O mundo está tenso com a guerra comercial. Com a escalada nas tensões entre EUA e China e as barreiras protecionistas adotadas por ambos os lados, crescem as preocupações em relação à desaceleração da economia global. Mas, ao menos para a Nike, os tão temidos efeitos negativos gerados pela disputa ainda não chegaram.
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Pelo contrário: a gigante do setor de artigos esportivos vendeu como nunca no território chinês. E, com isso, a empresa americana reportou um crescimento expressivo na receita e no lucro líquido — o que fez suas ações decolarem nesta quarta-feira (25).
Os papéis da Nike (NKE) terminaram a sessão de hoje em alta de 4,16% nos Estados Unidos, a US$ 90,81. Assim, os ativos da companhia atingiram uma nova máxima histórica em termos de fechamento — as ações nunca tinham encerrado um pregão acima dos US$ 90.
A Nike terminou o trimestre encerrado em 31 de agosto com uma receita líquida de US$ 10,660 bilhões, cifra 7% maior que a reportada no mesmo intervalo de 2018. A empresa registrou crescimento nas vendas em todas as regiões geográficas, mas o desempenho na China foi particularmente forte.
Sozinho, o mercado chinês gerou US$ 1,679 bilhão em receita para a Nike, um aumento de 27% na base anual, excluindo-se as variações cambiais. A América do Norte continua como a maior divisão da empresa, respondendo por US$ 4,293 bilhões das vendas — a expansão nessa região, contudo, foi bem mais tímida: apenas 4%.
No mercado da Europa, Oriente Médio e África, a Nike obteve receitas da ordem de US$ 2,773 bilhões (+12%), enquanto na Ásia, Pacífico e América Latina foram gerados US$ 1,345 bilhão em vendas (+13%).
Analisando a receita de acordo com cada linha de produto, o setor de calçados foi responsável por gerar US$ 6,521 bilhões de receita (+11%), seguido pelo segmento de calçados esportivos, com US$ 3,121 bilhões (+9%). Os tênis da linha Converse responderam por US$ 555 milhões (+8%), e a área de equipamentos gerou US$ 448 milhões (+11%).
Eficiência
O bom desempenho no mercado chinês não foi o único fator que agradou os mercados. O custo de vendas dos produtos da Nike cresceu apenas 4%, para US$ 5,789 bilhões — portanto, num ritmo inferior ao avanço da receita líquida.
Assim, o lucro bruto da empresa saltou 11% na base anual, chegando a US$ 4,871 bilhões, com a margem bruta passando de 44,2% para 45,7% no trimestre encerrado no último dia 31 de agosto.
Além disso, as despesas gerais e administrativas da Nike no período também mostraram uma expansão relativamente controlada: a linha totalizou US$ 3,328 bilhões, um aumento de 9% em um ano. Esse fator, em conjunto com a redução de outras despesas, culminou num salto firme do resultado final da Nike.
A empresa encerrou o trimestre com um lucro líquido de US$ 1,367 bilhão, cifra 25% maior que a reportada no mesmo intervalo de 2018. Com isso, o lucro por ação (EPS) da companhia — uma métrica muito usada para analisar balanços no exterior — aumentou 28%, chegando a US$ 0,86.
"Mesmo em meio ao ambiente macroeconômico e geopolítico cada vez mais volátil, esperamos que nosso foco implacável na melhoria de atendimento ao consumidor continue impulsionando um crescimento forte e amplo em nosso portfólio global", disse Andy Campion, vice-presidente executivo da Nike.
