Ibovespa fecha em queda e dólar em alta após piora no cenário externo
Depois de manhã em alta, com otimismo pela pesquisa Datafolha, bolsa passou a operar em baixa em linha com as bolsas internacionais; na semana, porém saldo do Ibovespa é positivo e dólar caiu mais de 2%

O dia foi de gangorra para os mercados locais nesta quinta-feira (11). A bolsa abriu em alta, alternou altas e baixas ao longo do dia e fechou com queda de 0,91%, aos 82.921 pontos. Já o dólar à vista abriu em queda, também oscilou durante o pregão, e fechou com valorização de 0,35%, a R$ 3,7763, na contramão do exterior.
Segundo operadores de câmbio ouvidos pelo "Broadcast", serviço de notícias em tempo real do "Estadão", a alta do dólar deveu-se à cautela de véspera de feriado (uma vez que os mercados locais não funcionam amanhã) e também a uma grande saída de recursos pela via financeira.
A semana foi de fortes emoções nos mercados locais, mas o saldo foi positivo para o Ibovespa, que acumulou valorização de 0,73%. Já o dólar fechou a primeira semana depois das eleições com queda acumulada de 2,07%.
Manhã de calmaria
O otimismo da parte da manhã deveu-se à ampla vantagem de Bolsonaro no Datafolha de ontem. A pesquisa mostrou que o candidato do PSL tem 58% das intenções de voto no segundo turno, 16 pontos percentuais a mais que Fernando Haddad, que tem 42%.
Mesmo tendo desanimado com as declarações pouco liberais do seu candidato favorito nas últimas entrevistas - um dos fatores que fez a bolsa desabar ontem - os investidores seguem preferindo o capitão reformado a um retorno do PT ao poder.
Nos EUA, o CPI (índice de inflação ao consumidor) abaixo do esperado dava certo alívio aos mercados, depois de uma quarta-feira de fortes perdas nas bolsas de Nova York. Uma inflação não tão alta sinaliza que a economia americana pode não estar aquecida a ponto de o Fed subir os juros mais rapidamente que o previsto.
Leia Também
A perspectiva de um aperto monetário maior vinha elevando os juros dos títulos públicos americanos e desvalorizando as ações, uma vez que os investimentos tendem a migrar dos ativos de mais risco para os mais seguros.
Tempo virou na hora do almoço
Analistas, contudo, pontuaram que o CPI não indica tendência nem deve alterar previsões para os próximos passos do Fed. E, por volta do meio-dia, o tempo fechou.
As bolsas de Nova York ampliaram as perdas, afetadas pelas quedas das ações do setor de energia, que acompanharam as baixas nos preços do petróleo. Estes refletiam a reação dos investidores ao aumento acima do esperado dos estoques de petróleo e gasolina nos EUA, conforme dados do Departamento de Energia americano (DoE).
Também repercutiram sobre os preços da commodity as informações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou sua produção em setembro e de que o avanço na oferta da Rússia compensou o recuo da oferta do Irã.
Além disso, tudo indica que Wall Street prosseguiu com o movimento já visto ontem de venda de ações e migração para a segurança dos títulos do Tesouro americano.
Não houve, nesta quinta, um fato claro que tenha motivado esse comportamento dos investidores, mas parece que eles continuam temerosos em relação à política monetária dos EUA e aos conflitos comerciais do país com a China.
Não se sabe, afinal, se o Fed vai ou não aumentar os juros em ritmo mais rápido que o já previsto - o que afeta negativamente os ativos de risco, favorecendo a renda fixa -, nem quais serão os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Para piorar, o presidente Donald Trump anda atacando o seu banco central, insatisfeito com a elevação gradual dos juros adotada pela instituição. As críticas renderam algumas pérolas do presidente, que disse que o Fed "enlouqueceu", "está fora de controle", que "está ficando um pouco fofo demais" e que "é ridículo o que eles estão fazendo".
As bolsas americanas fecharam novamente em forte queda, ampliando as perdas de ontem. O Dow Jones caiu 2,13%, aos 25.052 pontos; o S&P500 recuou 2,06%, aos 2.728 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 1,25% aos 7.329 pontos, mesmo após ter ensaiado uma recuperação à tarde.
No fim do dia, entretanto, um fato evitou que as quedas nas bolsas americanas fossem ainda maiores: Trump e Xi Jinping, o dirigente chinês, irão fazer um encontro bilateral durante a cúpula do G-20 em novembro, o que pode dar um alívio aos conflitos entre as duas nações.
As bolsas europeias também fecharam em queda hoje, influenciadas pelo mau desempenho das bolsas americanas e pela queda nos preços do petróleo, que atingiram as ações das empresas de energia.
Os acontecimentos que vêm punindo os ativos de risco europeus nos últimos dias continuaram no radar: tensão comercial entre EUA e China, negociações difíceis para a saída do Reino Unido da União Europeia e a questão fiscal na Itália, que previu déficit orçamentário maior que o esperado inicialmente para o ano que vem.
E eu com isso?
Esse movimento vendedor contaminou o mercado de ações brasileiro. O Ibovespa passou, então, a alternar altas e baixas até cravar o movimento de queda lá para o meio da tarde. O dólar também oscilou até firmar-se no movimento de alta.
As ações de estatais, muito afetadas pela corrida eleitoral, viram novamente um dia de sobe e desce, ampliando as perdas de ontem. Na parte da manhã, os papéis se recuperavam, mas depois passaram a cair.
A Eletrobrás fechou em queda de 4,78% (ELET3) e 2,28% (ELET6), e a Petrobras recuou 1,85% (PETR3) e 2,92% (PETR4), também afetada pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional. Banco do Brasil (BBAS3), que passou boa parte do dia em alta, fechou com queda de 0,40%.
Um analista ouvido pelo "Broadcast" avaliou que as ações da Eletrobrás recuaram ainda pressionadas pelas declarações negativas de Bolsonaro. Outro acredita que o momento ainda inspira cautela, por conta da aparente desarticulação entre os possíveis integrantes da equipe econômica de um eventual governo do presidenciável.
"A bolsa já subiu bem desde a semana passada e acho que esse cenário está precificado. Agora o mercado aguarda novas informações sobre como será o próximo governo", disse ao "Broadcast" Glauco Legat, analista-chefe da corretora Spinelli.
Este cenário deixa os mercados locais sem direção única e bastante sujeitos ao que acontece lá fora.
Os juros futuros por aqui tiveram desempenho misto. O DI com vencimento para janeiro de 2021 caiu de 8,764% para 8,73%, refletindo otimismo com o quadro eleitoral. Já o DI com vencimento para janeiro de 2023 subiu de 10,064% para 10,13%, refletindo o aumento da aversão a risco no exterior.
Varejistas entre as maiores altas do dia
A expansão acima do esperado nas vendas do varejo anunciada pelo IBGE mais cedo impulsionou as ações de varejistas durante boa parte do dia. O papel mais beneficiado foi o do Magazine Luiza (MGLU3), que fechou com a maior alta do índice, de 4,91%
Em agosto, as vendas do comércio varejista subiram 1,3% ante julho, na série com ajuste sazonal, acima da mediana das estimativas de 0,10% e dentro do intervalo das previsões dos analistas ouvidos pelo "Broadcast", (de 0,70% a 1,60%).
Já o varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 4,2% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal.
As ações da estatal mineira Cemig (CMIG4) também figuraram entre as maiores altas do dia, com a perspectiva de antecipação da venda de ativos da companhia, dado que a disputa pelo governo do estado se dá entre dois candidatos a favor das privatizações. A valorização dos papéis da companhia foi de 2,73% nesta quinta.
RaiaDrogasil desaba
As ações da RaiaDrogasil (RADL3) tiveram a maior queda do dia depois que a companhia frustrou a expectativa do mercado com projeções mais negativas para o seu segmento, embora tenha reiterado o plano de abrir 240 lojas no próximo ano. A desvalorização dos papéis foi de 5,98%.
Durante encontro com investidores, nesta manhã, a companhia afirmou expectativa de uma desaceleração de aberturas de lojas "por parte dos nossos competidores em função das fortes pressões de resultado e do aumento do nível de alavancagem observado em balanços publicados recentemente".
Reações às prévias operacionais das construtoras
Fora do Ibovespa, a Gafisa (GFSA3) recuou durante boa parte do dia, devido ao fraco desempenho reportado em sua prévia operacional do terceiro trimestre. Entre julho e setembro, as vendas contratadas da incorporadora caíram 61,5% em relação ao informado um ano antes.
Em relatório, o Credit Suisse manteve as ações da construtora em "underperform" (desempenho abaixo da média do mercado), observando que, embora concorde com a estratégia de reduzir lançamentos visando a preservar a liquidez e controlar a alavancagem, se surpreendeu negativamente com a velocidade de vendas reportada no trimestre, de 9%.
No entanto, as ações da construtora se recuperaram e fecharam em alta de 4,22%.
Já os papéis da Even (EVEN3) fecharam com queda de 1,01%. Segundo relatório do Credit Suisse, o motivo foram os resultados preliminares fracos, com queda de 20,9% nas vendas líquidas do terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2017, para R$ 264 milhões.
*Com Estadão Conteúdo.
Bitcoin deixa de ser ‘ilha’ e passa a se comportar como mercado tradicional — mas você não deve tratar criptomoedas como ações de tecnologia
Os convidados do Market Makers desta semana são Axel Blikstad, CFA e fundador da BLP Crypto, e Guilherme Giserman, manager de global equities no Itaú Asset
Entenda o que são as ‘pontes’ que ligam as blockchains das criptomoedas; elas já perderam US$ 2 bilhões em ataques hackers
A fragilidade desses sistemas se deve principalmente por serem projetos muito novos e somarem as fraquezas de duas redes diferentes
Mesmo em dia de hack milionário, bitcoin (BTC) e criptomoedas sobem hoje; depois de ponte do ethereum (ETH), foi a vez da solana (SOL)
Estima-se que cerca de US$ 8 milhões (R$ 41,6 milhões) tenham sido drenados de carteiras Phantom e Slope, além da plataforma Magic Eden
Em 6 meses de guerra, doações em criptomoedas para Rússia somam US$ 2,2 milhões — mas dinheiro vai para grupos paramilitares; entenda
Esse montante está sendo gasto em equipamentos militares, como drones, armas, coletes a prova de balas, suprimentos de guerra, entre outros
Bitcoin (BTC) na origem: Conheça o primeiro fundo que investe em mineração da principal criptomoeda do mercado
Com sede em Miami, a Bit5ive é uma dos pioneiras a apostar no retorno com a mineração de bitcoin; plano é trazer fundo para o Brasil
Mais um roubo em criptomoedas: ponte do ethereum (ETH) perde US$ 190 milhões em ataque; porque hacks estão ficando mais frequentes?
Os hacks estão ficando cada vez mais comuns ou os métodos para rastreá-los estão cada vez mais sofisticados? Entenda
Esquenta dos mercados: Bolsas preparam-se para brilhar no último pregão de julho; Ibovespa repercute hoje dados da Vale e Petrobras
Mercados repercutem balanços de gigantes das bolsas e PIB da Zona do Euro. Investidores ainda mantém no radar inflação nos EUA e taxa de desemprego no Brasil
Somente uma catástrofe desvia o Ibovespa de acumular alta na semana; veja o que pode atrapalhar essa perspectiva
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 2,5% na semana; repercussão de relatório da Petrobras e desempenho de ações de tecnologia em Wall Street estão no radar
Bolsas amanhecem sob pressão do BCE e da renúncia de Draghi na Itália; no Ibovespa, investidores monitoram Petrobras e Vale
Aperto monetário pelo Banco Central Europeu, fornecimento de gás e crise política na Itália pesam sobre as bolsas internacionais hoje
Esquenta dos mercados: Dirigente do Fed traz alívio aos mercados e bolsas sobem com expectativa por balanços de bancos
Hoje, investidores mostram-se animados com os balanços do Wells Fargo e do Citigroup; por aqui, repercussões da PEC Kamikaze devem ficar no radar
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação após corte de juros na China; Ibovespa acompanha reunião de Bolsonaro e Elon Musk
Por aqui, investidores ainda assistem à divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas pelo Ministério da Economia
Hapvida (HAPV3) decepciona e tomba 17% hoje, mas analistas creem que o pior já passou — e que as ações podem subir mais de 100%
Os números do primeiro trimestre foram pressionados pela onda da variante ômicron, alta sinistralidade e baixo crescimento orgânico, mas analistas seguem confiantes na Hapvida
Oscilando nos US$ 30 mil, bitcoin (BTC) mira novos patamares de preço após criar suporte; momento é positivo para comprar criptomoedas
Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo
Bitcoin (BTC) permanece abaixo dos US$ 30 mil e mercado de criptomoedas está em estado de pânico com stablecoins; entenda
Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo
Terra (LUNA) não acompanha recuperação do bitcoin (BTC) neste domingo; criptomoedas tentam começar semana com pé direito
Mesmo com a retomada de hoje, as criptomoedas acumulam perdas de mais de dois dígitos nos últimos sete dias
Bolsas no exterior operam em alta com balanços melhores que o esperado; feriado no Brasil mantém mercados fechados
Investidores também digerem inflação na zona do euro e número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
Em recuperação, bitcoin (BTC) sobe mais de 4% hoje, mas Solana (SOL) é destaque entre criptomoedas e dispara 17% após anúncio do Solana Pay; entenda
Os dados internos da blockchain do bitcoin mostram que a maior criptomoeda do mundo permanece no meio de um “cabo de guerra” entre compradores e vendedores
Bitcoin (BTC) cai após um final de semana de recuperação e criptomoedas esperam ‘lei Biden’ esta semana, mas ethereum (ETH) se aproxima de ponto crítico
A segunda maior criptomoeda do mundo está em xeque com o aprofundamento do ‘bear market’, de acordo com a análise gráfica
Bitcoin (BTC) cai mais de 6% em sete dias, de olho no Fed e na próxima lei de Joe Biden; confira o que movimentou o mercado de criptomoedas nesta semana
Putin a favor da mineração de criptomoedas, Fed e Joe Biden no radar do bitcoin, Elon Musk e Dogecoin e mais destaques
Bitcoin (BTC) recua com aumento de juros do Fed no horizonte e investidores de criptomoedas esperam por lei de Joe Biden; entenda
O plano do presidente americano pesava a mão na taxação de criptomoedas e ativos digitais, no valor de US$ 550 bilhões