🔴 OURO DISPARA 55% EM 2025: AINDA DÁ PARA INVESTIR? – SAIBA COMO SE EXPOR AO METAL

Bruna Furlani

Bruna Furlani

Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.

De volta ao ringue

Um ano após privatização, ações da Cesp voltam ao radar de analistas e gestores

Instituições como Credit Suisse, Itaú BBA, Santander e JP Morgan estão entre as grandes casas que passaram a recomendar a compra dos papéis (CESP6) da antiga estatal paulista de energia

Bruna Furlani
Bruna Furlani
6 de novembro de 2019
5:59 - atualizado às 9:36
cesp
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

No meio de vários rostos ansiosos por saber onde estavam as principais apostas de grandes gestores no evento Forum Value Investing de que participei na última sexta-feira (1º) sobre estratégias de investimento em valor, uma das empresas escolhidas pelos especialistas me chamou a atenção.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre nomes conhecidos como Suzano, Vale, Localiza e JBS, despontou o da antiga estatal Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Quem mencionou a ação foi Ralph Rosenberg, sócio-fundador da gestora Perfin Investimentos, que possui mais de R$ 12 bilhões sob gestão.

Otimista com a empresa – que é também uma das maiores posições de um dos fundos da casa –, Rosenberg diz que a companhia pode virar "a próxima Engie, tanto em termos de geração de caixa quanto no pagamento de dividendos". Atualmente, a Engie é a maior produtora privada de energia elétrica do país e conta com capacidade instalada própria em 61 usinas, o que corresponde a cerca de 6% da capacidade do país.

E ele não está sozinho. Um ano depois de ter sido privatizada, a Cesp passou de patinho feio a cisne e voltou a chamar a atenção de gestores e analistas. Entre as casas que estão de olho nela, há grandes instituições como Credit Suisse, Itaú BBA, Santander e J.P.Morgan, que vêm recomendando a compra dos papéis (CESP6) no último mês.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A alta de mais de 42% desde o começo de 2019 na bolsa e de mais de 59% em um ano são reflexos de uma série de mudanças internas na empresa, como a entrada de dois grandes players no controle da companhia, além do foco em resolver passivos adquiridos enquanto a empresa ainda era estatal.

Leia Também

História de reviravoltas

A história da Cesp é digna de reviravoltas ao estilo do filme "O Sexto Sentido". Foram nada menos que quatro tentativas frustradas de venda pelo governo paulista até a privatização no ano passado, realizada na gestão de Marcio França (PSB). O novo dono da geradora de energia é o consórcio formado pela Votorantim Energia e pelo fundo de pensão canadense CPPIB.

A mudança no comando trouxe novos ares e perspectivas mais positivas para a companhia. Quem diz isso é Marcelo Sandri, que também é sócio da Perfin Investimentos. Segundo ele, os dois controladores fazem parte de um dos grupos de maior renome em termos de ativos industriais, com grande experiência no assunto, e que chegaram com sede de realizar mudanças para tornar a empresa mais eficiente.

Entre os feitos dos novos controladores está a autorização da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para iniciar a comercialização de energia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na visão de Sandri, a autorização vai permitir à Cesp estruturar melhor os contratos de venda da energia que produz, o que vai ajudá-la a consolidar-se como veículo de crescimento no setor.

"Outro ponto é que a nova gestão está focada em resolver os passivos que ela possui da época em que ainda era uma estatal. Ao resolver isso, a expectativa é que ela utilize todo o potencial de geração de caixa para se diversificar adquirindo companhias e entrando em outros terrenos para além de hidrelétricas", afirma.

Atualmente, a companhia detém a concessão de três usinas hidrelétricas: Jaguari, Paraibuna e Porto Primavera, que entregam uma geração de 1.013 MW médios.

Reflexo nos números

Além da mudança no discurso da companhia, o impacto pode ser visto no balanço da empresa divulgado na última quarta-feira (30). Os números apontam que o novo controle, - que está prestes a completar um ano -, conseguiu mudar as perspectivas para o potencial de geração de caixa (Ebitda) durante o período, com um resultado mais consistente para o indicador.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na ocasião, o potencial de geração de caixa ajustado ficou em R$ 235 milhões, valor que ficou bastante acima das expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg e que esperavam que o indicador ficaria em R$ 176,4 milhões.

Outro ponto que chama a atenção nos números da companhia é a redução do endividamento. No terceiro trimestre deste ano, a relação entre a dívida líquida e o potencial de geração de caixa (Ebitda) caiu para 2,4 vezes, ante a relação de 4 vezes vista no segundo trimestre de 2019.

A melhora também pode ser vista no incremento na margem Ebitda ajustada da companhia, que passou de 6% para 57%, o que representa uma variação de 51 pontos percentuais.

No mesmo período, houve ainda queda de 41% nos custos e despesas operacionais ante o terceiro trimestre de 2018.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda assim, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 8 milhões. Porém, o montante mostra uma evolução diante dos R$ 102 milhões de perda reportados um ano antes.

