Fed e Copom reúnem-se em meio à expectativa de mais alívio monetário
Investidores esperam corte nos juros tanto nos EUA quanto no Brasil, onde taxa deve renovar piso histórico

Os ativos financeiros globais iniciam a quarta-feira envoltos na cautela que tradicionalmente precede a reunião de política monetária do Federal Reserve Bank (Fed) em meio a algumas dúvidas pontuais quanto à possibilidade de o banco central norte-americano voltar a cortar sua taxa de juro de referência em um momento no qual investidores de todo o mundo pressionam por mais alívio monetário.
Ainda que a cautela dê o tom, os investidores respiram aliviados com a afirmação de autoridades sauditas de que a produção de petróleo do país será restabelecida em duas ou três semanas depois dos ataques rebeldes do último sábado contra sua infraestrutura.
Um dia depois de o petróleo ter registrado a maior alta da história em apenas um dia, o preço do barril devolveu parte considerável dos ganhos já na sessão de ontem, dando espaço para que os investidores finalmente pudessem concentrar o foco no Fed e, localmente, na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB).
Fed teme queimar etapas
Na véspera do anúncio da decisão do juro pela autoridade monetária dos Estados Unidos, previsto para as 15h, uma disparada nas taxas de curto prazo por lá levou o Fed regional de Nova York a promover uma recompra emergencial de US$ 75 bilhões em títulos para fornecer liquidez ao mercado. Foi a primeira ação do gênero em uma década.
No meio do rebu, o mercado chegou a sinalizar uma possível manutenção na taxa de referência pelo Fed. Entretanto, agentes do mercado financeiro agora mostram-se praticamente unânimes quanto à expectativa de um corte “preventivo” de 0,25 ponto porcentual (pp) na taxa de juro nos EUA.
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A expectativa maior diz respeito às sinalizações - seja no comunicado ou na entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, prevista para logo depois do anúncio - quanto à possibilidade de cortes futuros.
Ainda que o Fed esteja sob intensa pressão dos agentes do mercado e até mesmo do presidente dos EUA, Donald Trump, a autoridade monetária norte-americana está claramente preocupada com o risco de queimar etapas. Diretores do Fed temem que a interferência preventiva no juro deixe o banco central sem instrumentos adequados para agir quando for realmente necessário.
Selic deve registrar novo piso histórico
Às 18h, quando os mercados financeiros já estiverem fechados, o Copom anunciará sua decisão de juro. E surpresa haverá se não houver corte, ou se este vier abaixo de 0,50 pp. Praticamente não há dúvidas entre os investidores de que a taxa Selic será conduzida a um novo piso histórico, baixando dos atuais 6,00% para 5,50% ano.
Na avaliação dos especialistas do mercado, o Copom encontra-se num beco sem saída, uma vez que a inflação oficial segue em nível confortável e a atividade econômica brasileira continua fraca.
E enquanto os investidores aguardam as decisões de juro do Fed e do Copom, a cautela deve dar o tom nos negócios no Ibovespa e nos mercados de câmbio, enquanto ajustes pontuais podem ocorrer nos contratos futuros de juros.
Na Ásia, os mercados de ações fecharam com oscilações estreitas. As bolsas de valores europeias, por sua vez, abriram com um leve viés positivo, enquanto os indicadores futuros de Nova York sinalizam leve baixa.
No mundo dos indicadores, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga às 8h a segunda prévia de setembro do IGP-M, que pode trazer mais elementos a respeito da falta de pressão inflacionária
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