Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual

Queridinhos dos investidores, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) estão com a corda toda em 2025.
Dados de março da B3 mostram que esses títulos hoje representam quase metade (45,2%) do estoque de títulos bancários emitidos no mercado brasileiro, uma elevação na ordem de 14,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Com isso, os CDBs totalizaram um estoque de R$ 2,57 trilhões ao final de março.
- VEJA TAMBÉM: Como não cair na malha fina? Guia do Imposto de Renda 2025 do Seu Dinheiro ensina o passo a passo
Entre os títulos mais rentáveis emitidos no mês passado, os retornos variaram de 108% do CDI a 120% do CDI nos pós-fixados e chegaram a 15,72% nos papéis prefixados, mesmo em vencimentos de curto prazo.
Já os títulos com remuneração atrelada à inflação atingiram taxas de até 9,43% + IPCA, conforme levantamento feito pela plataforma Quantum Finance.
Os valores superam — e muito — as taxas de referência dos títulos públicos.
Leia Também
Em março, o Tesouro Prefixado 2028, mais próximo dos vencimentos catalogados pela Quantum, atingiu um pico de 14,90%. Já o Tesouro IPCA + 2029, referência para os CDBs atrelados à inflação, foi a 7,96% de juro real na sua máxima.
O levantamento da Quantum mapeou 60 emissões em março de 10 emissoras diferentes, sendo que metade das emissões corresponderam a dois nomes: Santander e Haitong.
Santander paga 15,72% ao ano nos CDBs
O banco Santander foi responsável por 15 emissões de CDBs prefixados em março, todos com vencimento ainda em 2025. As taxas variam entre 15,19% e 15,72%.
Uma emissão pós-fixada, atrelada a juros, também saiu com um prêmio alto em relação ao Tesouro Selic 2028, com remuneração de CDI + 1,539%.
Emissor | Remuneração | Data de Emissão | Data de Expiração |
---|---|---|---|
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | DI + 1.539% | 31/3/2025 | 7/5/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.72% | 31/3/2025 | 30/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.61% | 31/3/2025 | 5/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.56% | 31/3/2025 | 2/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.41% | 31/3/2025 | 8/5/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.40% | 20/3/2025 | 28/7/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.38% | 20/3/2025 | 22/7/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.37% | 31/3/2025 | 6/5/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.35% | 20/3/2025 | 15/7/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.34% | 31/3/2025 | 2/5/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.33% | 20/3/2025 | 8/7/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.30% | 20/3/2025 | 1/7/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.28% | 20/3/2025 | 24/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.25% | 20/3/2025 | 17/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.22% | 20/3/2025 | 10/6/2025 |
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 15.19% | 20/3/2025 | 3/6/2025 |
Master e seus 120% do CDI
O banco Master também apareceu na seleção da plataforma de emissões em março: quatro títulos, com vencimentos para 2027, e remunerações que variam entre 115% e 120% do CDI.
As taxas poderiam ser consideradas atrativas, não fosse o movimento de venda de CDBs do Master no mercado secundário, por investidores que estão se desfazendo dos papéis em meio a venda turbulenta do banco para o Banco de Brasília (BRB).
Na fuga dos ativos, os investidores estão absorvendo prejuízos na ordem de 20%, o que tem elevado as taxas dos CDBs nessas vendas secundárias para valores de até 160% do CDI.
Agentes de mercado acreditam que esses novos títulos do Master, emitidos a taxas mais baixas, devem ficar estocados nas plataformas das corretoras, visto que há opções pagando mais, pelo mesmo risco e vencimento, no mercado secundário.
Emissor | Remuneração | Data de Emissão | Data de Expiração |
---|---|---|---|
BANCO MASTER DE INVESTIMENTO S.A. | 120% do CDI | 6/3/2025 | 24/2/2027 |
BANCO MASTER DE INVESTIMENTO S.A. | 120% do CDI | 5/3/2025 | 23/2/2027 |
BANCO MASTER DE INVESTIMENTO S.A. | 120% do CDI | 24/3/2025 | 15/3/2027 |
BANCO MASTER DE INVESTIMENTO S.A. | 115% do CDI | 7/3/2025 | 25/2/2027 |
O que é o Haitong que paga IPCA + 9,43% ao ano?
Na onda de remunerações exorbitantes, o chinês Haitong Banco de Investimentos — que conta com um investidor brasileiro e subsidiária no país — foi o protagonista das emissões de CDBs atrelados à inflação.
Com 15 emissões em março, todas com remuneração superando 9% mais a correção pela inflação, os números chamam a atenção e merecem uma segunda consideração na hora de o investidor decidir se corre ou não esse risco.
O Haitong é um banco de investimentos, com sedes em Portugal e Xangai e participação de 20% do Bradesco. Suas principais operações incluem serviços de assessoria financeira, fusões e aquisições, mercado de capitais e financiamento estruturado, segundo o relatório administrativo de 2024.
