Em tom pouco liberal, entrevista de Bolsonaro pode ressoar mal nos mercados
O candidato defendeu reforma da Previdência mais branda, defendeu tratamento diferenciado para policiais e militares na matéria e descartou privatização de ativos de geração de energia

Quem quis acreditar na figura do "capitão liberal" deve ter tido uma decepção ontem à noite. Em entrevista ao "Jornal da Band", o candidato à presidência Jair Bolsonaro deu declarações mais objetivas sobre a reforma da Previdência e privatizações que podem afetar os mercados nesta quarta (10). Para baixo, no caso.
É que o presidenciável descartou mexer nos ativos de geração da Eletrobrás (que vinha subindo forte desde que o militar reformado começou a mostrar grandes chances de vencer), na exploração da Petrobras e defendeu uma reforma mais branda da Previdência, afirmando que as mudanças na aposentadoria têm de ser feitas devagar.
Para os servidores públicos, Bolsonaro quer acabar com as incorporações salariais nas aposentadorias, que ele chamou de "fábrica de marajás", mas admitiu tratamentos diferenciados aos policiais e às Forças Armadas.
Sobre privatização, Bolsonaro afirmou que mais de 50 estatais que "dão prejuízo" podem ser vendidas ou extintas, mas fez ressalvas sobre a concessão das geradoras de energia da Eletrobrás.
"Eu falei para o Paulo Guedes, energia elétrica a gente não vai mexer. A China não está comprando do Brasil, está comprando o Brasil. Você não vai deixar nossa energia nas mãos dos chineses, de terceiros", Jair Bolsonaro.
Ele ainda disse que "sobre as distribuidoras, a gente pode conversar", mas "geração, de jeito nenhum".
Leia Também
Sobre a Petrobras, voltou a dizer que o "miolo tem que ser conservado", mesmo admitindo que o Brasil não tem recursos para explorar o pré-sal". "Refinarias dá para privatizar alguma coisa, mas precisa ver o modelo", acrescentou.
O candidato criticou, ainda, a política dos preços dos combustíveis que custou a demissão de Pedro Parente da presidência da estatal na greve dos caminhoneiros.
"Ninguém quer a Petrobras com prejuízo, mas também não pode ser uma empresa que usa do monopólio para tirar o lucro que bem entende", Jair Bolsonaro.
Em vários momentos da entrevista, Bolsonaro citou Paulo Guedes, reafirmando a autonomia que terá para escolher a equipe econômica, mas deixou claro que as "metas" serão dadas por ele.
A reforma da Previdência é uma porcaria?
Mais cedo, em entrevista coletiva, o candidato do PSL disse que, se eleito, vai procurar a equipe do governo Temer para fazer a sua proposta de reforma da Previdência, "mais consensual", para ser analisada já neste ano. Ele acha que a proposta de Temer, mesmo muito mudada, "dificilmente será aprovada".
Ontem, Bolsonaro sugeriu ainda que o deputado Onyx Lorenzoni, opositor ferrenho à reforma da Previdência que está na mesa, poderia ser seu ministro da Casa Civil. A declaração não surtiu efeito nos mercados, mas mais tarde Lorenzoni também descartou a discussão da reforma em 2018.
Ele ainda afirmou que a reforma não faz parte do programa de governo de Bolsonaro e que "Não tem no plano, não tem nas conversas. (...) O Jair não era a favor dessa reforma e a maioria das pessoas que o apoiaram não são a favor dessa reforma porque ela é ruim. É uma porcaria e não resolve nada".
O programa de Bolsonaro defende a introdução paulatina de um modelo de capitalização, no qual o governo retira os recursos do trabalhador e os coloca em um fundo para ser sacado no futuro, com correção. Porém, falta detalhamento.
Equipe pró-mercado
O que pode sim ter ressoado bem nos mercados ontem foram as especulações em torno de nomes do mercado para atuar num eventual governo Bolsonaro.
Reportagem do "Estadão" traz nomes como Paulo Guimarães (Brasil Plural), Alexandre Bettamio (BofA Merrill Lynch), Roberto Campos Neto (Santander), João Cox Neto (TIM) e Salim Mattar (Localiza).
O "Estadão" apurou ainda que foram feitos contatos com Cláudio Frischtak, consultor que colaborava com Marina, e
Leandro Piquet, economista da USP que fazia parte da equipe de Geraldo Alckmin.
Além disso, Paulo Guedes, o economista de Bolsonaro, avaliaria bem nomes do atual governo, como Ilan Goldfajn, do Banco Central, Paulo Caffarelli do BB, e Wilson Ferreira Júnior, da Eletrobrás.
Em dia com agenda fraca, a bolsa brasileira fechou no zero a zero ontem, mas o otimismo em relação à candidatura de Bolsonaro foi mantido.
No início do dia, investidores realizaram os lucros do rali de segunda-feira, ocasionando a queda de várias ações e do Ibovespa. Mais tarde, porém, o índice voltou a subir, ajudado pelo cenário externo, e fechou estável.
A percepção de risco em relação ao Brasil continuou em queda, com dólar desvalorizando 1,28% e chegando a R$ 3,7155, e novas quedas nos juros futuros. A redução dos juros dos títulos do Tesouro americano também contribuiu para este movimento.
Hoje tem Datafolha
Hoje, às 19h, sai a primeira pesquisa de intenção de voto para presidente no segundo turno, pelo Datafolha. Ela será divulgada nos sites da "Folha" e no "G1". Todas as entrevistas serão realizadas nesta quarta-feira.
Esta semana ainda tem XP/Ipespe (quinta), BTG/FSB (domingo de madrugada) e (TV Record/Real Time). Ibope e Instituto Paraná, só semana que vem.
E o que mais?
Às 8h sai a primeira prévia do IGP-M, às 10h, o movimento nas estradas pedagiadas em setembro e, às 12h30, o fluxo cambial.
Nos EUA tem PPI (inflação ao produtor) às 9h30, que deve reverter a queda de 0,1% em agosto e registrar alta de 0,2% em setembro no indicador cheio e no núcleo. O dado serve de termômetro para o CPI (inflação ao consumidor) que sai amanhã, e para as apostas sobre o Fed, o banco central americano.
Às 11h são divulgados os estoques no atacado, com previsão de alta de 0,8% em agosto. Às 19h, tem fala do dirigente do Fed Raphael Bostic.
Na Itália, o plano orçamentário para 2019 será revelado ao parlamento do país.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
Dólar mais barato do que em casas de câmbio: estas 7 contas digitais te ajudam a ‘escapar’ de impostos absurdos e qualquer brasileiro pode ‘se dar bem’ com elas; descubra qual é a melhor
Analisamos sete contas em dólar disponíveis no mercado hoje, seus prós e contras, funcionalidades e tarifas e elegemos as melhores
Bitcoin (BTC) não sustenta sétimo dia seguido de alta e passa a cair com inflação dos EUA; Ravecoin (RNV) dispara 63% com proximidade do The Merge
O ethereum (ETH) passa por um período de consolidação de preços, mas o otimismo é limitado pelo cenário macroeconômico
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
Os rumos das moedas: quais devem ser os próximos passos do dólar, do euro e do real
Normalmente são os mercados emergentes que arcam com o peso de um dólar forte, mas não é o que ocorre dessa vez
Você trocaria ações da sua empresa por bitcoin? Michael Saylor, ex-CEO da Microstrategy, pretende fazer isso com o valor de meio bilhão de dólares
Desde o começo do ano, o bitcoin registra queda de mais de 50% e as ações da Microstrategy também recuam 52%
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
Inter, C6, Avenue, Wise, Nomad… saiba qual é a melhor conta em dólar – e veja os prós e contras de cada uma
Analisamos sete contas em dólar disponíveis no mercado hoje, seus prós e contras, funcionalidades e tarifas e elegemos as melhores
Práticas e acessíveis, contas em dólar podem reduzir custo do câmbio em até 8%; saiba se são seguras e para quem são indicadas
Contas globais em moeda estrangeira funcionam como contas-correntes com cartão de débito e ainda oferecem cotação mais barata que compra de papel-moeda ou cartão pré-pago. Saiba se são para você
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje
Esquenta dos mercados: Dia de payroll mantém bolsas no vermelho, enquanto Ibovespa surfa onda da nova pesquisa Datafolha
Sem maiores indicadores para o dia ou agenda dos presidenciáveis, o Ibovespa fica à mercê do cenário exterior
Esquenta dos mercados: Cautela volta a prevalecer nas bolsas do exterior e ‘onda vermelha’ continua; Ibovespa reage ao Orçamento para 2023
Sem maiores indicadores do dia para a agenda dos presidenciáveis, o Ibovespa fica à mercê do cenário exterior
Esquenta dos mercados: Inflação derrete bolsas no exterior com perspectiva de juros elevados; Ibovespa aguarda dados de desemprego hoje
Na nova rodada da pesquisa Genial/Qaest, os candidatos Lula e Bolsonaro mantiveram suas posições, mesmo com o início da campanha
Esquenta dos mercados: Busca por barganhas sustenta alta das bolsas pela manhã, mas crise energética e cenário externo não ajudam; Ibovespa digere pesquisa Ipec
No Brasil, a participação de Roberto Campos Neto em evento é o destaque do dia enquanto a bolsa digere o exterior
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho antes da semana de emprego nos EUA; Ibovespa digere debate presidencial
No Brasil, os números do Caged e da Pnad Contínua também movimentam a bolsa local esta semana
Esquenta dos mercados: Dia mais importante de Jackson Hole se junta a dados de inflação e pressiona bolsas internacionais; Ibovespa reage à sabatina de Lula
Sem maiores indicadores para o dia, os investidores acompanham a participação de Roberto Campos Neto e Paulo Guedes em eventos separados
Esquenta dos mercados: É dada a largada em Jackson Hole e as bolsas internacionais tentam emplacar alta; Ibovespa acompanha números de emprego hoje
No panorama doméstico, a sequência de sabatinas do dia do Jornal Nacional tem como convidado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Esquenta dos mercados: Ibovespa aguarda dados de inflação hoje enquanto exterior espera por início de Jackson Hole
A expectativa é de que ocorra uma deflação nos preços na leitura preliminar de agosto; será a segunda queda seguida