Conta de luz deve ficar mais cara, mas não para todos — projeto do governo prevê isenção para baixa renda e aumento para classe média, diz jornal
Reforma do setor elétrico tem como objetivo ampliar os beneficiados pela tarifa social, mas custo excedente recairá sobre demais clientes residenciais e pequenos comerciantes

Uma nova medida provisória (MP) deverá ser anunciada pelo governo federal nos próximos dias. Dessa vez, o alvo é o setor elétrico e a conta de luz que tem tarifa social.
Segundo reportagem do Estado de S.Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deseja ampliar a tarifa social para famílias de baixa renda, e o custo excedente dessa mudança será coberto pelo aumento das tarifas cobradas dos consumidores do mercado regulado — que são os clientes residenciais de classe média para cima e o pequeno comércio.
A MP prevê que a isenção da conta de luz será concedida para famílias que consomem até 80 kWh de energia por mês. As residências que consomem até 120 kWh por mês também teriam um desconto.
- VEJA MAIS: Faltam menos de 15 dias para o fim do prazo da declaração; confira o passo a passo para acertar as contas com o Leão
Nos dois casos, são elegíveis somente famílias de baixa renda para a isenção, e famílias que têm renda per capita entre meio e um salário mínimo para o desconto.
A reportagem afirma que 60 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas pelo projeto.
Em contrapartida, para essa mudança entrar em vigor, alguém vai ter que pagar mais caro.
Leia Também
Neste caso, a classe média e os pequenos comerciantes deverão arcar com os custos, que foram estimados em R$ 3,6 bilhões — ou um aumento de 1,4% na conta de luz.
Energia elétrica em debate
Segundo o jornal, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apresentou a proposta em abril, seu argumento foi que os consumidores de classe média serão compensados com a abertura do mercado livre de energia elétrica e a redistribuição dos pagamentos dos encargos, que irá transferir parte dos custos para a grande indústria.
- LEIA TAMBÉM: Quer saber mais sobre viagens, gastronomia, moda e estilo? Cadastre-se para receber a newsletter gratuita do Lifestyle do Seu Dinheiro
Essa compensação, entretanto, só virá no futuro e, possivelmente, será insuficiente para bancar a ampliação do programa social no curto prazo.
A abertura do mercado livre aos consumidores residenciais e ao pequeno comércio é vista com bons olhos pela indústria, pois irá promover maior competição no mercado de energia elétrica e tende a diminuir o custo da população com a conta de luz.
Isso porque essa abertura permitirá que os consumidores escolham seus fornecedores de acordo com aquele que oferecer a energia mais barata.
A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), principal encargo que incide sobre as tarifas de energia e que banca subsídios a energias renováveis, o programa Luz para Todos e a eletrificação na zona rural, tende a sumir para os consumidores que aderirem a novos fornecedores.
Mas essa escolha só estará disponível a partir de meados de 2027. Hoje, esse benefício só é acessível a consumidores de alta e média tensão, principalmente as grandes indústrias.
Neste ano, o custo da CDE está estimado em R$ 40,6 bilhões, o que representa 13,83% do valor da conta de luz dos consumidores residenciais.
- LEIA TAMBÉM: Novo ETF da B3 aposta em energia nuclear e urânio como alternativa sustentável e estratégica
Conta de luz vs. energia renovável
Outra possibilidade aventada pelo ministro Silveira foi compensar o aumento da isenção da tarifa social com o fim de um subsídio oferecido à geração “incentivada”, que vem de energia eólica, solar, biomassa e de pequenas centrais hidrelétricas.
Segundo o texto, o tema divide o setor elétrico.
Há os que consideram a opção positiva, pois permite uma reorganização dos investimentos às fontes de energia renovável, e há os que são contra, alegando que o fim do subsídio poderá inviabilizar os projetos.
O subsídio é um desconto de 50% pelo uso das redes de transmissão e distribuição de energia.
O custo deste desconto, entretanto, é alto para a conta de luz dos consumidores do mercado regulado: cerca de R$ 11 bilhões por ano, segundo o Estadão.
Na MP, o governo limita esse subsídio apenas aos contratos vigentes. Para os contratos novos, ele deixa de existir.
Negociação no Congresso
Os setores afetados estariam tentando derrubar a mudança no Congresso, segundo a reportagem, ou criar uma transição que mantenha o benefício por mais tempo.
A pressão pode surtir efeito, já que políticos governistas e auxiliares do presidente Lula têm focado em proteger a tarifa social e a abertura do mercado livre, que são as medidas mais populares do pacote.
Já o início de uma reorganização dos incentivos ao setor renovável poderia ser abandonado.
O atraso na publicação da MP teria aberto uma brecha, segundo o jornal, para uma nova rodada de negociações entre os setores atingidos e o governo.
Mudança nos concursos públicos: Lula sanciona lei que amplia cotas; entenda como as novas regras funcionam
Novo percentual incidirá sobre total de vagas dos processos seletivos para cargos efetivos e temporários da administração pública federal
Alexandre de Moraes manda prender Carla Zambelli após saída da deputada do Brasil; entenda o caso
Procuradoria-Geral da República pediu a prisão preventiva na noite de terça-feira (3)
Carla Zambelli sai do Brasil dias após STF condenar a deputada à prisão por dez anos; entenda o caso
Zambelli foi para a Europa, onde diz ter cidadania, e afirmou que pedirá licença do mandato de deputada federal
Haddad fala em ‘sugestão estrutural’ como alternativa ao aumento do IOF após negociações com o Congresso
Alternativas ao aumento do IOF incluem a revisão de benefícios fiscais e a parceria com legislativo para fortalecer a arrecadação
Desaprovação ao governo Lula atinge o maior nível da série e coloca em risco reeleição do presidente, segundo pesquisa do AtlasIntel
O levantamento é o primeiro do instituto após as fraudes do INSS e do aumento do IOF
Plano alternativo ao IOF deve “evitar gambiarras” e Lula precisa entrar na negociação, diz Hugo Motta
Presidente da Câmara afirmou que o Brasil está cansado de tantos impostos e que se a equipe econômica não resolver, o Congresso irá
Há ‘fortes indícios’ de que foco de gripe aviária está contido, diz ministro da Agricultura
Brasil já entrou no período de vazio sanitário, em que contabiliza 28 dias sem novos casos para voltar ao status de “livre de gripe aviária”
“Se fizer o dever de casa e sinalizar um ajuste fiscal, imediatamente a economia melhora”, diz Mansueto Almeida
Economista-chefe do BTG Pactual acredita que com sinais claros de responsabilidade fiscal e controle de gastos, juros e inflação no país teriam espaço para cair rapidamente
Fraude no INSS: descontos indevidos já comunicados somam R$ 1 bilhão em devoluções; governo amplia atendimento com os Correios
Em entrevista coletiva, presidente do INSS falou sobre os ressarcimentos e confirmou parceria com os Correios para atendimento presencial a partir do dia 30
Lula assina MP que deixa conta de luz mais cara para a classe média e amplia isenção para baixa renda; veja como vai ficar
Texto, que ainda pode sofrer mudanças no Congresso, também amplia o mercado livre de energia e reduz subsídios para fontes renováveis
Comissão do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo e aumenta mandatos para 5 anos
Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado
Fraude do INSS: ação pede fim de regra que transfere ‘prova diabólica’ a aposentados
Segundo o documento, a Instrução Normativa PRES/INSS nº 186/2025 fragiliza aposentados e pensionistas ao inverter o ônus da prova, transferindo aos beneficiários a responsabilidade de comprovar os descontos indevidos
Exportações de frango na berlinda: Brasil mira retomar exportações em 28 dias
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que, mesmo com a retomada do status de livre de gripe aviária, a normalização das exportações de carne de frango será gradual
Agência Brasil
INSS vai devolver R$ 292,6 milhões entre maio e junho; veja datas de pagamento
O valor a ser restituído corresponde às mensalidades de associações e sindicatos descontadas indevidamente em abril; a consulta pode ser feita pelo app Meu INSS ou pelo telefone 135
Dedo na cara: a nova crítica de Lula a Trump após viagem à Rússia e encontro com Putin
O presidente brasileiro deixou Moscou neste sábado (10) rumo a outro destino que deve desagravar bastante o republicano: a China
Governo vai usar dinheiro da União para ressarcir os aposentados que sofreram com golpe no INSS? Haddad responde quem vai pagar a conta
Em evento na B3, o ministro da Fazenda disse que o governo federal já tomou as primeiras medidas para captar recursos para ressarcir os aposentados
Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula
O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente
Governo pode usar recursos do Tesouro para bancar fraude do INSS? Veja o que já se sabe até agora
A estimativa é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários do INSS tenham sido atingidos por descontos indevidos, com prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Fraude do INSS: oposição protocola pedido por CPI na Câmara; juiz manda quebrar sigilos
Pedido teve a adesão de 185 deputados; irregularidades levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto