🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercados atentos à queda de braço entre Congresso e Planalto

Governo sofre derrota na Câmara, que manda recado claro ao aprovar PEC que tira poder do Executivo sobre o Orçamento

Olivia Bulla
Olivia Bulla
27 de março de 2019
5:45 - atualizado às 9:44
Bomba
Pauta-bomba era contra ex-presidente Dilma e é oposta à proposta defendida por Guedes, de desvinculação completa
Ouça um resumo desta notícia

O governo sofreu uma dura derrota na noite de ontem, horas depois da desistência do ministro Paulo Guedes (Economia) de comparecer à sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Com ampla maioria, a Câmara aprovou, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que obriga o governo a executar todos os investimentos previstos no Orçamento, retirando do Executivo poder de remanejar despesas.

A aprovação - por 448 votos a 3 em primeiro turno e 453 votos a 6 na segunda rodada - foi um recado claro. A votação da PEC - tal qual a da reforma da Previdência - é uma vitória do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e foi articulada no auge da crise entre ele e o presidente Jair Bolsonaro. Nessa queda de braço, Maia mostrou que controla a Casa e jogou no colo de Bolsonaro uma pauta-bomba que era contra a ex-presidente Dilma Rousseff, desenterrando um projeto de 2015.

Por mais que o PSL tenha orientado voto a favor da medida, sugerindo que o Palácio do Planalto apoiava a PEC, o governo não conseguiria evitar uma derrota. Maia negou que a aprovação tenha sido uma retaliação e disse se tratar de “um momento histórico, com apoio do governo”. Agora, a matéria vai ao Senado, onde o governo ainda não foi testado. Será a vez do novato presidente Davi Alcolumbre mostrar sua capacidade de articulação.

O problema é que o projeto de orçamento impositivo aprovado na Câmara é contrário ao defendido por Guedes, que quer uma desvinculação completa das receitas e despesas da União. O ministro já teria preparado a chamada “PEC do pacto federativo”, que poderia salvar a trágica situação financeira de Estados e municípios. Na prática, agora, o governo fica obrigado a executar todas as emendas parlamentares a partir de 2020.

Novo revés deve pesar

Trata-se, portanto, de um revés à proposta do governo e que expõe a falta de articulação política do Palácio do Planalto. Após os ruídos entre Maia e Bolsonaro no fim de semana, houve pouco avanço na coordenação, com ninguém assumindo a responsabilidade pela composição da base aliada. Afinal, onde está o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil)?

Com isso, o mercado financeiro não consegue contar nem com o núcleo político do governo nem com a equipe econômica comandada por Guedes para orquestrar a favor da reforma da Previdência. Os ativos locais tendem sofrer uma renovada pressão hoje, ficando ao sabor do noticiário político.

Leia Também

O principal temor do investidor é em relação ao tempo que levará até a aprovação das novas regras para aposentadoria, lá no Senado, e a desidratação das medidas, o que pode reduzir o alívio nos cofres públicos. A desistência de Guedes de comparecer à sessão da CCJ ontem pegou mal nos negócios locais.

Por um lado, a decisão foi uma estratégia de defesa. Guedes foi alertado por aliados de Maia que a oposição iria dominar a rodada de perguntas. Esse recuo, por outro lado, mostra que a base aliada do governo segue desalinhada, o que poderia levar a uma exposição desnecessária do ministro.

Havia grande expectativa pela fala de Guedes sobre a reforma da Previdência. As apostas eram de que o conhecimento técnico dele seria capaz de melhorar o ambiente político, pavimentando um caminho para o andamento da proposta. Agora, ficou a sensação de que a reforma é indefensável e pode cair por terra diante do mínimo de argumentos contrários.

Após uma sessão acalorada na CCJ, ficou definido que será feito um novo convite a Guedes, que deve comparecer à comissão na semana que vem. Uma nova audiência está marcada para 3 de abril, sem convocação e sem condicionar presença à escolha do relator. Trata-se, portanto, de mais uma semana de adiamento da discussão sobre a Previdência.

Com isso, crescem as chances de a aprovação da Nova Previdência acontecer apenas no segundo semestre. Isso porque o mercado financeiro segue convicto ainda de que a reforma passa neste ano - e sem grandes alterações. Até porque, se não for em 2019, a percepção é de que não passa mais...

Exterior pode aliviar

Enquanto o ambiente doméstico segue pesado e avesso ao risco, o cenário externo pode aliviar parte da pressão local. O sinal positivo prevalece entre os índices futuros das bolsas de Nova York, sinalizando mais uma sessão positiva em Wall Street hoje, após um pregão misto na Ásia. Tóquio caiu (-0,2%), mas Xangai (+0,9%) e Hong Kong (+0,6%) subiram.

Os investidores estão atentos à chegada da delegação norte-americana em Pequim, para tratar da questão comercial entre Estados Unidos e China. A expectativa do presidente Donald Trump é por um acordo “excelente”, dando fim a disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

As negociações entre funcionários do alto escalão de ambos os governos começam amanhã e continuam na sexta-feira. Na sequência, o vice-primeiro-ministro, Liu He, deve viajar a Washington, na semana que vem. As tratativas sugerem que os dois lados estão determinadas em alcançar um acordo, dando o primeiro passo no caminho para a paz.

Ainda assim, o movimento nas bolsas também é reflexo do fenômeno que acontece entre os ativos de risco na esteira da inversão da curva de juros. Embora visto como um indicador de recessão, tradicionalmente, os rendimentos (yields) mais altos dos títulos curtos em relação aos longos também sinalizam períodos de fortes retomadas dos negócios com ações.

Nesta manhã, o yield do papel norte-americano de 10 anos (T-note) segue abaixo de 2,40%, ao passo que o dólar mede forças em relação às moedas rivais. O destaque fica com a libra, que é pressionada antes de uma votação no Parlamento britânico em busca de propostas alternativas à saída do Reino Unido da União Europeia (UE). O petróleo cai.

Pausa na agenda; olho na Vale

A agenda econômica desta quarta-feira está repleta de divulgações, porém, menos relevantes. O destaque por aqui fica com os dados do Banco Central sobre as operações de crédito em fevereiro, às 10h30. Depois, às 12h30, o BC volta a cena para informar os dados parciais sobre a entrada e saída de dólares do país.

Antes, sai (10h) o relatório do Tesouro sobre a dívida pública no mês passado. Logo cedo, às 8h, serão conhecidos os índices de confiança da construção civil e do consumidor neste mês. Na safra de balanços, após o fechamento local, sai o resultado da Vale referente ao quarto trimestre de 2018 - portanto, antes, da tragédia em Brumadinho (MG).

No exterior, destaque para o resultado da balança comercial dos Estados Unidos em janeiro (9h30), que pode servir de ingrediente para a disputa tarifária com a China. Também serão conhecidos os estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (11h30) e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, discursa, logo cedo.

Fora da região da moeda única, o Parlamento britânico vota hoje uma série de propostas e irão decidir se apoiam o acordo da primeira-ministra Theresa May ou mesmo se convocam um novo referendo sobre o Brexit. Os parlamentares poderão votar em quantas emendas quiserem e, ao final, serão apontadas quais tiveram maior adesão.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

PESQUISA

Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde

28 de abril de 2025 - 18:13

Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

METAL AMARELO

Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?

24 de abril de 2025 - 14:51

Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano

LADEIRA ABAIXO

Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs

24 de abril de 2025 - 14:17

Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius

NÚMEROS DECEPCIONANTES

A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca

24 de abril de 2025 - 11:26

Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault

Conteúdo Empiricus

‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado

24 de abril de 2025 - 10:00

CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar