🔴 EVENTO GRATUITO: COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE

Kaype Abreu
Kaype Abreu
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colaborou com Estadão, Gazeta do Povo, entre outros.
tempo ruim

Avanço de 0,4% do PIB pouco altera as perspectivas a curto prazo para a economia

País ainda espera retomada da confiança empresarial e impacto das reformas na geração de emprego; especialistas falam em ano fraco e retomada lenta

Kaype Abreu
Kaype Abreu
29 de agosto de 2019
17:40 - atualizado às 14:28
commodities; camil e m. dias branco
Linha de produção da torrefadora de café da Fazenda Pessegueiro em Mococa, São Paulo. - Imagem: Shutterstock

Os dados do crescimento da economia no segundo trimestre deste ano divulgados nesta quinta-feira, 29, surpreenderam positivamente os especialistas. Mas, na prática, pouco alteram suas perspectivas para o País em 2019.

O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,4% no trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano, de acordo com o IBGE.

O indicador positivo, puxado em especial pelo setor de serviços (0,3%) e indústria (0,7%), representa um alívio, diz o economista sócio da Pezco, Yan Cattani.

Segundo ele, uma das preocupações era de que os números do trimestre reforçassem uma desaceleração do consumo das famílias. "Mas parece que há um processo mais consistente [de retomada do consumo] alinhado a inflação baixa", diz.

Hoje, as projeções do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 3,6% em 2019 e 3,9% em 2020. Mas Cattani afirma que, num cenário ideal, essa retomada aconteceria por conta do aumento do salário nominal.

Já o economista-chefe do Daycoval Asset, Rafael Cardoso, lembra que a ociosidade da economia - a diferença entre o quanto ela produz e quanto tem estrutura para produzir - continua alta. "Vejo poucas mudanças no cenário a curto prazo", diz.

Cardoso lembra que grandes reformas, como a da Previdência, não tem um impacto imediato na sociedade e que, por isso, é cedo para avaliar se a orientação econômica do governo terá efeito no avanço do PIB.

Realidade à porta

Para o economista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier, a mudança na orientação de política econômica do governo anterior para o atual é um dos pontos para se entender a frustração com a economia.

No início do ano, por exemplo, o boletim Focus - publicação do Banco Central que reúne estimativas de economistas do mercado financeiro - chegou a projetar um avanço de 2,5% para o PIB. Nesta semana, a expectativa está em 0,8%.

Xavier diz se deu pouca atenção a importância ao caminho de transição que seria feito entre a saída de cena do Estado para uma atuação mais forte do setor privado. "Se as empresas estão vindo de uma desalavancagem, de um momento fraco, isso afeta os investimentos", diz.

Mas se os investimentos dependiam da confiança do setor privado - que, por sua vez, tinha como pauta as reformas econômicas - o que aconteceu para a economia não decolar, já que a agenda liberal do governo segue em frente?

O especialista da Tendências lembra que a confiança, em especial aquela medida pela Fundação Getúlio Vargas, leva em conta outros fatores. "A comunicação, por exemplo, se se identifica na mídia elementos que rementem a uma instabilidade política, o indicador é afetado", diz.

Um exemplo, segundo ele, seriam os recuos do governo ou os embates como a crise de imagem envolvendo as queimadas na Amazônia. "Com esse e outros fatores, vai ser mais um ano de economia fraca, com o alívio de medidas como a liberação de saque do FGTS", explica.

Conta também para o ano fraco a desaceleração global, impulsionada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China. "A virada do dólar afetou bastante. Depois da reforma [da Previdência] foi quase que na sequência que o Trump [presidente dos EUA] começou a falar mais contra os chineses", lembra Cardoso, do Daycoval.

Segundo trimestre em números

Na comparação com o segundo trimestre de 2018, o PIB cresceu 1,0%, com a agropecuária registrando variação positiva de 0,4% e a indústria de 0,3%.