A classificação de risco global da controladora da subsidiária brasileira, o Haitong Bank, é BB+, pelo S&P Global. Entretanto, a unidade brasileira tem uma classificação brAAA em moeda local.
O planejador financeiro e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff, afirma que o banco tem liquidez suficiente para cobrir confortavelmente suas operações diárias, porém, também acredita que uma taxa de IPCA + 9% é muito superior à média do mercado e exige cautela.
Para Patzlaff, o melhor a se fazer nesse caso é se manter dentro do limite de R$ 250 mil — considerando principal + juros — de restituição por CPF, para emissão de uma instituição, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Emissor | Remuneração | Data de Emissão | Data de Expiração |
---|---|---|---|
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.430% | 31/3/2025 | 2/4/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.430% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.330% | 28/3/2025 | 30/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.330% | 28/3/2025 | 30/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.330% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.230% | 28/3/2025 | 30/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.230% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.230% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.180% | 31/3/2025 | 2/4/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.180% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.130% | 28/3/2025 | 29/3/2027 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.130% | 28/3/2025 | 30/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.130% | 31/3/2025 | 31/3/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.130% | 31/3/2025 | 2/4/2026 |
HAITONG BANCO DE INVESTIMENTO DO BRASIL S.A. | IPCA + 9.120% | 27/3/2025 | 27/3/2026 |
Acabou a isenção: como as mudanças propostas no imposto de renda dos investimentos podem mexer com os mercados
Investidores podem esperar mudanças nas taxas, nos prazos e nos retornos se propostas da MP 1.303/25, que estabelece imposto de 5% para isentos e alíquota única de 17,5% para demais investimentos, forem aprovadas
LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas devem perder isenção de IR e passar a ser tributadas; veja regras completas
Governo publicou texto da Medida Provisória com novas regras de tributação para investimentos que inclui tributação de 5% para títulos de renda fixa antes isentos
Estratégia dos gestores: títulos AAA e agro ficam em segundo plano; pitada de risco é bem-vinda para melhorar retornos
Enquanto investidores colocam cada vez mais fichas no crédito privado, gestores enfrentam cenário mais difícil para retornos acima da curva
O que esperar da renda fixa com o fim das altas na Selic e a possível tributação de isentos, como LCI e LCA?
No Touros e Ursos desta semana, Ulisses Nehmi, CEO da gestora de renda fixa Sparta, fala sobre estratégias e riscos diante de um juro tão alto e ameaças de tributação
Renda fixa em junho: Tesouro IPCA+ e debênture da Sabesp são destaques; indicações incluem títulos isentos como CRIs, LCAs e a nova LCD
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam comprar na renda fixa em junho
Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única
Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações
Ainda vale a pena investir em LCI e LCA com o imposto de 5% proposto por Haddad? Fizemos as contas
Taxação mexe com um dos investimentos preferidos do investidor pessoa física; LCI e LCA hoje são isentas de imposto de renda
Neon lança CDB que rende até 150% do CDI, de olho em novos clientes; veja como investir
Os Certificados de Depósito Bancário tem aporte mínimo de R$ 100; promoção será válida por dois meses
Petrobras (PETR4) está considerando emitir R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda
Oferta da estatal seguiria outra oferta bilionária de dívida anunciada na semana passada, a da Vale
Vale (VALE3) anuncia emissão de R$ 6 bilhões em debêntures isentas de imposto de renda com retorno inferior ao dos títulos públicos
Com isenção, porém, papel deve se manter atrativo em relação aos títulos Tesouro IPCA+; oferta será restrita a investidores profissionais
CMN reduz prazo de carência de LCIs e LCAs de nove para seis meses, mas fecha um pouco mais o cerco a CRIs, CRAs e CDCAs
Órgão afrouxa restrição imposta em fevereiro de 2024 a LCIs e LCAs, mas aperta um pouco mais as regras para outros títulos isentos de imposto de renda
Vencimento de Tesouro IPCA+ paga R$ 153 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
O Seu Dinheiro simulou o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro IPCA+ e em outros papéis de renda fixa; confira
Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?
Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Onde investir na renda fixa em maio: Tesouro IPCA+ e CRA da BRF são destaques; indicações incluem LCA e debêntures incentivadas
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos recomendam comprar na renda fixa em maio, especialmente entre os ativos isentos de IR
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?
Empresas aproveitam o apetite do investidor por renda fixa e aumentam a oferta de criptoativos de dívida, registrados na blockchain; entenda os benefícios e os riscos desses novos investimentos
Tesouro Direto pagará R$ 153 bilhões aos investidores em maio; veja data de pagamento e qual título dá direito aos ganhos
O valor corresponde ao vencimento de 33,5 milhões de NTN-Bs, que remuneram com uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação
CDBs do Banco Master que pagam até 140% do CDI valem o investimento no curto prazo? Títulos seguem “baratos” no mercado secundário
Investidores seguem tentando desovar seus papéis nas plataformas de corretoras como XP e BTG, mas analistas não veem com bons olhos o risco que os títulos representam
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem