Mercados: todo mundo de olho no Fed
Um aumento do juro é a expectativa majoritária, com quase 70% de chances. Uma surpresa seria recebida com fogos de artifício
Bom dia, investidor! A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), às 17h, ainda pegará os mercados abertos aqui, com repercussão no dólar futuro e na bolsa. Um aumento do juro é a expectativa majoritária, com quase 70% de chances. Uma surpresa seria recebida com fogos de artifício.
Mas, mesmo uma alta hoje não estragaria a festa, a depender das novas projeções do FOMC (o Comitê Federal de Mercado Aberto) e da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell (17h30). A sinalização de uma pausa no aperto seria o melhor dos mundos.
Para o Bank of America, uma mensagem suave do Fed pode tirar os mercados do vermelho e pelo menos dar um bom alívio no mau humor precipitado pelos receios de que a desaceleração global atingirá os EUA mais cedo.
Levantamento do banco com gestores globais aponta que apenas 9% dos investidores esperam uma recessão em 2019. No entanto, 53% acreditam que o crescimento mundial vai perder força nos próximos 12 meses.
Eventuais mudanças no comunicado do Fed já podem dar indicações sobre o que esperar em 2019. O mercado está dividido sobre o futuro, mas grande parte (44,5%) acredita que o atual ciclo de aperto se encerra hoje. Os menos otimistas ainda precisam ouvir isso de Powell, que, em setembro, sinalizou mais três aumentos no próximo ano. Em novembro, mudou a conversa dizendo que a taxa estava pouco acima do nível neutro.
Deutsche Bank não descarta que hoje Powell afirme que os juros já podem ter atingido o nível neutro.
Leia Também
Junto com o comunicado, será divulgada a atualização das projeções do Fed para os juros, PIB e inflação.
No Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou à carga ontem pedindo ao Fed para que não deixe o mercado ficar ainda mais ilíquido do que já está. “Sintam o mercado, não se baseiem apenas em números inúteis.”
Mas o presidente dos EUA é responsável por outro foco de pressão, com a ameaça de shutdown, a partir da zero hora deste sábado, se não conseguir que o Congresso aprove os US$ 5 bilhões para o muro do México.
Isso também pesou no fechamento dos mercados, quando o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que não há consenso entre situação e oposição para evitar o travamento da máquina pública.
Antes do Fed
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May participa de sessão semanal de perguntas e respostas no Parlamento britânico (10h). Nos EUA, as vendas de moradias novas em novembro (13h) podem mostrar queda de 1%. Ontem, dois indicadores do mercado imobiliário americano vieram acima do esperado: as construções de moradias iniciadas em novembro aumentaram 3,2% e as permissões para novas obras subiram 5%. Na zona do euro, o importante índice Ifo de confiança das empresas alemãs caiu a 101, da previsão de 101,6 em dezembro. Para a Capital Economics, é mais uma evidência de desaceleração da economia do país. No mesmo horário do Fed (17h), o Banxico (México) divulga sua decisão de política monetária.
Por aqui
A Argentina entrou tecnicamente em recessão, com a segunda queda trimestral do Pib do terceiro trimestre (‐3,5% anual).
No Brasil, a agenda de indicadores prevê o índice nacional de expectativa do consumidor (Inec) da CNI (10h) e os dados semanais do fluxo cambial até 14/12 (12h30). Às 18h, reúne‐se o Conselho Monetário Nacional.
No Rio de Janeiro, o ex‐assessor de Flávio Bolsonaro presta depoimento ao Ministério Público sobre sua conta bancária pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Fabrício Queiroz não se manifestou desde que o caso explodiu, causando desgaste político ao novo governo.
Em Brasília, o presidente do Senado, Eunício de Oliveria convocou sessão para as 13h, em nova tentativa para votar o Orçamento de 2019. Não houve quórum ontem, com os deputados eleitos nas cerimônias de diplomação em seus Estados.
A votação do Orçamento não interessa aos novos parlamentares, que, assim, conseguiriam emplacar emendas já no primeiro ano de mandato, enquanto os que não foram reeleitos perderiam recursos para suas bases.
Sobra oferta, falta demanda
As cotações do petróleo voltaram a derreter, ontem, depois da notícia de que a produção da Rússia bateu o recorde de 11,42 milhões de barris por dia agora em dezembro. A informação reforça as dúvidas sobre o cumprimento do pacto firmado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) há apenas duas semanas, que confirmou um corte na produção de 1,2 milhão BPD, na tentativa de reequilibrar os preços.
“A estabilização do mercado de petróleo já é história”, disseram analistas do Commerzbank em nota a clientes. Se o que preocupava antes era o excesso de oferta, agora as apreensões com uma desaceleração econômica global pioraram o que já não estava bem, com as perspectivas de retração da demanda.