Segundo o IBGE, a indústria extrativa teve sua queda mais acentuada na série histórica - encolheu 9,4%.

“A extração mineral ainda sofre os efeitos de Brumadinho e da paralisação de outras barragens para vistoria”, explica a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.

Xavier lembra que alguns setores, como o do minério de ferro, tem uma importância muito grande para a economia porque funcionam em efeito cascata sobre outros setores.

Os serviços apresentaram aumento de 1,2%. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias continua puxando o avanço, com expansão de 1,6%, nono trimestre seguido de resultados positivos. A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador que mede os investimentos na economia, avançou 5,2%.

“Mais uma vez, vemos o consumo das famílias influenciando a demanda, além de ter puxado o aumento do comércio varejista", afirma Dionísio.

 

Compartilhe

Recessão na Rússia

“Geração Putin” está sofrendo as consequências do isolamento econômico do país com menos oportunidades de trabalho e educação

22 de junho de 2022 - 10:35

Saída em massa das multinacionais e mudanças estruturais no sistema educacional do país estreitam as perspectivas dos jovens russos

MERCADO DE TRABALHO

Dependendo da gorjeta: Uber, iFood e Rappi não oferecem remuneração adequada, revela pesquisa

17 de março de 2022 - 17:52

Levantamento feito pelo projeto Fairwork Brasil, ligado à universidade de Oxford, revelou que quem depende do trabalho por meio de plataformas não encontra as melhores condições

Tendências da bolsa

AGORA: Em linha com exterior negativo, Ibovespa futuro abre em queda e dólar sobe hoje; bitcoin (BTC) aprofunda queda do fim de semana

24 de janeiro de 2022 - 9:07

Na agenda da semana, a inflação medida pelo IPCA-15 e pelo PCE, nos Estados Unidos, são o grande destaque dos próximos dias

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda e acompanha Nova York, enquanto dólar sobe para R$ 5,44

21 de janeiro de 2022 - 9:12

Com agenda esvaziada, tanto por aqui quanto no exterior, investidores devem ficar de olho no último dia do Fórum Econômico Mundial, enquanto aguardam reunião do Fed, agendada para a semana que vem

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em alta puxado por Nova York e dólar recua a R$ 5,46; confira

20 de janeiro de 2022 - 9:05

O dia é esvaziado, tanto no cenário doméstico quanto no exterior; investidores aguardam reunião do Fed semana que vem

FOCO NO TECH

Empregos da área de tecnologia são os mais promissores para 2022; veja a lista completa de oportunidades

19 de janeiro de 2022 - 12:00

Segundo a lista Empregos em alta em 2022 do LinkedIn, o setor de tecnologia e computação se destaca nas profissões mais promissoras para este ano, seguido por marketing, vendas e experiência do usuário

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro avança próximo da estabilidade e dólar cai de olho no exterior positivo e nos balanços dos bancos de hoje

19 de janeiro de 2022 - 9:09

As commodities permanecem em rota de valorização, com o petróleo e o minério de ferro em destaque hoje

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em queda com cenário externo negativo e greve dos servidores pressiona local; dólar sobe

18 de janeiro de 2022 - 9:08

O balanço de grandes bancos dos EUA, como o Bank of America e o Goldman Sachs, permanece no radar do investidor internacional hoje

Tendências da bolsa

AGORA: Prévia do PIB vem acima do esperado, mas Ibovespa futuro abre em queda e dólar avança pela manhã

17 de janeiro de 2022 - 9:09

O PIB da China animou os mercados nesta segunda-feira, com resultados acima do esperado pelos analistas

Tendências da bolsa

AGORA: Ibovespa futuro abre em leve queda, mesmo com dados do varejo acima do esperado; dólar opera com estabilidade

14 de janeiro de 2022 - 9:12

O exterior opera sem direção definida pela manhã, antes dos balanços de grandes bancos nos Estados Unidos

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar