No mesmo dia em que o banco Banrisul informou sobre o fracasso de sua oferta, o Pan (código BPAN4) anunciou ao mercado que captou R$ 1,04 bilhões em ações em oferta subsequente de ações (follow-on), no fim da noite de ontem (19). A instituição atua nas linhas de empréstimo consignado, veículos e cartão de crédito.
O Pan informou que o preço por ação durante o processo conhecido como bookbuilding - em que há a precificação do papel - ficou em R$ 8,25. O valor ficou com um desconto de 9,1% em relação à cotação de fechamento dos papéis preferenciais do banco na última quinta-feira (19).
O banco coordenador líder da oferta é o BTG Pactual. O início da negociação dos papéis e dos recibos de subscrição da oferta deve ocorrer a partir de 23 de setembro.
Entenda a oferta
Ao fazer uma oferta com distribuição primária e secundária, o banco pretende captar dinheiro para aumentar o seu capital social, assim como vender os papéis que pertencem a um de seus acionistas. No caso, o acionista vendedor é a Caixa Participações (CaixaPar).
Com isso, ao fazer uma oferta secundária, o montante arrecadado com a venda dos papéis da CaixaPar vai para o caixa da própria companhia vendedora e não o do Banco Pan.
Hoje, os acionistas controladores do Pan são justamente a CaixaPar e o BTG Pactual, ambos com 41,7% da participação societária.
De acordo com o documento enviado ao mercado, com o aumento de capital, agora o capital social da companhia será de R$ 4,2 bilhões.
De olho no Pan
Os papéis do banco apresentaram uma valorização de 367,18% na bolsa neste ano.
Apenas para fins de comparação, no mesmo período, ações de bancões como o Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB4) subiram 4,88%, 5,14% e 7,66%, respectivamente. Até mesmo os papéis do Banco Inter (BIDI4) apresentam expansão menor, de 203,75%.
Entre as explicações para a valorização dos papéis do Banco Pan estão o anúncio de que a instituição prepara o lançamento de um banco digital voltado para as classes C, D e E. A previsão é que a estreia ocorra até o fim deste mês.
Mas há também outro fator. Os papéis ganharam um impulso extra em maio, quando foram incluídos em carteiras recomendadas da empresa de publicações financeiras Empiricus.