O Ibovespa até tentou acelerar, mas foi freado pela tensão elevada no exterior
O Ibovespa terminou longe das mínimas do dia, mais ainda assim terminou a sessão desta terça (20) em baixa, pressionado pela cautela vista lá fora
O Ibovespa largou mal nesta terça-feira (20). Sabe quando um nadador demora para reagir à buzina da largada e acaba ficando para trás logo nos primeiros metros? Ou quando um carro de corrida não consegue dar a partida e é ultrapassado por todos os outros competidores?
Bom, esse foi o Ibovespa nos primeiros momentos da sessão: o principal índice da bolsa brasileira abriu muito pressionado e chegou a cair 1,47% logo após a abertura, aos 98.002,03 pontos. O mercado acionário local teria que remar contra o prejuízo para se igualar aos pares globais.
E, de certa maneira, o Ibovespa conseguiu cumprir essa missão: ainda durante a manhã, o índice conseguiu absorver boa parte das perdas e se aproximou da estabilidade, ficando perto do zero a zero no restante do pregão. E, embora ainda tenha fechado em baixa de 0,25%, aos 99.222,25 pontos, acabou tendo um desempenho superior ao das principais bolsas globais.
Nos Estados Unidos, afinal, o Dow Jones teve queda de 0,66%, o S&P 500 recuou 0,79% e o Nasdaq teve perdas de 0,68%. Na Europa, as principais praças acionárias também fecharam no campo negativo — o índice pan-europeu Stoxx 600 desvalorizou 0,68%.
Só que, apesar de ter se afastado das mínimas, o Ibovespa também não conseguiu se sustentar nas máximas: pouco antes do fim do pregão, o índice chegou a operar em alta de 0,20%, aos 99.664,75 pontos. E isso porque, no exterior, as dúvidas quanto ao estado da economia global e às tensões comerciais entre EUA e China continuam deixando o clima carregado.
Assim, o principal índice da bolsa brasileira teve mais um dia de desempenho negativo — foi a quarta queda nos últimos cinco pregões. Desde o início de agosto, o Ibovespa já acumula baixa de 2,54%.
Leia Também
Nebulosidade
Apesar de o front da guerra comercial não ter mostrado novas deteriorações nos últimos dias, os agentes financeiros seguem apreensivos em relação à guerra comercial, uma vez que não há grandes indícios de que Estados Unidos e China chegarão a um acerto no curto ou no médio prazo.
E, sem alívios mais relevantes nas disputas, os mercados continuam preocupados quanto aos potenciais impactos que o conflito poderá trazer à economia mundial. Dados econômicos recentemente divulgados pela China e pela Alemanha mostram que a atividade nos dois países já começa a desacelerar.
"Ainda estamos reféns do cenário externo, e ele continua bem difícil", diz Gabriel Machado, analista da Necton. "Hoje, particularmente, tivemos uma agenda muito fraca, sem grandes indicadores para serem divulgados. O mercado ficou um pouco parado, esperando movimentações mais importantes".
Nesse contexto, os mercados mostram ansiedade em relação aos eventos previstos ao longo da semana. Na quarta-feira (21), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulga a ata de sua última reunião de política monetária, em que cortou a taxa de juros do país em 0,25 ponto.
Os agentes financeiros estarão atentos ao documento, procurando pistas quanto aos próximos passos da autoridade em relação à taxa de juros do país — se um novo corte já está encaminhado para a próxima reunião, ou se esse movimento recente foi apenas um "ajuste de ciclo".
Também nesta semana, será conhecida a ata da reunião do Banco Central Europeu (BCE) — o órgão contrariou as expectativas do mercado e, no último encontro, sinalizou que um corte de juros no bloco ainda não é urgente. Assim, resta saber se a ata trará alguma atualização neste diagnóstico.
Por fim, ocorre nos próximos dias o encontro de Jackson Hole, um simpósio anual com os principais bancos centrais do mundo — e é ampla a expectativa quanto ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, podendo trazer novas visões do órgão após o acirramento das tensões comerciais entre EUA e China.
Nesse cenário cheio de incertezas à frente, os mercados preferem assumir uma postura mais cautelosa, evitando aumentar desnecessariamente sua exposição ao risco.
Dólar mais calmo
O dólar à vista, por outro lado, teve uma sessão mais calma, fechando em queda de 0,37%, a R$ 4,0510, e devolvendo parte da alta de 1,58% contabilizados na sessão anterior.
Esse recuo, no entanto, esteve mais relacionado a um movimento de correção do que a uma melhora no panorama para o mercado de câmbio. Em linhas gerais, os agentes financeiros seguem cautelosos em relação às moedas de países emergentes — ativos mais arriscados — e buscam proteção em opções mais seguras, como o dólar ou o ouro.
Mas, após as diversas altas recentes, o dólar tem um dia mais tranquilo nesta terça-feira — a maior parte das divisas emergentes recupera parte do terreno perdido recentemente, e o real acompanha a tendência externa.
Juros tranquilos
Acompanhando o alívio visto no dólar à vista, a curva de juros teve mais um dia de bastante tranquilidade. Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2021 fecharam em baixa de 5,45% para 5,44%; na longa, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 avançaram de 6,43% para 6,44%, e as para janeiro de 2025 subiram de 6,93% para 6,95%.
Otimismo com a B2W
Voltando ao Ibovespa, destaque para o bom desempenho das ações ON da B2w (BTOW3), que avançaram 3,08%, a R$ 43,55. A empresa aprovou um aumento de capital no montante de R$ 2,5 bilhões por meio da emissão de 64 milhões de papéis ordinários, ao preço unitário de R$ 39.
A companhia quer acelerar o processo de transformação rumo a uma plataforma digital híbrida. Em relatório, o BTG Pactual disse que a movimentação é positiva para a B2W, uma vez que ela compete diretamente com empresas que estão bem capitalizadas, como o Magazine Luiza e o Mercado Livre.
"A operação tem como objetivo melhorar a estrutura de capital da B2W, permitindo que a companhia continue investindo em sua plataforma digital e acelerando seu crescimento, ao mesmo tempo em que constrói um ecossistema que envolve o e-commerce e os meios de pagamento", diz o BTG.
Vale e siderúrgicas se recuperam
Também na ponta positiva do Ibovespa, chamou a atenção o desempenho das ações do setor de mineração e siderurgia: Vale ON (VALE3) subiu 0,44%, CSN ON (CSNA3) avançou 3,60%, Gerdau PN (GGBR4) teve alta de 0,41% e Usiminas PNA (USIM5) exibiu ganho de 2,97%.
Esse movimento, no entanto, representa mais uma correção técnica do que uma melhora nos fundamentos para o setor — lá fora, o minério de ferro segue em queda, em meio às dúvidas quanto à demanda da China pela commodity num cenário de desaceleração econômica.
Apesar dos ganhos de hoje, os ativos do segmento seguem apresentando um desempenho amplamente negativo no mês, com perdas acumuladas que vão de 9% a 17%.
Bancos caem
Os ganhos da Vale e das siderúrgicas na sessão de hoje foram neutralizados pelo tom negativo exibido pelas ações dos bancos: Itaú Unibanco PN (ITUB4) caiu 1,11%, Bradesco ON (BBDC3) recuou 1,03%, Bradesco PN (BBDC4) teve baixa de 0,98% e Banco do Brasil ON (BBAS3) desvalorizou 0,09%.
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
