Poupança teve melhor mês do ano, mas não é algo para se comemorar
Captação em setembro foi de R$ 8,541 bilhões, elevando a R$ 776 bilhões o estoque de recursos que poderiam ser melhor remunerados
A tradicional caderneta de poupança encerrou setembro com uma captação líquida de R$ 8,541 bilhões. Sétimo resultado positivo consecutivo, melhor mês do ano e melhor setembro da série história iniciada em 1995. Mas isso não é algo a se comemorar.
Por um lado, mostra que a breve recuperação da atividade tem algum reflexo positivo na renda da população. Por outro, evidencia que da pequena fatia que consegue ter essa sobra no orçamento, há um grande desconhecimento de como tratar melhor o seu dinheiro.
Digo isso, pois há melhores formas de poupar/investir e remunerar o suado dinheiro, com a mesma praticidade, segurança e liquidez da caderneta de poupança. Ontem mesmo, ao escrever sobre um estudo sobre as preferências do brasileiro com relação a investimentos comecei uma despretensiosa campanha.
O investidor pode se informar e investir em fundos de investimento que cobram baixas taxas de administração (na casa de 1%), investem em ativos seguros e, mesmo considerando o pagamento de Imposto de Renda, entregam um rendimento melhor. Pode-se apelar também para o Tesouro Direto e seu título atrelado à Selic. Que mesmo descontando a fatia do Leão, vai te dar um pouco mais, pois a poupança, paga 70% do juro básico neste momento. Nos dois casos o investidor mantém a desejada liquidez diária.
Se o horizonte de investimento for um pouco maior, as oportunidades também crescem. Se a opção for pelos fundos, atenção à taxa de administração, e composição da carteira. Se for no Tesouro, olho nas taxas oferecidas e no prazo em que está disposto a ficar sem acesso ao dinheiro.
De volta à poupança, esses R$ 8,541 bilhões captados mês passado se somam a um rendimento de R$ 2,825 bilhões. Com isso, temos um volume recorde de quase R$ 776 bilhões na caderneta sendo parcamente remunerados.
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No acumulado do ano, o saldo de captação é positivo em R$ 25,5 bilhões, mais que o dobro dos R$ 17,12 bilhões levantados em todo o ano de 2017. Entre 2015 e 2016 a poupança perdeu quase R$ 100 bilhões, mostrando o forte impacto da crise no bolso na população.
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