Dividendos extraordinários?

Mesmo precisando melhorar certos aspectos, as perspectivas de aumento do potencial de geração de caixa no longo prazo podem ter como reflexo o pagamento de maiores dividendos.

Com recomendação de compra para os papéis da companhia, os analistas do Itaú BBA se mostraram otimistas com a evolução do potencial de geração de caixa.

Em relatório enviado a clientes, eles afirmaram que, seguindo esse ritmo de geração de caixa, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda pode ser de 0,5 vezes em 2021, o que abriria espaço para o pagamento de dividendos extraordinários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo eles, se tudo seguir conforme o esperado, a companhia pode oferecer um dividend yield (que seria o valor do dividendo pago por ação no período de análise dividido pelo preço da ação) de 24% em 2022.

Duas cartas na manga

Entre os grandes trunfos que a empresa possui para ajudar a ter mais caixa está a indenização pleiteada pela companhia junto à União por conta de investimentos não amortizados em concessões vencidas e devolvidas ao governo. A questão envolve especificamente a hidrelétrica Três Irmãos.

A disputa ainda está em andamento no tribunal de primeira instância, já que o governo federal alega que a Cesp teria o direito de receber cerca de R$ 1,7 bilhão desde junho de 2012.

Porém uma perícia apresentou avaliação indicando que a indenização total seria de R$ 4,7 bilhões desde junho de 2012.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na visão dos analistas do Santander, a indenização total ficaria em torno de R$ 2,9 bilhões, levando em conta a indenização da usina, das eclusas e do canal, sem incluir o valor da terra de R$ 1,8 bilhão.

"O mercado está precificando o pior cenário para a resolução dessa disputa (R$1,7 bilhão) e, consequentemente, vemos a conclusão das deliberações do primeiro circuito como um potencial gatilho para o preço das ações", afirmam os especialistas do Santander.

E não é só isso que pode ajudar a companhia. A assinatura do novo contrato de concessão por mais 30 anos da hidrelétrica de Porto Primavera, principal ativo da empresa, também poderá trazer maior geração de caixa para que a companhia se consolide.

Processos judiciais e riscos

Mas a vida da companhia não será fácil. Ainda que as perspectivas futuras sejam mais positivas do que negativas, a Cesp coleciona algumas contingências bilionárias da época em que era estatal, com processos ainda em análise. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo dados recentes da companhia, hoje restam R$ 11,6 bilhões em pendências, sendo que R$ 2,2 bilhões referentes a ações judiciais ou administrativas com um risco que a companhia considera de perda provável. Os dados são até setembro deste ano.

Além dos processos, há outros pontos de risco que merecem atenção. O primeiro seria a questão da seca. Marcelo Sandri, da Perfin, destaca que os fatores meteorológicos têm ajudado a empresa, mas que se houver períodos de escassez de chuva, a companhia poderia ser afetada.

Há ainda o fato de que a agenda regulatória do setor poderia atrapalhar a rentabilidade das companhias de energia elétrica. Mas para o sócio da Perfin, as iniciativas que correm hoje são muito benéficas para o setor.

Outros pontos de atenção seriam algumas iniciativas recentes do governo voltadas a reduzir o preço do gás natural e oferecer outros tipos de incentivos para energias alternativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Se o governo começar a dar muitos incentivos para energias alternativas, isso poderia trazer maior competição para o mercado de energia, o que ajudaria a pressionar as tarifas", disse Sandri.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MERCADOS HOJE

Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA

21 de novembro de 2025 - 16:08

Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje

BAITA DOR DE CABEÇA

O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores

21 de novembro de 2025 - 14:10

A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista

OPAS E INTERNACIONALIZAÇÃO

Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?

21 de novembro de 2025 - 6:18

Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor

VIRADA NOS MERCADOS

Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir

20 de novembro de 2025 - 15:59

A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono

DADO DE EMPREGO

Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro

20 de novembro de 2025 - 12:15

Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho

MERCADOS LÁ FORA

Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer

20 de novembro de 2025 - 11:06

Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025

WHAT A WEEK, HUH?

Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário

20 de novembro de 2025 - 9:32

A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital

NÃO ENGATOU

Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?

19 de novembro de 2025 - 18:49

Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão

COMPRA OU VENDE?

SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano

19 de novembro de 2025 - 17:40

Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel

VAI CAIR NA CONTA?

Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo

19 de novembro de 2025 - 11:33

Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos

EFEITOS DO IMBRÓGLIO

Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima

19 de novembro de 2025 - 10:20

O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez

OPORTUNIDADES OU ARMADILHA?

Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas

19 de novembro de 2025 - 6:02

Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários

ALTA COM DESCONFORTO

Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual

18 de novembro de 2025 - 15:22

Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro

DEPOIS DA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa

18 de novembro de 2025 - 11:41

As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro

ONDA DE REVISÕES CONTINUA

Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação

17 de novembro de 2025 - 15:53

Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua

REAÇÃO AOS BALANÇOS

Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?

17 de novembro de 2025 - 15:15

Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar