Mercado testa otimismo
Aprovação da nova Previdência é só o começo de longa lista de reformas pendentes, mas sentimento é de que o Brasil está na direção correta

A reforma da Previdência foi aprovada ontem, em segundo turno, no plenário do Senado, por 60 votos a 19, mas a votação será concluída hoje (9h), com a análise dos dois últimos destaques. As novas regras para aposentadoria devem gerar uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos aos cofres do governo, ajudando a estabilizar as contas públicas.
Mas foi só o começo. Ainda há uma longa lista de reformas pendentes, como a tributária e a administrativa, além da agenda microeconômica e de privatizações. De qualquer forma, o sentimento é de otimismo, com o mercado financeiro doméstico acreditando que o Brasil, enfim, está fazendo a lição de casa, o que tende a estimular a recuperação econômica.
Com isso, os argumentos para o dólar superar a marca de R$ 4,20 e o Banco Central acelerar o ritmo e cortar a Selic em 0,75 ponto estão se perdendo. O que se viu ontem, então, foi uma correção de preços, com a moeda norte-americana caindo abaixo de R$ 4,10 e os juros futuros recompondo prêmios.
Já o Ibovespa renovou o topo histórico, subindo mais um degrau e indo aos 107 mil pontos, contrariando a "velha máxima" no mercado financeiro, que diz que a bolsa de valores "sobe no boato e cai no fato". Hoje, os ativos domésticos testam o fôlego para dar continuidade ao movimento, tentando se descolar do sinal negativo que prevalece no exterior, após o revés no Parlamento britânico sobre o Brexit e as negociações entre Estados Unidos e China.
Exterior preocupado
No exterior, os investidores encontram poucos progressos nas questões geopolíticas e nos resultados dos balanços para sustentar o otimismo com o crescimento econômico global. Assim, Nova York amanheceu no vermelho, após uma sessão mista na Ásia, diante da percepção de que será difícil haver um acordo comercial entre EUA e China.
Hong Kong caiu quase 1%, diante de relatos de que Pequim planeja substituir a administradora local, Carrie Lam, até março. Na Europa, as principais bolsas abriram em baixa, mas Londres ensaia ganhos, após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ganhar apoio para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), mas perder a votação que garantia o Brexit até 31 de outubro, deixando a situação em um limbo.
Leia Também
Já a libra esterlina está de lado em relação ao dólar, com a moeda norte-americana medindo forças frente aos rivais. O petróleo, por sua vez, recua, em meio a relatos de que o cartel de países produtores e exportadores (Opep) irão discutir nova redução na oferta da commodity no mês que vem. O ouro avanço, pelo segundo dia seguido.
Assim, o mercado encontra dificuldades para engatar um rali de fim de ano, intensificando as compras de ativos de risco até o Natal. Os investidores tentam se apoiar nos esforços dos bancos centrais para estimular o crescimento econômico, em meio à guinada agressiva na condução da política monetária, principalmente por parte do Federal Reserve. Mas pode ser apenas uma questão de tempo para cair na real e ficar preocupado com a piora dos fundamentos.
Dia de agenda fraca
A agenda econômica desta quarta-feira está mais fraca, tanto no Brasil quanto no exterior. Os destaques ficam com os dados semanais sobre a entrada e saída de dólares do país (14h30) e os estoques de petróleo bruto e derivados nos EUA na semana passada (11h30). Na zona do euro, sai a prévia deste mês da confiança do consumidor, às 11h.
Entre os eventos de relevo, o STF retoma o julgamento (9h30) sobre a prisão após segunda instância. Já a temporada brasileira de divulgação dos resultados do terceiro trimestre deste ano começa hoje, com os balanços de WEG, antes da abertura, e de Localiza, Energias do Brasil e CSN, após o fechamento do pregão local.
Chora mais quem pode menos: os bastidores do encontro de EUA e China que pode colocar fim às tarifas
Representantes de Washington e de Pequim devem se reunir no próximo sábado (10) na Suíça; desfecho das conversas é difícil de prever até mesmo para Trump
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Bastou Donald Trump sair brevemente dos holofotes para que os mercados financeiros reencontrassem alguma ordem às vésperas da Super Quarta dos bancos centrais
Fundo imobiliário TRXF11 anuncia a maior emissão de cotas da sua história, para captar R$ 1 bilhão
Segundo a gestora TRX Investimentos, valor pode chegar a R$ 1,25 bilhão e cerca de 85% do montante já está praticamente garantido
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê
Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual
IRB (IRBR3) volta a integrar carteira de small caps do BTG em maio: ‘uma das nossas grandes apostas’ para 2025; veja as demais alterações
Além do retorno da resseguradora, foram acrescentadas também as ações da SLC Agrícola (SLCE3) e da Blau Farmacêutica (BLAU3) no lugar de três papéis que foram retirados
WEG (WEGE3) tem preço-alvo cortado pelo JP Morgan após queda recente; banco diz se ainda vale comprar a ‘fábrica de bilionários’
Preço-alvo para a ação da companhia no fim do ano caiu de R$ 66 para R$ 61 depois de balanço fraco no primeiro trimestre
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros