Ibovespa: com instabilidade, pregão termina em baixa acentuada
A Bolsa ampliou o ritmo de queda nos últimos minutos, alinhado às baixas das bolsas de NY, em um pregão de liquidez bastante reduzida
A Bolsa de Valores de São Paulo passou a maior parte do dia nesta segunda-feira no vermelho. No finalzinho do segundo tempo, depois de o JP Morgan divulgar previsões ruins para a economia dos EUA, o Ibovespa mergulhou de cabeça no negativo e fechou em baixa de 1,24%, com 86.362 pontos. O anúncio de que a Boeing acertou os termos da compra da Embraer após um ano de negociações ajudou o Ibovespa no começo, mas não foi suficiente para sustentar o índice. Mesmo assim, o papel da aérea foi um dos mais valorizados nesta segunda-feira. O acerto cria uma nova empresa no valor de US$ 5,26 bilhões. Mas agora precisa ser submetido ao governo brasileiro. O dólar fechou em baixa depois dos dois leilões de linha feitos pelo Banco Central hoje, com oferta de R$ 1 bilhão terminou o dia com desvalorização de 0,18%, a R$ 3,89.
A moeda americana ampliou queda frente ao real nos últimos minutos, renovando sucessivas mínimas, em linha com o movimento observado em outros pares, como México e Colômbia, e acompanhando desaceleração da moeda americana frente a divisas mais fortes.
Tensão no final
O índice Bovespa ampliou o ritmo de queda nos últimos minutos, alinhado às baixas das bolsas de Nova York, em um pregão de liquidez bastante reduzida. Muita gente está preferindo esperar a ata do Copom amanhã e a reunião do Federal Reserve ( Fed, banco central americano), na quarta-feira.
A queda foi puxada principalmente pelas ações do setor financeiro, bloco de maior peso na carteira do índice. Segundo operadores, quem mais vende ações de bancos nesta tarde são investidores estrangeiros. Itaú Unibanco PN tinha queda de 2,17%. Os negócios na bolsa brasileira somavam R$ 13,5 bilhões, incluídos os R$ 6,1 bilhões movimentados no exercício de opções.
Na análise por ações, as quedas que mais exerceram influência sobre o comportamento do Ibovespa foram as do setor financeiro, com destaque para B3 ON (-2,01%), Itaú Unibanco PN (-2,67%) e Bradesco PN (-1,95%).
Previsões assombrosas
Dados econômicos dos Estados Unidos mais fracos do que o esperado divulgados hoje levaram a uma revisão para cima no risco de recessão no país de 37,1% para 37,8% nos próximos 12 meses, na avaliação do JPMorgan. Os indicadores também levaram o banco a revisar sua projeção de ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, cuja chance de alta abaixo de 3% nos próximos quatro trimestres é de 30,6%, na opinião do JP Morgan. Há um mês, a possibilidade de que o mesmo ocorresse era de -14,4%.
Leia Também
Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho deve perder fôlego e a criação de novas vagas deve desacelerar de 122 mil para 120 mil nos próximos 12 meses.
Aviões no forró
As ações da Embraer disparavam 4,05%, a R$ 21,57, refletindo a aprovação da parceria estratégica com a Boeing pelo seu conselho de administração. O conselho da fabricante de aviões brasileira anunciou que já autorizou envio de notificação solicitando a aprovação prévia da União.
Na avaliação do BTG Pactual, que reiterou recomendação de compra para a empresa brasileira, o anúncio é um passo positivo e que traz potencial de valorização do negócio de aviação comercial. Em relatório, o banco aponta que o valor bruto do negócio aumentou, com a Boeing avaliando a divisão de aviação comercial da Embraer em US$ 5,26 bilhões, ante um valor previsto originalmente de US$ 4,75 bilhões.
Corrida do minério
A despeito da alta do petróleo, as ações da Petrobras cederam valor nesta segunda-feira (ON 0,78% e PN 1,06%), destoando dos papéis da Usiminas PNA, com avanço de 4,37%, a maior alta do dia.
Também subiram outras siderúrgicas e a Vale, com 2,31%. Os analistas demonstram otimismo com as empresas produtoras de commodities metálicas para 2019. Ao tratar de Vale e siderúrgicas, a confiança está baseada principalmente na aceleração do ritmo de crescimento da China, e também na retomada da economia local, principalmente do setor automotivo, muito relevante para as produtoras de aço. As mudanças implementadas na China desde 2016, com o objetivo de reduzir a poluição, levaram ao fechamento de capacidade de produção, que aumentou a lucratividade das siderúrgicas chinesas e impulsionou um aumento na demanda por minério de maior qualidade, foco atual da Vale.
A CSN, por sua vez, subiu 2,51% depois de ter anunciado na última sexta-feira projeção para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A previsão da CSN, de Ebitda de R$ 7 bilhões em 2019, foi muito bem recebida pelos analistas, já que representa um crescimento de 30% frente ao projetado para este ano (R$ 5,5 bilhões).
Na corrida entre as duas siderúrgicas, porém, a Usiminas sai ganhando. Os investidores compraram mais Usiminas hoje, já que a ação está descontada em relação à sua concorrente. No ano, a CSN tem alta de quase 20%, enquanto a Usiminas sobe menos de 9%, já contabilizados os desempenhos de hoje.
Smiles e Gol
A ação ON da Smiles estão entre as de maiores ganhos, com alta de 2,51% após a sua controladora Gol informar que revisará o primeiro projeto de incorporação da empresa. Isso ocorre depois que a Comissão de Listagem da Câmara Consultiva de Emissores e Estruturadores de Ofertas da B3 decidiu pela inadmissibilidade da migração da empresa para o Novo Mercado, após a proposta inicial de incorporação da Smiles pela Gol.
De acordo com um operador do mercado, a notícia tende a ser positiva, já que o papel amargou perdas quando a proposta de incorporação foi anunciada em outubro. "A Smiles é uma empresa 'redondinha', que paga bons dividendos e a proposta de se juntar com a Gol, que é uma empresa com dívida, pesou nos negócios."
Após subir mais de 4%, as ações da Gol PN diminuíram o ritmo de alta e fecharam a 0,17% de elevação, em meio a movimentos especulativos e queda do petróleo. De acordo com Pedro Galdi, analista da Mirae Invest, existe muita especulação em torno da entrada de investidor estrangeiro, após a liberação do governo, e "o fato da empresa ter sido negada pela B3 para migrar para o Novo Mercado por causa de seu alto grau de endividamento dá mais gás para a entrada do investidor estrangeiro para arrumar a casa".
Além disso, segundo o analista, a queda do petróleo também beneficia a companhia aérea, observando que o Brent perdeu o patamar dos R$ 60 o barril e o WTI está próximo a romper os R$ 50 o barril.
Alimentos fraquinhos
Os dados sobre a economia americana desanimaram os investidores a aplicar em empresas que exportam para os EUA, como Marfrig e JBS. Refletindo essa decisão, a Marfrig ON foi a maior queda do dia, com retração de 3,3%. O frigorifico Minerva seguiu a concorrente e caiu 1,75%. A JBS ON terminou o dia valendo menos 1,49%.
Eletrobras
As ações PNB e ON da Eletrobras operam em baixa e fecharam com queda na casa dos 2% após o leilão da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), que estava previsto para quarta-feira (19), ser remarcado pelo BNDES para o dia 28 de dezembro. A entrega de documentos e propostas agora podem ser feitas até o dia 27, às 12h. "O adiamento dos leilões das distribuidoras sinaliza o quadro ainda mais incerto com a privatização da Ceal. A Ceal é a última das distribuidoras a ser privatizadas, e considerada a mais atrativa até agora", aponta Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
*Com Estadão Conteúdo
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX