Alta de juros vai continuar nos EUA, a questão é até quando
Ata do Federal Reserve, banco central americano, indica que política monetária terá de ficar restritiva para conter inflação

A maioria dos membros do Federal Reserve (Fed), banco central americano, acredita que a política monetária terá de ficar restritiva por algum tempo. Isso quer dizer que a taxa de juros, atualmente entre 2% e 2,25% ao ano, vai continuar subindo.
Isso não é lá grande novidade, a questão agora é descobrir até que patamar o juro vai subir, pois o Fed está deixando de fazer uma normalização dos juros e parte para um aperto das condições monetárias. E essa pode ser uma fonte de instabilidade para os mercados mundiais. Com a divulgação da ata, os índices acionários nos EUA acentuaram o movimento de baixa e o Dolar Index, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de moedas, passou a operar em alta.
Depois de quase uma década de juros zero, o Fed vem ajustando o custo do dinheiro buscando evitar um superaquecimento da economia e uma consequente elevação da inflação para cima da sua meta informal de 2% ao ano. Além do estimulo do Fed, a economia tem recebido impulso fiscal dos programas de corte de impostos.
O processo de ajuste, no entanto, tem acontecido de forma gradual e tudo indica que deve continuar sendo dessa forma. Como disse o presidente Jerome Powell, a opção pelo ajuste gradual é para não ir tão rápido a ponto de atrapalhar a economia, nem tão lento que resulte em alta da inflação.
A questão, agora, é que Fed passou a falar abertamente em tornar a política monetária restritiva, ou seja, o juro deixa de contribuir na retomada econômica.
De acordo com a ata divulgada nesta tarde, “alguns” participantes do Fed acreditam que a política monetária terá de ficar “moderadamente” restritiva por algum tempo. Enquanto outros julgam que seria necessário elevar “temporariamente” a taxa básica de juros acima da taxa neutra visando reduzir o risco de a inflação ultrapassar a meta de 2% ou para mitigar algum risco proveniente de desequilíbrios financeiros.
Leia Também
A taxa neutra é uma variável não observável que carrega consigo a ideia de um patamar de juros que não atrapalha nem ajuda a economia mantendo a inflação na meta. Até o momento, o Fed vinha mantendo a taxa básica abaixo do patamar considerado neutro, ou seja, política monetária acomodativa. Em sua última reunião, o Fed retirou essa avaliação do comunicado, e agora fala em levar o juro para cima desse patamar.
A taxa neutra é estimada levando em conta fatores como produtividade e demografia e é alvo de acalorados debates no mercado e na academia. Os membros do Fed apresentam sua estimativa do que seria essa taxa neutra no longo prazo. Atualmente, a projeção do Fed é de juro neutro na casa de 3%.
Apenas “um par” de participantes afirmou que não favoreceria uma política restritiva enquanto não surgirem claros sinais de um superaquecimento da economia e inflação em alta.
Sobre o comportamento dos preços, “muitos” participantes estimam que a inflação vai exceder a meta de 2% ao ano por algum tempo. Mas a visão geral é de que as expectativas continuam orbitando a meta.
No lado da atividade, alguns membros mostram surpresa com ritmo de crescimento, pois ele estaria acima do antecipado.
O Fed também está preocupado com alguma bolha no preço dos ativos. Alguns participantes comentaram sobre o continuo crescimento de empréstimos alavancados, sobre o afrouxamento nos termos e padrões desses empréstimos, e sobre o crescimento dessa atividade fora do setor financeiro. Essas são razões “para permanecer consciente das vulnerabilidades e possíveis riscos à estabilidade financeira”.
Certamente o tom desse comunicado considerado mais duro (hawk, no jargão) vai desagradar o presidente Donald Trump, que vem agredindo Powell e o Fed pela alta de juros.
O próximo encontro do Fed está previsto para os dias 7 e 8 de novembro. Em dezembro, o comitê se encontra nos dias 18 e 19 e se espera mais um ajuste de 0,25 ponto. Para 2019 também são projetadas novas elevações.
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana