Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior
Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa

O dia começa cedo para o mercado financeiro doméstico. Antes mesmo da abertura do pregão, os investidores recebem, às 8 horas, a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), quando o Banco Central ousou, mais uma vez, ao não fechar a porta para novos cortes na Selic em 2020.
No documento, os investidores devem buscar pistas que confirmem a possibilidade de um corte residual, de 0,25 ponto porcentual (pp), em fevereiro. Porém, a ata pode falhar em trazer novidades em relação à mensagem deixada no comunicado que acompanhou a decisão de renovar a taxa básica de juros, para 4,50%, prolongando o suspense.
Novos ajustes podem acontecer na quinta-feira, quando o BC volta à cena para publicar o relatório de inflação referente ao quarto trimestre deste ano. O chamado RTI deve trazer previsões de inflação baixa e perspectivas mais positivas para o crescimento econômico. Mas também é improvável que o documento traga qualquer informação mais relevante.
Com isso, os ajustes finais em relação às expectativas sobre o rumo da Selic no ano que vem podem ser adiados para sexta-feira, quando sai a prévia de dezembro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15). Ontem, o primeiro IGP do mês, o IGP-10 veio mais “salgado”, contaminado pela alta nos preços das carnes bovinas.
Ou seja, de hoje até o fim desta semana, a agenda econômica deve ditar o rumo dos ativos locais, com as apostas sobre a Selic influenciando também o comportamento do dólar e do Ibovespa. Aliás, ontem, a moeda norte-americana encostou-se à faixa de R$ 4,05, diante da perspectiva de pausa no ciclo de cortes, com o juro básico baixo por um longo período.
Já a Bolsa brasileira não teve forças para cravar o 35º recorde histórico de pontuação do ano - o terceiro consecutivo - e acabou fechando em queda, distante da máxima dos 113 mil alcançada durante a sessão. Sem motivo aparente para a realização de lucros nas duas horas finais de negócios, o movimento ocorreu às vésperas do vencimento de índice futuro.
Leia Também
Exterior tenta ampliar rali
O rali dos mercados domésticos será testado hoje, com o sinal positivo tentando prevalecer nos mercados internacionais nesta manhã. Os investidores ainda ensaiam uma comemoração do acordo comercial entre Estados Unidos e China, anunciada ao final da semana passada, mas há dúvidas sobre a concretização dessa primeira etapa.
Na Ásia, as principais bolsas pegaram carona na alta recorde em Wall Street na véspera e subirem firme. Os ganhos foram liderados pela bolsa de Xangai (+1,3%), que foi acompanhada de perto pela praça financeira em Hong Kong (+1,1%), ao passo que Tóquio subiu 0,5%. Ainda na região, no Pacífico, a Bolsa de Sydney ficou de lado.
O mercado financeiro recebeu um grande impulso ao final da semana passada, depois que EUA e China chegaram ao tão esperado acordo. O pacto comercial removeu parte da incerteza, mesmo que sem uma assinatura formal do termo ou escassez de detalhes sobre o conteúdo dessa primeira fase. Também não há nada sobre os planos para uma fase dois.
O importante é que houve uma aceleração nas negociações, esfriando a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. Esse sentimento tenta sustentar os índices futuros das bolsas de Nova York no azul nesta manhã, mas há sinais de fôlego curto para ampliar o rali, testando também a abertura do pregão na Europa, que já está no vermelho.
Há a suspeita sobre se o acordo comercial, de fato, se sustenta. Parece que Washington e Pequim adiaram as discussões sobre temas mais delicados e aceleraram as negociações, tendo em vista o prazo final de 15 de dezembro para uma nova rodada de taxações, e o andamento do processo de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump.
Aliás, a Câmara dos EUA, de maioria democrata, deve aprovar ainda nesta semana o pedido de impeachment de Trump. Mas isso não significa que ele será afastado da presidência. A decisão final depende da votação no Senado, de maioria republicana. Para perder o mandato, dois terços dos senadores devem votar a favor do impeachment.
Nos demais mercados, a libra esterlina devolve parte dos ganhos recentes, diante das investidas do primeiro-ministro britânico, Boris Jonhson, de impedir qualquer tentativa de atraso para o Brexit. O dólar australiano também cai firme. Entre as commodities, o petróleo ensaia alta, diante da possibilidade de o crescimento global voltar a surgir em 2020, mesmo que não seja imediato.
Indústria dos EUA em destaque
Com a ata da reunião de dezembro do Copom sendo a única publicação prevista na agenda econômica doméstica desta terça-feira, as atenções se voltam para o calendário de indicadores no exterior, que traz como destaque os dados da produção industrial nos EUA em novembro. Os números serão conhecidos às 11h15 e a previsão é de alta de 1%.
Antes, às 10h30, saem os dados sobre a construção de moradias nos EUA no mês passado e, depois, às 12h, é a vez do relatório Jolts sobre o número de vagas de emprego disponíveis no país em outubro. No eixo Ásia-Europa, saem os dados da balança comercial na zona do euro em outubro, pela manhã, e no Japão em novembro, no fim do dia.
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Bitcoin mira marca de US$ 100 mil e ganha fôlego com Donald Trump sinalizando mais acordos comerciais
A principal criptomoeda do mundo foi o melhor investimento de abril e especialistas veem mais valorização à frente
Trump acena com negociações tarifárias, mas anuncia sanções ao petróleo do Irã — com alvo indireto na China
Presidente diz que quem comprar petróleo e petroquímicos do país do Oriente Médio não terá mais permissão para fazer negócios com os Estados Unidos
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária