Mercado atento aos bastidores do poder
Governo declara confiança irrestrita em Moro; Câmara tenta avançar com projetos, mas oposição promete obstruir a pauta e STF pode julgar pedido de liberdade de Lula

O vazamento de mensagens envolvendo o então juiz federal Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, pode ser apenas o início de um ruído político com potencial para causar maiores estragos em Brasília. Ou não. Mas enquanto a situação não for esclarecida, o mercado doméstico deve ter cautela, ficando descolado do exterior.
Afinal, as conversas vazadas desviam a atenção dos parlamentares, que já falam em abrir uma CPI, atrasando votações importantes no Congresso, como a do crédito extra, que o governo Bolsonaro queria ver aprovado hoje. A comissão mista de orçamento (CMO) tenta votar o projeto de lei pela manhã (11h), mas a oposição promete obstruir a pauta.
Até que seja feito algo de concreto a respeito do agora ministro da Justiça, nenhum projeto em tramitação na Câmara deve ser votado. O projeto que autoriza o governo a descumprir a “regra de ouro” para não incorrer em crime de responsabilidade precisa ser aprovado até dia 15. Um dia antes, uma greve geral convocada, mesmo sem forças de mobilização, tem novos motivos para o “Lula Livre”.
Aliás, a Segunda Turma da Corte Suprema (STF) recebeu de volta o pedido de habeas corpus do ex-presidente, que havia sido apresentado pelos advogados de defesa em 2018 e que estava nas mãos de Gilmar Mendes, após pedir vistas. Com isso, o pedido de liberdade de Lula fica liberado para julgamento. O colegiado realiza sessão extraordinária na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, e pode debater o caso.
Por ora, o placar está 2 a 0 contra a liberdade de Lula, após votos do relator Edson Fachin e da ministra Cármen Lúcia. Além de Mendes, faltam os votos dos ministros Celso de Mello e Ricardo
Lewandowski. A primeira Turma do STF também realiza sessão extraordinária, que começa mais cedo, às 9h, sob o comando do ministro Luiz Fux.
Os Três Poderes
Na Câmara, o adiamento para quinta-feira da apresentação do parecer da reforma da Previdência na comissão especial trouxe incômodo, diante do receio de diluição do texto original em pontos cruciais, como a regra de transição. Hoje, a presença de governadores em Brasília logo cedo (8h) deve elevar a pressão sobre o conteúdo do documento, diante do apoio da maioria pela participação de estados e municípios na proposta. O maior desafio será convencer os deputados a entregarem os votos.
Leia Também
Já no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro disse confiar “irrestritamente” no ministro Moro. Os dois devem se reunir hoje para discutir o conteúdo de mensagens relacionadas à Operação Lava Jato e reveladas pelo site do jornalista Glenn Greenwald, famoso por informar sobre documentos divulgados por Edward Snowden.
Todo esses bastidores nos Três Poderes tendem a esquentar o clima político, sob risco de uma nova crise, após um período de calmaria, com o Executivo em paz com o Legislativo e o Judiciário. O conteúdo que vem sendo vazado pelo The Intercept, a conta-gotas, acarretou em perda de foco nas esferas, podendo turvar o ambiente em Brasília.
Com isso, a Bolsa brasileira, o dólar e os juros futuros resgataram a cautela ontem, em uma sessão marcada por pouca movimentação e baixo volume de negócios. Até que tudo seja esclarecido, a cena política deve continuar mexendo com os preços dos ativos locais, com os investidores começando a se perguntar se nos níveis atuais não é melhor ser mais conservador.
Exterior segue positivo
Ainda assim, o mercado doméstico pode ensaiar uma tentativa de melhora, apoiada no ambiente externo, que segue no positivo hoje. As principais bolsas asiáticas encerram a sessão em alta, com os ganhos liderados por Xangai (+2,6%), apesar das renovadas ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, contra a China.
Segundo ele, as tarifas de importação aos produtos chineses serão elevadas para 25% “ou muito mais” se o líder chinês, Xi Jinping, não comparecer à reunião do G20. Não há indicações de que Xi esteja planejando não ir ao Japão no fim deste mês e os dois devem se encontrar lá. Para Trump, uma nova rodada de taxação pode levar Pequim a um acordo.
Wall Street confia no estilo durão do chefe da Casa Branca, o que sustenta os índices futuros das bolsas de Nova York no azul. As principais bolsas europeias também abriram em alta, com os ganhos liderados pelas ações de mineradoras e montadoras. Nos demais mercados, o dólar avança e o petróleo também.
Agenda sem destaque
A agenda econômica desta terça-feira está repleta de divulgações, porém, sem grandes destaques. No Brasil, saem a primeira prévia deste mês do IGP-M (8h) e os dados atualizados sobre a safra agrícola (9h).
Já no exterior, logo cedo, será conhecido o índice de confiança na zona do euro e, no fim do dia, a China anuncia os números da inflação ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) em maio. Durante a manhã, sai o PPI dos EUA no mês passado (9h30).
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Como o ator Mel Gibson pode salvar a Austrália das garras de Trump
Apesar de ter desempenhado papéis de peso em filmes como Máquina Mortífera e Mad Max, é outra condição que credencia o astro de Hollywood a tentar convencer o presidente norte-americano dessa vez; entenda essa história
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula
O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bitcoin (BTC) volta aos US$ 100 mil e mercado cripto mira novos recordes
Anúncio de acordo comercial entre EUA e Reino Unido, somado ao otimismo com uma possível negociação entre Trump e Xi Jinping, impulsiona criptomoedas a patamares não vistos há meses
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities
No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump
Chora mais quem pode menos: os bastidores do encontro de EUA e China que pode colocar fim às tarifas
Representantes de Washington e de Pequim devem se reunir no próximo sábado (10) na Suíça; desfecho das conversas é difícil de prever até mesmo para Trump
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Vem coisa boa aí: Nvidia dispara com chance de revogação de restrições aos chips por Trump
Governo norte-americano estuda não aplicar a chamada regra de “difusão de IA” quando ela entrar em vigor, no próximo dia 15, animando o mercado de chips de inteligência artificial
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
A exuberância americana continua: para gestores, empresas mais valiosas do mundo são dos EUA e valem o investimento
Especialistas afirmam durante o TAG Summit que as empresas americanas podem sair fortalecidas da guerra comercial travada pelo presidente norte-americano