Jair Bolsonaro já deixou claro que, se for eleito, não vai levar a proposta de reforma da Previdência do governo Temer para frente. O candidato do PSL defende uma reforma própria, que ele mesmo chama de "mais realista e fácil de passar pelo Congresso".
A questão é que a grande névoa que rodeia as propostas econômicas dele e de seu futuro ministro da Economia (uma fusão de Fazenda e Planejamento), Paulo Guedes, coloca dúvidas e ansiedade em muita gente do mercado sobre como seria essa nova Previdência.
Mas aos poucos novidades vão aparecendo e as coisas vão ficando claras. Nesta quarta-feira, 17, por exemplo, o general Roberto Sebastião Peternelli Júnior, deputado federal eleito pelo PSL, e o capitão reformado do Exército Castelo Branco, eleito deputado estadual pelo partido em São Paulo, deixaram escapar que uma reforma da Previdência em um futuro governo Bolsonaro deve "preservar as especificidade das carreiras militares" e "combater privilégios".
"Os militares têm características completamente distintas de outras profissões. Há de se manter essas especificidades", Castelo Branco, capitão reformado do Exército.
Vale dizer que, semana passada, o Castelo Branco se encontrou com o economista Paulo Tafner para ouvir cenários para a reforma e ouviu de Tafner que existem três cenários possíveis, mas que os três inevitavelmente atingirão todas as camadas da sociedade serão afetadas.
"É preciso um estudo adequado se o desembargador vai entrar, o governador vai entrar, o deputado vai entrar, não há porque os militares não entrarem", disse Peternelli. "De formas diferentes, respeitando suas especificidades", completou Castelo Branco.
Sobre o combate a privilégios, nenhum dos dois deputados eleitos especificaram quais seriam.
*Com Estadão Conteúdo.