A fórmula do sucesso de grandes investidores: revelada
Não tem atalho, algoritmo, fórmula mágica. Estamos num ambiente de incerteza e aleatoriedade, no Quarto Quadrante de Nassim Taleb, onde a ciência (e os métodos predeterminados) pode(m) fazer pouco, quase nada por você.

Qual é o segredo do sucesso dos grandes investidores? O que você tem de fazer para, rapidamente, se tornar um multimilionário das finanças?
O grande segredo é que não há segredo algum. Não tem atalho, algoritmo, fórmula mágica. Estamos num ambiente de incerteza e aleatoriedade, no Quarto Quadrante de Nassim Taleb, onde a ciência (e os métodos predeterminados) pode(m) fazer pouco, quase nada por você.
Fora da possibilidade de ser atingido pela sorte — e, sim, isso acontece com frequência (inclusive mais vezes do que a maioria supõe; o que leva muito sortudo por aí a se achar competente) —, não tem caminho fácil.
O percurso das finanças e da construção patrimonial é sinuoso, cheio de desafios e surpresas bem no meio da estrada. Nada muito diferente do que a própria vida. O mercado financeiro é uma metonímia da interação social igualzinha àquela da realidade cotidiana.
A arte de investir bem
Seres humanos (ou computadores programados por seres humanos) obedecem a seus instintos mais primitivos da propensão à troca, à negociação, para aumentar seu bem-estar. A sociedade comercial, para usar um termo de Adam Smith, se vincula espontaneamente à natureza humana. Talvez por isso a insistência de Margaret Thatcher em recuperar a essência do Partido Conservador inglês em sua defesa de políticas liberais, mesmo contra a visão estereotipada daqueles que viam na destruição criativa schumpeteriana, típica do capitalismo, uma ameaça a tradições seculares consagradas. Segundo a Dama de Ferro, a sociedade comercial seria uma representação visceralmente conservadora, porque preservaria a liberdade individual e a propensão à troca. John Stuart Mill pensou coisas parecidas um tempinho antes.
A arte de investir bem (e isso, para mim, é arte, não é ciência, como tentei dizer no começo) é muito parecida com a tentativa de se viver bem, encontrando seu próprio jeito de ser e estar no mundo, em que ponderam-se, por tentativa e erro numa apresentação que não admite ensaios prévios, forças dionisíacas e apolíneas, atitudes moderadas e outras mais arrojadas, risco e retorno, teimosia e adaptabilidade, convicção e mãos fracas.
Leia Também
Talvez fosse o caso de dar um passo atrás e, antes da questão inicial, nos perguntarmos o que é sucesso. Sem a definição do sujeito, difícil lutar para conquistá-lo. Eu, que ganho 4 mil cruzeiros por mês e devia estar contente porque consegui comprar um Corcel 73, penso que só pode haver uma categorização possível para o sucesso. É aquela de Robert Redford em “O Velho e a Arma” (também a mesma de Taleb), que responde ao questionamento: você decepcionou aquela criança que você era aos 12 anos de idade? Se não, parabéns! Você é bem-sucedido. O resto é perfumaria, jogar para a torcida, escravizar-se numa reputação feita para agradar aos outros porque você está alijado da própria aprovação.
Sem fórmulas mágicas
Depois de ver todos os super-heróis passando por momentos difíceis em Bolsa e de ver cada fórmula mágica não resistir ao teste do tempo (ele é impiedoso como Cersei Lannister), hoje vejo tudo com grande ceticismo. Cada vez mais, sou um analista (no sentido amplo, de quem faz análise, como um sujeito do Fleury que analisa laudos laboratoriais ou como Arnaldo Cezar Coelho analisa arbitragem no futebol) que acredita cada vez menos no poder dos analistas.
A verdade é que eu posso fazer por você menos do que você gostaria. Menos do que eu mesmo gostaria.
Mas que isso não se confunda com uma postura niilista. Há muito, sim, a se fazer para melhorar seus retornos e derrubar o risco de sua carteira. Não no sentido do “investimento certo para o momento”, a “dica quente pra agora”. Isso aí não rola, não.
O mais perto que podemos chegar à fórmula do sucesso em investimentos é aquilo que Ray Dalio, o maior gestor do mundo, chama de seu “Santo Graal”. Ele explica tudo neste vídeo. A síntese é a seguinte: selecione de 15 a 20 ativos considerados bons (razoável combinação risco/retorno), com baixa correlação entre si. O Excel calcula as correlações pra você — a ideia aqui é que não andem na mesma direção, disponham de fatores de riscos diferentes a eles associados.
Diversificação
Por meio dos ganhos da diversificação, você vai conseguir preservar boa parte do seu retorno potencial e dividir seu risco em até cinco vezes. A diversificação é o último almoço grátis disponível, como diria Harry Markowitz.
Se eu pudesse dizer uma coisa aos investidores brasileiros, uma única, seria: “Diversifique seus investimentos. Você não faz ideia do poder de covariâncias negativas atuando conjuntamente”.
Antes de partir para as questões mais frívolas do dia, duas sugestões de cunho pragmático — elas atualizam situações anteriores aqui expostas e que ficaram obsoletas agora, merecendo a correção.
1 — Sempre defendi uma posição estrutural em dólar (poderia ser outra moeda forte, mas o “greenback” cumpre um bom papel) para o investidor pessoa física. Primeiro por razões de hedge/proteção. Depois pela diversificação tão defendida por essas bandas (não coloque todos os ovos na mesma moeda). Como forma de ganhar exposição a isso, apontava os fundos cambiais como alternativa mais fácil, simples e adequada. Os fundos do Votorantim e da Occam, com taxas de, respectivamente, 1 por cento ao ano (e investimento mínimo de 1 mil reais) e 0,75 por cento ao ano (mínimo de 5 mil reais) vinham sendo indicados, por serem os mais baratos, num ambiente que não demanda muita inteligência de gestão. Agora, o BTG Pactual Digital lançou um fundo cambial com taxa de 0,15 por cento ao ano, passando, portanto, a ser o favorito.
2 — Sou um defensor de fundos de previdência, em especial dos planos PGBL para aqueles que fazem declaração completa de IR — obviamente, precisa ser um bom fundo de previdência, e a maioria da indústria é ruim (há uma matéria extensa no Valor hoje sobre isso, com levantamento da Magnetis mostrando como esse segmento oferece, em geral, baixos retornos, o que exige uma seleção criteriosa). Minha indicação tem sido o FoF Vitreo SuperPrevidência, que parte de uma carteira teórica idealizada, com bela diversificação — diga-se de passagem — para compor uma combinação muito interessante de risco e retorno. A aplicação mínima no fundo era de 10 mil reais ou uma contratação de débitos automáticos de 1 mil reais mensais. Agora, numa espécie de “condição especial de Dia das Mães”, a gestora reduziu os mínimos para 1 mil reais inicial ou 100 reais por mês debitados automaticamente, para contratações de planos de menores de idade. Eu mesmo acabo de fazer para o meu filho, João Pedro. Estou feliz de ter esse “momento família” e garantir um futuro mais tranquilo para ele.
Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025
Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025
A coruja do Duolingo na B3: aplicativo de idiomas terá BDRs na bolsa brasileira
O programa permitirá que investidores brasileiros possam investir em ações do grupo sem precisar de conta no exterior
Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025
Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados
O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês
110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais
Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
XP rebate acusações de esquema de pirâmide, venda massiva de COEs e rentabilidade dos fundos
Após a repercussão no mercado, a própria XP decidiu tirar a limpo a história e esclarecer todas as dúvidas e temores dos investidores; veja o que disse a corretora
PGBL ou VGBL? Veja quanto dinheiro você ‘deixa na mesa’ ao escolher o tipo de plano de previdência errado
Investir em PGBL não é para todo mundo, mas para quem tem essa oportunidade, o aporte errado em VGBL pode custar caro; confira a simulação
De Minas para Buenos Aires: argentinos são a primeira frente da expansão do Inter (INBR32) na América Latina
O banco digital brasileiro anunciou um novo plano de expansão e, graças a uma parceria com uma instituição financeira argentina, a entrada no mercado do país deve acontecer em breve
XP Malls (XPML11) é desbancado por outro FII do setor de shopping como o favorito entre analistas para investir em março
O FII mais indicado para este mês está sendo negociado com desconto em relação ao preço justo estimado para as cotas e tem potencial de valorização de 15%
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Debêntures da Equatorial se destacam entre as recomendações de renda fixa para investir em março; veja a lista completa
BB e XP recomendaram ainda debêntures isentas de IR, CRAs, títulos públicos e CDBs para investir no mês
Vencimento de Tesouro Selic paga R$ 180 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
Simulamos o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro Selic e em outros papéis de renda fixa
Estrangeiro “afia o lápis”, mas ainda aguarda momento ideal para entrar na bolsa brasileira
Segundo o Santander, hoje, os investidores gringos mantêm posições pequenas na bolsa, mas mais inclinados a aumentar sua exposição, desde que surja um gatilho apropriado