos no 'MCMV 1,5'.
Dado de emprego arrasa-quarteirão nos EUA faz bolsas subirem, mas pode não ser uma notícia tão boa assim. Como ficam os juros agora?
A economia norte-americana abriu 254 mil vagas em setembro, bem acima das 159 mil de agosto e da previsão de 150 mil; a taxa de desemprego caiu 4,2% para 4,2% e os salários subiram
Dona da Serasa compra ClearSale (CLSA3) com prêmio de 23,5% sobre cotações, mas por menos da metade do valor do IPO; ações sobem forte na B3. O que acontece com os acionistas agora?
Em meio à saída da ClearSale da bolsa após três anos desde o IPO, os investidores da companhia terão três opções de recebimento após a venda para a Experian
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Vale (VALE3) destrona Itaú e se torna a ação mais recomendada para investir em outubro. A China não é mais pedra no caminho da mineradora?
Com resultados robustos e o otimismo em relação à China, a Vale se tornou a ação queridinha para este mês; veja o ranking com indicações de 12 corretoras
Como achar uma boa ação? Se a empresa que você investe não tiver essa qualidade, ela corre o risco de morrer no meio do caminho
Por menos de 9x lucros esperados para 2025, além de ser uma ótima empresa, a ação ainda guarda muito potencial de valorização
Atenção, investidor: B3 (B3SA3) lança novos índices de ações de empresas públicas e privadas; conheça
O objetivo dos novos indicadores, que chegam ao mercado no dia 7 de outubro, é destacar as performances dos ativos que compõem o Ibovespa de forma separada
Vamos (VAMO3): os três motivos por trás da queda de 11% desde o anúncio da reestruturação; ação recua na B3 hoje
A Vamos deverá se fundir com a rede de concessionárias Automob, que também é controlada pela Simpar — e o plano de combinação das operações gerou ruídos entre investidores
Efeito Moody´s passa e dólar sobe a R$ 5,4735; Ibovespa renova série de mínimas no dia e cai 1,38%, aos 131.671,51 pontos
Lá fora, as bolsas em Nova York e na Europa operaram no vermelho, pressionadas pela escalada dos conflitos no Oriente Médio
Varejistas, imobiliárias e mais: veja as ações mais (e menos) afetadas pela alta da Selic, segundo o BTG Pactual
Magazine Luiza, Casas Bahia e JHSF estão entre as empresas que mais podem sofrer com a alta da Selic; BTG aponta onde investir neste cenário
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Fim do casamento: Even (EVEN3) conclui venda de participação acionária na Melnick (MELK3)
No mês passado, após sucessivas vendas de ações, a incorporadora paulista tinha participação de cerca de 4,96% na companhia gaúcha
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Após renovar máxima no dia, Ibovespa perde os 134 mil pontos, mas fecha em alta de 0,77% com ajuda da Moody´s; dólar cai a R$ 5,4448
O principal índice da bolsa brasileira chegou mirar a marca dos 135 mil pontos, com renovações consecutivas de máximas intradia, mas perdeu um pouco do fôlego perto do fim das negociações
Gigante rebaixado: Depois de tantos recordes, Mercado Livre ficou sem espaço para subir mais? Veja o que diz o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para as ações MELI negociadas em Wall Street, de “overweight” — equivalente a compra — para neutro
Allos (ALOS3) anuncia “presente” aos acionistas com dividendos e recompra de ações; confira as condições
Após embolsar R$ 1,9 bilhão com a venda de shoppings, Allos (ALOS3) decide usar parte dos recursos com foco na base de acionistas; ações sobem na B3
Dexco (DXCO3) vende Duchas Corona — e se prepara para possível “banho de água fria” no próximo balanço
Famosa graças um jingle de sucesso nos anos 1970 e 1980, as Duchas Corona perderam mercado nos últimos anos; ações da Dexco (DXCO3) reagem em alta
Eneva (ENEV3) lança oferta primária na B3 e pode captar mais de R$ 4 bilhões com follow-on na bolsa
Considerando apenas o lote inicial, a operação deve movimentar pelo menos R$ 3,2 bilhões — e parte da demanda já está garantida
Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil
Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva
A Adidas pisa mais com Gazelle e Samba? Nike patina no trimestre e adia evento importante — mas tem carta na manga para dar a volta por cima
Sem inovação, a empresa norte-americana voltou a acusar o golpe da concorrência e vê lucro líquido e vendas desacelerarem nos três meses encerrados em agosto — mas prepara collab que promete gerar fila nas lojas
BB Investimentos corta preço-alvo para ações da MRV — mas analistas revelam por que você ainda deveria estar animado com MRVE3
A redução de preço-alvo para as ações da construtora de baixa renda teve um principal “culpado”: o desaperto monetário mais lento nos Estados Unidos