Bolsonaro está no preço. O que importa é se Paulo Guedes vai vencer os generais
As ideias de Guedes incluem as privatizações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras e da Eletrobras. Entre os aliados de Bolsonaro, há resistência em vender as ‘estatais estratégicas’. O salto do Ibovespa depende da visão que vai prevalecer no (provável) governo de Bolsonaro.

Por volta do segundo trimestre deste ano, se analisássemos as eleições presidenciais do próximo domingo, poderíamos supor que a semana que se inicia hoje seria composta de cinco dias de enorme volatilidade.
Pode até ser que isso aconteça, mas não pelos motivos imaginados naquela época.
Na ocasião, ainda não estava certo se Lula disputaria a presidência e se haveria um candidato liberal com chances de vencer e de fazer as reformas política, fiscal, previdenciária e administrativa, das quais o Brasil precisa desesperadamente.
Pois bem, a seis dias da votação, já se sabe que Jair Bolsonaro será o presidente. É este o único cenário que estou estudando.
Do lado perdedor, há dois tipos de eleitores: os petistas de carteirinha e os antibolsonaristas de fé. Este segundo grupo está encolhendo a olhos vistos.
Em várias comunidades de renda baixíssima, Bolsonaro já vence Haddad. Nas favelas do Rio de Janeiro, dominadas por traficantes ou milicianos, nem se fala.
Leia Também
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Só que o campo dos derrotados não interessa ao mercado, justamente porque será derrotado, após 16 anos de governo PT − não podemos nos esquecer que Michel Temer era vice na chapa de Dilma, tanto em 2010 como em 2014.
Vamos ao que importa: os vencedores.
O maior grupo de eleitores do Brasil
Se há gente tão chata quanto os fanáticos petistas, estes são os fanáticos bolsonaristas (ou bolsonarianos; o vocábulo ainda não chegou aos dicionários). E não são eles que irão eleger o capitão. Este subirá a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro de 2019 amparado pelos antipetistas, o maior segmento eleitoral do Brasil.
Sim, boa parte desse pessoal a quem o petismo causa urticária vota no capitão apenas para se livrar da turma do Mensalão, do Petrolão, dos invasores de terra, da anarquia e da gatunagem que tomou conta do Brasil nos últimos tempos.
Vejamos porque acho que esta semana não será decisiva. Isso só acontecerá quando ficar óbvio que o capitão fará as reformas necessárias, nelas incluídas o enxugamento do Estado, privatizações em massa, alteração nos sistemas previdenciário, trabalhista e fiscal.
Os civis e militares que apoiam Jair Bolsonaro estão sempre enviando mensagens conflitantes, muitas de um nacionalismo estilo Ernesto Geisel, o grande propulsor das estatais mastodônticas brasileiras.
Digamos que Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga”, consiga impor suas ideias na economia. Não podemos nos esquecer que elas incluem as privatizações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras, da Eletrobras, entre outras.
Isso seria simplesmente a coisa mais bullish que poderia acontecer no mercado de ações brasileiro. Estou falando da entrada nos cofres do Tesouro de valores que poderiam chegar a R$ 1 trilhão.
Nessa hipótese de privatização das quatro grandes, elas, só em impostos, arrecadarão, além do trilhão acima mencionado, valores muito maiores do que pagavam em dividendos. Isso aconteceu com a Companhia Vale do Rio Doce, desestatizada em maio de 1997, durante o governo FHC.
Se Paulo Guedes prevalecer, 200 mil pontos são pouco para o Ibovespa.
Discursos contraditórios
Só que as coisas não são bem assim. Jair Bolsonaro tem dito e repetido diversas vezes que é contra a privatização de estatais estratégicas, conceito que, se interpretado de uma maneira muito abrangente, poderá deixar de fora as empresas que realmente têm valor.
Não há de ser o fechamento do escritório do trem-bala Campinas/São Paulo/Rio que irá sanear as finanças.
Vejamos as ideias de alguns generais que cercam o candidato do PSL. Nem vou mencionar o Hamilton Mourão, que será eleito vice-presidente. Ele só está ali porque o senador Magno Malta recusou a candidatura, assim como aconteceu com a advogada Janaina Paschoal. Fora o príncipe Luiz Phlippe de Orleans e Bragança, que atrasou duas horas para o registro de sua candidatura.
Bolsonaro olhou para o lado, viu Mourão e disse algo como: “Vai você”.
Mas não é difícil isolá-lo durante quatro anos no recôndito do Jaburu.
Mas tratemos dos generais de Bolsonaro:
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, 70 anos, coordenador do programa de governo e provável ministro da Defesa. Primeiro comandante das forças da ONU no Haiti, dificilmente ele causará problemas para o capitão.
A bronca do general Heleno é com os índios. Acha que as terras demarcadas para eles são extensas demais.
Certa ou errada, essa linha de pensamento não altera o ânimo do mercado nem pra cima nem pra baixo, embora vá deixar muito cacique zangado e pintado para a guerra.
O general Oswaldo Ferreira, provável ministro de Infraestrutura, tem como grande ambição o término das obras de Angra 3. “Mas com que dinheiro?”, pergunto eu.
A usina está com 60% de suas obras prontas, já recebeu 10 bilhões de investimentos. Só que faltam mais 17 bilhões para a conclusão do projeto, valor esse que, de acordo com o general Ferreira, poderia ser obtido através de uma parceria com a China.
Acontece que Bolsonaro tem bronca dos chineses (“eles querem comprar o Brasil”) e aí surgirá um impasse.
O terceiro general, cotado para ministro da Educação do novo governo, é Aléssio Ribeiro Souto. Entre outras ideias pouco convencionais, Souto acha que o criacionismo deve ser ensinado nas escolas.
Guedes ou Geisel?
A eleição de Jair Bolsonaro pode dar um impulso gigantesco ao mercado de ações. Mas, antes que esse avanço ocorra, é preciso saber se vamos ter o liberalismo de Paulo Guedes ou uma nova versão do governo Geisel que, entre outros pecados, ignorou por muito tempo o primeiro choque do petróleo, do mesmo modo como Lula chamou a crise do subprime de “marolinha”. E deu no que deu.
Nada disso será decidido nestes últimos cinco dias úteis antes do segundo turno das eleições.
Essa é a razão pela qual eu confio desconfiando nas mudanças da economia e na aprovação das reformas, sem as quais o Brasil não sairá do lugar.
Bobagem apostar na Bolsa Bolsonaro (com perdão pelo trocadilho) esta semana. Tudo de bom que ela contém já está embutido no preço das ações. Resta saber se teremos um avançado Paulo Guedes ou um retorno anacrônico de Adão e Eva aos livros escolares.
Nem o Papa Francisco defende mais essa lorota.
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
China será a grande vencedora do desarranjo econômico global provocado por Donald Trump, diz Panamby Capital
Relatório da gestora destaca desorganização gerada pelas tarifas de Trump, crescimento da influência chinesa e boas perspectivas para Brasil e ativos emergentes.
Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana