Tem uma expressão de mercado que diz “cash is king” ou “o dinheiro é rei”, que serve para diversas situações, entre elas momentos de incerteza, como o atual. Essa expressão casa bem com os dados da EPFR Global, que mostraram uma acentuada saída de recursos dos mercados de ações e títulos e uma captação recorde de mais de US$ 115 bilhões pelos “Money Market Funds”, fundos de curto prazo e baixo risco vistos como "porto seguro", na semana encerrada dia 12 de dezembro.
Segundo a consultoria, que acompanha mais de 100 mil fundos ao redor do mundo, com cerca de US$ 34 trilhões em ativos, os investidores saíram dos demais ativos, como ações e dívida soberana e corporativa, antes dos feriados de fim de ano.
Ainda de acordo com EPFR Global, motivos não faltam para essa postura mais defensiva. Os mercados continuam oscilando entre otimismo e pessimismo sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que vai começar a reduzir seu programa de compra de ativos, e no dia 19, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, deve confirmar mais um aperto de 25 ponto-base na taxa de juros dos EUA.
No cômputo geral do período, todos os fundos de ações acompanhados tiveram um saque líquido de US$ 38,9 bilhões e outros US$ 13 bilhões saíram dos fundos de dívida.
Mercados Emergentes
Entre os emergentes, a China continuou como destaque na categoria Fundos de Ações de Mercados Emergentes. Mas na avaliação da consultoria, os investidores estão cortando agressivamente a sua exposição aos mercados onde enxergam maiores riscos políticos e políticas econômicas inconsistentes.
Mesmo assim, a crença nas agendas reformistas segue atraindo dinheiro para os fundos de ações do Brasil e do México. Os fundos que investem em ações do Brasil captaram US$ 100 milhões no período, quarto resultado positivo das últimas sete semanas.
O gráfico abaixo mostra o fluxo para os fundos dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) mais Coreia do Sul de 2008 até hoje. Destaque para a Índia que segue com resultado positivo, mesmo depois do forte saque visto na semana, depois que o presidente do Banco Central deixou o cargo de forma inesperada.