Não teremos nenhum problema com a China, diz Bolsonaro
Em entrevista, presidente eleito fala sobre China, reformas e corta a cabeça de assessor de Paulo Guedes

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista ao vivo à “TV Bandeirantes” que não teremos nenhum problema nas relações comerciais com a China. “Pelo contrário, nossa conversa será ampliada”, disse.
Bolsonaro respondia a questionamento sobre o tema e sobre a visita que recebeu de uma comitiva da embaixada chinesa. Segundo o presidente eleito, a conversa foi protocolar, com a participação do futuro ministro Paulo Guedes, e que o que foi transmitido é que se pretende agregar valor às exportações brasileiras. “Não podemos apenas exportar commodities”, disse.
Na semana passada, o jornal estatal "China Daily" disse que se Bolsonaro adotar a linha de Donald Trump, a economia brasileira sofrerá as consequências.
O que incomoda Bolsonaro não só com relação à China, mas com outros países, é que “todos podem comprar no Brasil, mas não o Brasil”. Na sequência falou em possíveis vedações à compra por estrangeiros de terras agricultáveis.
“Vão matar o nosso agronegócio. Se abre para país [estrangeiro] perdemos a garantia alimentar”, disse, depois de citar a Austrália como país que proíbe a compra de terras por não residentes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Reforma da Previdência
Bolsonaro voltou a afirmar que uma reforma feita de forma gradual pode atingir o mesmo objetivo sem colocar em risco ou levar pânico à sociedade. Ele também voltou a defender que não dá para mudar a Previdência sem levar em conta os contratos e expectativas já formadas na sociedade e que diferenças regionais e entre categorias de trabalhadores têm de ser consideradas. Não há martelo batido e Paulo Guedes concentra o assunto e puxa a orelha de um ou outro assessor quando necessário.
Leia Também
Suspeitando irregularidades, TSE pede a WhatsApp dados sobre disparos nas eleições de 2018
Bolsonaro fala pela primeira vez em disputar a reeleição em 2022
Desta vez, o presidente eleito não falou explicitamente que garantir idade mínima seria um bom começo como em outras ocasiões, mas disse que vai conversar com o presidente Michel Temer para tentar aproveitar “alguma reforma ou outra”. Disse ainda que se o tema da Previdência não avançar neste ano, apresenta alguma proposta no começo de 2019.
Ainda sobre Temer, com quem deve se encontrar na quarta-feira, Bolsonaro disse que o presidente está colaborando com a equipe de transição e que o puder ser feito agora “será pedido”, como evitar pautas bombas.
Empresariado e privatização
Perguntado sobre os sinais de retomada de investimentos, Bolsonaro disse que já viu a Toyota e a Havan, entre outros empresários, dizendo que vão investir. Segundo o presidente eleito, os empresários tinham preocupação com o PT e seu viés estatizante “como não levar adiante a questão da Boeing com a Embraer”.
Sobre privatizações, voltou a falar que o que importa é o modelo a ser adotado e citou o caso da Embraer e das “golden shares” do governo, que dão poder de veto em determinadas questões.
“Se confrontar, corta a cabeça”
Quase no fim da entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre notícia do portal “UOL”, falando que o economista Marcos Cintra, que faz parte da equipe de transição, criticou a ideia de imposto único ou IVA (imposto sobre valor agregado) e defendeu um novo tipo de tributação sobre movimentação bancária. Impostos seriam aglutinados, reduzindo o custo de fiscalizar e de se declarar diversos impostos.
Em “tuite” publicado, hoje, Cintra também tocou no assunto.
Fim da mamata
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEEmbalada em alegaçoes pseudo-técnicas sem comprovação, a verdadeira objeção ao Imposto sobre Pagamentos vem dos grandes sonegadores.
Sabem que terão de pagar o imposto e ainda correm o risco de terem revelada a evasão dos demais tributos.
— Marcos Cintra (@MarcosCintra) November 5, 2018
Ao ser informado da notícia, Bolsonaro falou que “assessor de Guedes não quer dizer nada” e que se “confrontar, corta a cabeça”. O apresentador José Luiz Datena falou o nome de Marcos Cintra e Bolsonaro disse que já tinha falado com ele para falar somente sobre o que está acertado entre ele e Guedes. Mas que tem gente que “não pode ver lâmpada que se comporta como Mariposa, espero que a notícia não seja verdadeira”.
Bolsonaro disse ainda que “quem quer ser oposição tem que estar fora do governo”. Informado posteriormente por alguém de sua equipe sobre do que se tratava, Bolsonaro mudou o tom, disse que a notícia “é coisa do passado” e que Marcos Cintra “merece todo o respeito”.
O assunto já foi motivo de desgaste ao longo da campanha, obrigando o candidato a ter de negar diversas vezes que recriaria a CPMF, o imposto do cheque. O tema fora abordado por Paulo Guedes em palestas que realizou no período eleitoral. De fato, o futuro ministro falou na possibilidade de agregar alíquotas e simplificar a declaração e fiscalização por meio de um tributo sobre movimentação financeira.
Aliás, na entrevista a Datena, Bolsonaro já tinha falado que não tem recriação de CPMF em seu governo e que a alíquota de 0,9% que chegou a ser cogitada é uma "hipótese absurda".
"Não queremos salvar o Estado quebrando o cidadão", disse.
Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre fusão de Agricultura e Meio Ambiente, diz Onyx
Anúncio da fusão causou protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança
Ministério de governo Bolsonaro terá até 16 pastas
Futuro governo vai criar superministério da Economia, juntando as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria além de Comércio Exterior e Serviços
Empresários esperam confirmação de agenda liberal no governo de Bolsonaro
Aprovação das reformas é vista como prioridade para colocar o país na rota do crescimento, embora candidato eleito tenha de convencer o Congresso a votar a favor de medidas impopulares
Trump reforça possibilidade de acordo comercial com futuro governo Bolsonaro
Presidente norte-americano reforçou que teve “uma ótima” conversa com Bolsonaro mas criticou o atual comportamento do país na área comercial
Bolsonaro vai tentar aprovar reforma da Previdência de Temer
Em entrevistas, presidente eleito disse que virá a Brasília e tentará aprovar reforma proposta pelo atual governo ao todo ou em partes
Política externa de Bolsonaro deve mirar EUA e Israel
Na via contrária à aproximação com os países ditos “bolivarianos” e ao projeto sul-sul, Bolsonaro já deixou clara sua admiração pelos americanos e israelenses
O dia em que a música morreu
Existe um risco material de o mercado entrar no estado de euforia. Quando isso acontecer, você não pode deixar seduzir-se
Entusiasmo ou alívio?
Seja lá o que for que Bolsonaro fale até a posse, não diminuirá meu alívio por ter votado 17. O que estou interessado em saber é se ele vai transformar esse alívio em entusiasmo
Trump parabeniza Bolsonaro no Twitter e sinaliza ‘cooperação próxima’ no futuro
Presidente americano sinalizou relação próxima em “comércio e defesa” com futuro governo Bolsonaro
Com vitória de Bolsonaro, mercado entra em festa. E você pode participar
Assim que o resultado foi confirmado, bancos e corretoras correram para soltar relatórios a seus clientes, um mais otimista que o outro. Projeções colocam Ibovespa em até 125 mil pontos, enquanto o dólar pode cair para a casa de R$ 3,50
Nova governabilidade é desafio para Bolsonaro
Prometendo não entregar cargos em troca de apoio, eleito terá de inaugurar nova forma de relação com o Congresso
O que interessa é a formação de governo, diz economista do ABC Brasil
Para Luis Leal, confirmada a vitória é possível que o mercado “ande mais um pouco” e dólar busque a linha de R$ 3,60. Autonomia do BC é medida que pode surpreender
Bolsonaro defende emprego, renda e ajuste fiscal em discurso
Presidente eleito destacou defesa da constituição, da democracia e da liberdade
Sob Temer, MDB elege menos governadores
Partido terá 3 governadores no próximo mandato, contra 7 no anterior
Campanha vitoriosa rompe paradigmas de marketing eleitoral
Bolsonaro superou o pouco tempo de TV no primeiro turno (apenas oito segundos), a união com um só partido (PRTB, do vice, general Hamilton Mourão) e uma campanha com poucos recursos financeiros.
Bolsa pode atingir “patamar Alckmin” se Bolsonaro indicar boa equipe econômica
Avaliação é de Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Novus Capital. Na prática, isso significa que o Ibovespa pode chegar aos 100 mil pontos e o dólar pode testar o patamar de R$ 3,50 a R$ 3,55
Boca de urna: 56% Bolsonaro X 44% Haddad
Boca de urna: 56% Bolsonaro X 44% Haddad Apuração (88,44% das urnas apuradas) Bolsonaro 55,7% contra 44,30% Atualização em instantes
Conheça os governadores eleitos em 13 estados e no DF
Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, é o 1º governador eleito no segundo turno. Acompanhe
Vereadora do PSL é presa por suspeita de compra de voto para Haddad
Josefa Eliana da Silva Bezerra, do partido de Bolsonaro, estava com um veículo repleto de adesivos do candidato petista
Mourão vota e diz que primeira medida é ajuste na economia
Reforma da Previdência que está no Congresso “já seria um grande passo”, segundo o candidato a vice na chapa de Bolsonaro