Para os otimistas de plantão, que lá em fevereiro projetavam crescimento de 3% do PIB brasileiro neste ano, 2018 vai acabar deixando um sentimento de decepção. Isso porque a agência de classificação de risco S&P voltou a revisar para baixo a projeção de crescimento da nossa economia - de 1,8% para 1,4%.
Segundo relatório da S&P divulgado nesta segunda-feira, 1º, o cenário econômico não é nada positivo nem para o Brasil nem para os nossos vizinhos latinos. O dólar segue nas alturas, os juros dos Estados Unidos estão subindo e alguns países (como nós) vivem incertezas políticas.
"Acreditamos que, em geral, a situação macroeconômica se tornou mais desafiadora para a América Latina desde a nossa atualização trimestral anterior", S&P
No documento, a agência comenta que essas condições restringem os financiamentos externos e reduzem a confiança dos investidores. No caso do Brasil, esse problema é potencializado por dois agravantes chamados eleições e agenda de reformas.
Não estamos sozinhos
A S&P não citou apenas o Brasil como país afetado diretamente pelas dificuldades de promover mudanças fiscais em suas economias. A Argentina de Maurício Macri, com a taxa básica de juros a 65% ao ano, também teve sua capacidade de mudança colocada em xeque. A projeção do PIB dos hermanos em 2018 passou de expansão de 1,0% para contração de 2,0%.
Já em relação aos outros países latino-americanos, a S&P prevê que o México apresentará um crescimento real de mais de 2,0% neste ano e no próximo, além de acreditar que Chile, Colômbia e Peru apresentem um crescimento mais acelerado em relação ao ano passado.
Nem tudo está perdido (para a gente)
Mesmo patinando no crescimento, a estrutura de dívida e o risco de crédito do Brasil estão bem na fita. Pelo menos é o que indicou a agência de classificação de risco Moody's em outro relatório também divulgado nesta segunda-feira.
A agência cita Brasil e Chile entre os países da América Latina menos expostos às condições mais adversas de financiamento internacional, quando considerados a necessidade de financiamento bruto, o perfil de vencimento da dívida e a presença de colchões fiscais, mitigadores de riscos de crédito. O relatório, que avalia a estrutura de dívida de cada país, também menciona Argentina, República Dominicana, Honduras e Paraguai entre os países mais expostos a esses riscos, se desconsiderado qualquer fator atenuante.
*Com Estadão Conteúdo.