Quem chora, mama
Produtores de leite seguem protegidos e Bolsonaro teria definido idade mínima de aposentadoria de 57 anos para mulheres e 62 para os homens
O presidente Jair Bolsonaro continua com um quadro de melhora gradativa, mas o boletim oficial não fala em alta hospitalar, embora a expectativa seja de saída do hospital ainda nesta semana, até mesmo amanhã, quarta-feira. De São Paulo mesmo, o presidente confirmou que o governo vai manter “o nível de competitividade” dos produtores de leite e que “todos ganharam, em especial, os consumidores do Brasil”.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 12, 2019
Os produtores choraram após a queda de tarifa antidumping e “mamaram” tarifas mais altas para produtos importados. Não sei se o consumidor ganha, quem perde é a equipe econômica comandada por Paulo Guedes, que vinha em um firme discurso de redução de tarifas e abertura comercial. Será que leite em pó é ativo que se encaixa na categoria “setor estratégico” que todos os governos invocam para explicar medidas protetivas? Ou será esse um dos custos de negociar votos com bancadas e não com partidos? Detalhe, tinha 20 anos que as tarifas estavam em vigor.
Em Brasília, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, disse que o texto-base da reforma está pronto e é “bem diferente” da minuta que vazou na semana passada e sugeria idade mínima de 65 anos para homens e mulheres. Segundo Marinho, o texto será apresentado a Bolsonaro assim que ele tiver alta e será divulgado a todos “o mais rápido possível”. Mesmo com o texto ainda em aberto, já vimos algumas notícias de que Bolsonaro vai mesmo manter idades de 57 anos para mulheres e 62 para homens, modelo que ele tinha sugerido em entrevista logo após assumir o posto. Essas idades passariam a valer em 2022, mas não está definida uma transição. Se for isso, resta saber o que quer mesmo o governo, pois o Congresso certamente vai mudar esses números...
Leia Também
Política interna e externa
Os 100 dias de Bolsonaro: Foi bom para você?
O ponto que tem me intrigado é que sempre que Bolsonaro ou o “senhor fontes” falam no assunto, os termos “disparidades regionais” e “Piauí” andam juntos, dando o tom “populista” da mensagem. Como falamos ontem, pouco importa a expectativa de vida ao nascer, o que vale é a expectativa de sobrevida. Logo saberemos se o presidente vai manter a racionalidade liberal ou vai ceder às origens e aos “ismos” tão caros ao brasileiro, entre eles o populismo, o protecionismo e o desenvolvimentismo.
Leia aqui todo o Diário dos 100 Dias.
Nada se falou sobre cargos
Bolsonaro recebe líderes partidário e enfatiza alto nível da conversa enquanto Guedes consegue fato inédito
Jogo pesado
Presidente promete maior atuação na reforma da Previdência
Dia 92 de Bolsonaro: Polêmicas na Terra Santa
Afirmação que mais repercutiu foi sobre o nazismo ser de esquerda
Sabedoria para bem decidir
Presidente tem que “bem decidir” como fazer a “nova política” e rápido
O inimigo agora é outro
Presidente e Rodrigo Maia parem ter selado um armistício
Tempestade de verão
Bolsonaro distensiona sua relação com o Congresso e abraça duas frentes caras à sua plataforma: a reforma da Previdência e o combate ao crime
Abraço e beijo aos congressistas
Bolsonaro deixa claro que não vai recuar na sua relação com o Congresso
Matou a reforma e foi ao cinema?
Bolsonaro faz agenda social e governo manobra para Guedes escapar de convocação na CCJ
Sem rostinho colado, mas tem que dançar
Planalto decide pacificar relações com o Congresso, mas quem fala em descer ao salão de baile é Paulo Guedes
Me dê motivo, para ir embora…
Do Chile, presidente vê Rodrigo Maia deixar articulação pela reforma
À sombra do ex
Prisão de Michel Temer é evento político do dia, mas não deve ser novo “Joesley Day” para a Previdência
De volta ao Congresso, mas menos popular
Reforma dos militares chega ao Congresso e Ibope mostra um Bolsonaro menos popular
Make Brazil Great Again
Presidente apresenta ao mundo o novo Brasil, livre de viés ideológico
Voa Brasil
Governo obtém sucesso em leilão de aeroportos, primeiro feito da agenda econômica
Ciranda na Educação
Parece que Bolsonaro terá de fazer alguma ação mais firme para o MEC começar a trabalhar
Tiros em Suzano
Não levou minutos para que massacre em colégio entrasse na pauta política
Não tem como fugir
Bolsonaro sempre soube que negociações envolvem verbas e cargos, a questão é até que ponto ceder
Entre a nova e a velha política
Bolsonaro parece ceder para construir base de apoio, a questão é até que ponto
Nova estratégia?
Presidente volta a defender reformas nas redes e em pronunciamentos
Aquele 1% engajado com a reforma
Presidente volta a falar de Previdência, mas na Câmara atrasos devem se confirmar