Mercado tenta manter otimismo em dia de PIB
Investidor já espera uma queda da economia brasileira no início deste ano e uma desaceleração da atividade nos EUA, o que tende a manter a busca por segurança

O cenário (geo)político afasta-se do radar do mercado financeiro, neste dia de divulgação de dados de atividade aqui e no exterior. O destaque fica com os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (9h) e dos Estados Unidos (9h30) no início deste ano, pela manhã. No fim do dia, a China anuncia o desempenho da indústria e do setor de serviços em maio.
A depender dos resultados, os indicadores tendem a lançar luz sobre a perda de tração da economia global, principalmente nos países emergentes. Os EUA devem continuar sendo uma exceção a esse cenário de desaceleração. Afinal, o PIB norte-americano deve ter crescido 3,0% no primeiro trimestre, na leitura revisada, ante estimativa original de +3,2%.
Porém, os efeitos transitórios para essa expansão robusta entre janeiro e março - relacionados aos estoques e aos gastos de governos locais - não devem se repetir nos meses à frente. Além disso, houve uma piora na guerra comercial contra a China em maio. Portanto, não seria surpreendente um PIB dos EUA próximo a zero no segundo trimestre.
Aliás, o movimento de fuga para ativos mais seguros observado no exterior fez com que a curva implícita de juros nos EUA voltasse a ficar invertida, com a diferença de rendimento (yield) entre o título norte-americano de três meses e o de 10 anos (T-note) sendo a mais baixa desde 2007.
Trata-se de um indicador antecedente de ciclo econômico, que leva a crer que o atual estágio já está em nível avançado, sendo que a guerra comercial pode acelerar o movimento de chegada no fim do ciclo. Não se trata, necessariamente, de um risco de recessão nos EUA, mas a indefinição na disputa comercial com a China torna essa possibilidade mais latente.
Com isso, o investidor tende a manter a busca por segurança (fly to quality), em meio à percepção de que será difícil reverter a trajetória de desaceleração da economia global com estímulos de curto prazo. Ainda mais com a disputa entre EUA e China nas esferas comercial, tecnológica e geopolítica podendo agravar a situação, afetando o lucro das empresas.
Leia Também
Mercado se despede de 2019
A Bula da Semana: Adeus ano velho
Marcha ré
No Brasil, a economia já deve ter começado 2019 em marcha ré. A previsão é de que o PIB doméstico tenha interrompido uma sequência de dois anos (oito trimestres) seguidos de resultados positivos, caindo 0,2% nos três primeiros meses deste ano, em relação aos últimos três meses de 2018.
Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB do país deve ter crescido pela nona vez seguida, em +0,5%, porém, em um ritmo bem mais lento que o observado no confronto anterior (+1,1%). Se confirmados, os números tendem a mostrar a perda de tração da atividade nacional na virada do ano, com a retomada ficando aquém do esperado.
Com isso, é crescente a expectativa no mercado financeiro de que o Banco Central lançará mão de uma nova rodada de estímulos à economia, reduzindo a taxa básica de juros um pouco mais. Porém, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, descartou qualquer movimento na Selic, indicando que não irá tolerar inflação maior para estimular a atividade.
Mercados sem rumo
Os mercados internacionais amanheceram sem um rumo definido. Enquanto a sessão na Ásia ainda foi afetada pelas perdas em Wall Street na véspera, com Xangai e Tóquio caindo 0,3%, cada, os índices futuros das bolsas de Nova York sinalizam um pregão de recuperação hoje, à espera dos dados do PIB dos EUA.
Ainda assim, faltando poucos dias para o fim do mês de maio, o índice acionário norte-americano S&P 500 caminha para perdas ao redor de 5%, no pior desempenho mensal desde dezembro. Na Europa, as principais bolsas abriram em alta, beneficiadas também pelo avanço do petróleo, que tenta voltar à faixa de US$ 60.
Entre os metais básicos, o minério de ferro caiu ao menor nível em uma semana. Nas moedas, o dólar mede forças em relação às moedas rivais e correlacionadas às commodities. O euro, a libra e o iene estão estáveis, enquanto o dólar australiano ensaia alta. Entre os bônus, o yield da T-note segue no nível mais baixo desde 2017.
Agenda cheia
Além do PIB brasileiro, a agenda econômica doméstica traz também o IGP-M (8h), que deve seguir em desaceleração em maio. Nos EUA, saem também os pedidos semanais de auxílio-desemprego (9h30), as vendas pendentes de imóveis residenciais em abril (11h) e os estoques semanais de petróleo bruto e derivados (11h30).
Entre os eventos de relevo, merece atenção a pauta de julgamentos na Suprema Corte. O STF irá decidir sobre a manutenção da liminar de Ricardo Lewandowski que determina que o governo não pode vender empresas estatais sem o aval do Congresso e também sobre a liminar de Edson Fachin, que suspende a venda da TAG, subsidiária da Petrobras.
No Legislativo, o Senado deve apreciar hoje a Medida Provisória (MP) que cria programas de combate a fraudes na Previdência Social. A MP foi aprovada na Câmara dos Deputados durante a madrugada e pode perder a validade na próxima semana. A expectativa é de que a medida seja votada a tempo de não caducar.
Então, é Natal
Pausa no mercado doméstico, amanhã e quarta-feira, por causa das festividades natalinas reduz a liquidez dos negócios ao longo da semana
Mercado se prepara para festas de fim de ano
Rali em Nova York e do Ibovespa antecede pausa para as festividades de Natal e ano-novo, que devem enxugar liquidez do mercado financeiro nos próximos dias
CPMF digital e impeachment agitam mercado
Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara
Mercado em pausa reavalia cenário
Agenda econômica fraca do dia abre espaço para investidor reavaliar cenário, após fim das incertezas sobre guerra comercial e Brexit
Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior
Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa
China segue no radar, agora com dados de atividade
Crescimento da indústria e do varejo chinês acima do esperado em novembro mantém o apetite por risco no mercado financeiro
A Bula da Semana: Contagem regressiva
Última semana cheia de 2019 deve ser marcada por liquidez reduzida no mercado financeiro e ajustes de fim de ano nos ativos globais
Mercado comemora fim das incertezas
Vitória de Boris Johnson nas eleições, abrindo caminho para o Brexit, e progresso em direção a acordo comercial limitado entre EUA e China embalam os mercados
Copom se prepara para aterrissar e Brasil, para decolar
BC brasileiro indica que fim do ciclo de cortes da Selic está próximo, mas mantém porta aberta para novas quedas, enquanto S&P melhora perspectiva do rating do país
Dia de decisão de BCs
Bancos Centrais dos EUA e do Brasil anunciam decisão de juros, mas atenção do mercado financeiro está na sinalização dos próximos passos
Mercado resgata cautela, à espera de decisão
Véspera de decisão do Fed e do Copom e contagem regressiva para prazo final de novas tarifas dos EUA contra a China deixam mercados na defensiva
Agenda define rumo dos mercados
Expectativa por decisão do Fed e do Copom, na quarta-feira, e por acordo comercial entre EUA e China antes do dia 15 marcam início da semana
A Bula da Semana: Semana de decisão de BCs
Bancos Centrais dos EUA (Fed) e do Brasil (Copom) anunciam decisão sobre a taxa de juros na quarta-feira; um dia depois, é a vez do BC da zona do euro (BCE)
IPCA e payroll dividem atenção com guerra comercial
Dados de inflação no Brasil e emprego nos EUA devem agitar o mercado financeiro hoje, que segue atento ao noticiário sobre a guerra comercial
Mercado renova otimismo sobre acordo comercial
Investidor monitora negociações entre EUA e China e possibilidade de remoção de aumento tarifário previsto para o dia 15
Não vai ter acordo
As investidas protecionistas da Casa Branca, com o presidente norte-americano, Donald Trump, usando a artilharia das tarifas contra vários parceiros comerciais, assustam o mercado financeiro. Os investidores alimentavam esperanças de que Estados Unidos e China iriam assinar um acordo antes do fim do ano, mas já se dão conta de que uma nova taxação contra […]
Mercado entre guerra comercial e PIB
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre deste ano (9h) é o destaque do dia, já que a agenda econômica está esvaziada no exterior, mantendo o foco na guerra comercial. Aqui, a expectativa é de que a economia brasileira volte a surpreender, enquanto lá fora a preocupação é com as […]
Mercado renova esperanças no mês do Natal
Último mês do ano começa com esperanças renovadas em torno de acordo comercial entre EUA e China capaz de evitar novas tarifas no dia 15
A Bula da Semana: Agenda carregada recheia a semana
Último mês de 2019 começa com uma série de indicadores econômicos relevantes no Brasil, lançando luz sobre o cenário do país em 2020
Mercado mostra cautela na Black Friday
Investidor mostra pouca disposição em comprar ativos de risco, em meio à tensão entre EUA e China