Nos EUA, a produção de óleo de xisto vai superar 8 milhões de barris diários pela primeira vez, segundo o Deprtamento de Energia (DoE). Na Nymex, o WTI/janeiro, que vence hoje, fechou com tombo de 7,17%, US$ 46,60. No pregão eletrônico, a queda foi ampliada para mais de 8%. Na Ice, o Brent/fevereiro caiu 5,61%, para US$ 56,26.
Após o fechamento, o API informou que os estoques subiram 3,5 milhões de barris na semana, muito acima do esperado (+920 mil). Hoje, os estoques do DoE (13h30) têm previsão de queda de 3,1 milhões de barris.
Pegou NY
À espera do Fed, com a ansiedade a mil, a fraqueza do petróleo contribuiu para o sobe‐e‐desce dos índices de ações, que fez o índice VIX, de volatilidade, encerrar no maior nível desde março (25,58 pontos). O S&P‐500 fechou virtualmente estável (+0,01%, 2.546,16 pontos), pressionado pela forte baixa dos papéis de energia, como Chevron (‐2,41%), ExxonMobil (‐2,76%), Chesapeake (‐5,78%). Já o Dow Jones subiu 0,35% (23.675,64 pontos) e o Nasdaq avançou 0,45% (6.783,91 pontos).
Aos 92 anos, Alan Greenspan, ex-presidente don Fed, prevê estagflação e aconselha: “Corram por proteção”.
O sentimento de cautela predominou também no câmbio e o dólar teve mais um dia queda ante os principais pares. Recuou ante o iene (112,59/US$), enquanto o euro avançou para US$ 1,1362 e a libra para US$ 1,2636. Frente às divisas emergentes, o comportamento foi misto, favorecendo o rand africano, a lira turca e o peso mexicano. Já contra o real, o dólar avançou, mas sem estresse, fechando a R$ 3,90 36 (+0,11%).
E pegou a Bovespa
O mercado não quer largar o osso. Sem o investidor estrangeiro, os fundos locais continuam sustentando a bolsa, que só perdeu os 87 mil, ontem, porque Petrobras sucumbiu ao petróleo. Petrobras PN (‐3,80%, a R$ 22) foi o destaque negativo do dia. Ampliou as perdas no finalzinho do pregão, levando o índice à vista a fechar aos 86.610,49 pontos, mas ainda em leve alta, de 0,24%.
Curtas
Ministério da Fazenda avaliza operação de fusão entre Embraer e Boeing e apressa a conclusão do negócio, com um “de acordo” da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Objetivo é “fechar” dentro do governo do presidente Michel Temer.
A Embraer também assinou contrato com Air Kiribati para venda de até quatro jatos E190‐E2 (US$ 243 milhões).
O BTG move ação de despejo de R$ 3,9 milhões contra a Gafisa por falta de pagamento de aluguel.
Nova gestora, GWI, suspendeu pagamentos de fornecedores e tenta revisar contratos.
Porto do Açu Operações planeja aeroporto depois de inaugurar heliporto para petróleo e gás.
Na Petrobras, o conselho aprova emissão de debêntures para captar até R$ 3 bilhões.
Oi pode ter de desembolsar mais de US$ 45 milhões para garantir aporte de R$ 4 bilhões.
A JSL recebeu rating AA (bra) da Fitch para sua proposta de lançamento de debêntures no valor de R$ 600 milhões.
A Eletrobras eleva garantia a 42,5% da dívida de R$ 8 bilhões de Santo Antônio.
A Cemig pagará juros sobre capital próprio de R$ 0,144013969 por ação, com pagamento em duas parcelas. A primeira em 28/6/19 e a segunda, até 30/12/19.
Na CPFL Energia, André Dorf apresenta pedido de renúncia ao cargo de diretor‐presidente. Gustavo Estrella, atual vice‐presidente Financeiro e de RI, foi escolhido como novo presidente.
A Smiles pagará juros sobre capital de R$ R$ 0,0147759102 por ON.
A Sanepar aprovou juros de R$ 1,6765 por unit.
A Odontoprev pagará dividendo de R$ 0,109524156 por ação e juros de R$ 0,029680887 por ação.
A Weg pagará juros sobre capital de R$ 0,051411765 por ação.
A Hypera vai pagar juros de R$ 0,1975 e de R$ 0,1536, a partir de 9/1/19.
A Engie informa que a data em que ações ficam ex é 27/12 e não 4/1. Juros serão de R$ 0,4865626949 por ação.
Na Triunfo, tráfego em rodovias administradas cai 1,9% em 2018 até novembro.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX