O hambúrguer vegano da Beyond Meat vendeu como nunca no trimestre. Mas o mercado queria mais
Produtora de hambúrgueres de origem vegetal que simulam carne bovina ou suína, a Beyond Meat viu sua receita quase quadruplicar no trimestre. Mas a empresa segue dando prejuízo
A Beyond Meat chegou aos mercados fazendo um estardalhaço — e, ao falar em mercados, eu me refiro tanto às redes de supermercados e restaurantes quanto às mesas de operação em Wall Street. Afinal, em ambos os casos, o hambúrguer vegano (sim, isso mesmo) da empresa tem feito um enorme sucesso.
A premissa da companhia é simples, porém ousada: produzir carne de origem vegetal, mas que possua sabor e textura semelhantes às da carne bovina ou suína — e que, inclusive, "sangrem" caso você prefira uma refeição mal passada. Uma ideia que soaria como insanidade há alguns anos, mas que tem feito sucesso na dieta dos agentes financeiros.
Para quem tem dúvidas, basta ver o desempenho das ações da empresa (BYND): os papéis começaram a ser negociados em Nova York no dia 2 de maio, ao preço inicial de US$ 25. Nesta segunda-feira (29), os ativos da Beyond Meat já valiam US$ 222,13 — uma valorização de 788% em pouco menos de três meses.
Todo esse otimismo se deve à percepção de que os produtos da Beyond Meat possuem um enorme potencial de ganho de mercado, uma vez que, ao tentar simular o gosto da carne bovina ou suína, a empresa pode conquistar consumidores que não necessariamente são veganos.
Em meio à forte valorização dos papéis da empresa e à demanda crescente pelo hambúrguer da companhia — recentemente, as redes de fast food Carl's Jr. e Dunkin' fecharam acordos para usar a carne da Beyond Meat em alguns lanches —, o mercado aguardava ansiosamente pelo balanço trimestral da empresa.
Os números referentes ao período entre abril e junho deste ano foram divulgados no início da noite desta segunda-feira (29). E quem apostava num banquete de carne vegetal, se deu bem: a empresa viu sua receita líquida quase quadruplicar em um ano. Mas, apesar disso, os agentes financeiros não saíram totalmente satisfeitos do jantar.
Leia Também
Tanto é que, nesta terça-feira (30), as ações da companhia operavam em forte baixa de 13,65% por volta de 10h55 (horário de Brasília), negociadas a US$ 191,94. Mesmo com a queda expressiva, os ativos da Beyond Meat ainda acumulam ganhos de 667% desde o IPO.

Menu degustação
Quem entrou na fila da inauguração dessa nova unidade da Beyond Meat — foi o primeiro balanço trimestral desde que a companhia abriu seu capital —, pode escolher diversas opções para comer. Alguns agradaram o paladar dos agentes financeiros, mas outras tiveram gosto de carne queimada.
Um dos combos que fez mais sucesso foi o da receita líquida: a empresa encerrou o trimestre com vendas de US$ 67,3 milhões, uma alta de 287,2% em relação aos US$ 17,4 milhões contabilizados há um ano. O resultado ficou acima da média das estimativas de analistas ouvidos pela Bloomberg, que apontava para receita de US$ 52,7 milhões.
Os acompanhamentos desse lanche também foram elogiados pelo mercado: as vendas dos hambúrgueres e outros produtos veganos da Beyond Meat deram um salto tanto nos supermercados e lojas de varejo (US$ 34,1 milhões, ganho de 192% na base anual) quanto nos restaurantes (US$ 33,1 milhões, avanço de 483%).
O combo número dois também esteve entre os preferidos do mercado. Tendo em vista o crescimento forte das receitas, a Beyond Meat elevou suas projeções para o ano de 2019. A companhia agora prevê receitas de US$ 240 milhões neste ano — a estimativa anterior era de US$ 210 milhões. No primeiro semestre, as vendas da empresa somaram US$ 107,5 milhões.
Caso confirmada, a receita projetada de US$ 240 milhões para o ano representa um crescimento de 170% em relação ao resultado apurado em 2018.
Indigestão
Já o combo número três, o do resultado líquido, não foi tão bem avaliado. Apesar do salto nas receitas, a Beyond Meat segue no vermelho: o prejuízo entre abril e junho desse ano chegou a US$ 9,4 milhões, acima das perdas de US$ 7,4 milhões vistas no mesmo período de 2018.
Com esse resultado, a empresa teve um prejuízo por ação de US$ 0,24 no trimestre — bem menor que a perda de US$ 1,22 contabilizada há um ano, uma vez que, de lá para cá, a Beyond Meat abriu se capital e emitiu papéis, o que dilui essa métrica.
É claro que a companhia ainda está em fase de crescimento e, assim, prejuízos não são de todo inesperados. Mas o ponto é que os analistas esperavam por uma perda menor: a média das estimativas da Bloomberg indicava um prejuízo por ação de US$ 0,09.
O que explica esse prejuízo ainda acima do esperado pelo mercado? Bom, apesar de a receita líquida ter crescido de maneira expressiva, os custos da Beyond Meat também deram um salto, e em magnitude ligeiramente maior que as vendas. Assim, a linha final do balanço continuou sangrando — como carne real.
Por fim, o combo número quatro também caiu mal no estômago dos mercados. Junto do balanço, a empresa informou que irá fazer uma oferta subsequente de 3,25 milhões de papéis — alguns dos acionistas que participaram do IPO, em maio, irão se desfazer seus papéis em bolsa e aproveitar os ganhos contabilizados desde então.
Ao todo, 3 milhões de ações serão vendidas por acionistas-chave, enquanto outros 250 mil papéis serão ofertados pela própria companhia — o preço ainda não foi definido. Segundo a Beyond Meat, os recursos a serem obtidos com a operação serão utilizados para continuar a aumentar a capacidade de produção e fornecimento da empresa, entre outros pontos.
Vai um hambúrguer?
Com essa impressionante valorização das ações desde o IPO, é inevitável fazer a pergunta: ainda dá tempo de comprar as ações da Beyond Meat? Ainda há espaço para as ações continuarem subindo?
Os analistas mostram-se cautelosos quanto às perspectivas para os papéis. Com a disparada tão intensa e num período de tempo tão curto, as ações da Beyond Meat não possuem nenhuma recomendação de compra — seis analistas atribuem classificação neutra aos ativos, e apenas um diz que é hora de vender, de acordo com a Bloomberg.
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
