🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Maria Eduarda Nogueira

Maria Eduarda Nogueira

Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Já trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens. Atualmente, é repórter de lifestyle do Seu Dinheiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.

DESAFIOS NO LUXO PERMANECEM

Existe ‘luz no fim do túnel’ para Louis Vuitton, Hermès e Gucci? Mercado de luxo deve ter crescimento morno até 2027

Relatório do Business of Fashion (BoF) em parceria com a consultoria McKinsey & Company aponta tendências para o segmento, que vive uma desaceleração desde o ano passado

Maria Eduarda Nogueira
Maria Eduarda Nogueira
19 de fevereiro de 2025
8:01 - atualizado às 14:01
SÓ USO EDITORIAL loja Louis Vuitton luxo moda lvmh bernard arnault
Fachada da loja Louis Vuitton, com várias clientes na fila. - Imagem: iStock.com/winhorse

Se, nos últimos anos, você notou um número maior de bolsas e lojas de grife ao redor do Brasil e do mundo, saiba que não foi só questão de percepção. Entre 2019 e 2023, o setor de luxo teve um crescimento estrondoso, com taxa de crescimento anual de 5%.  

A demanda sem precedentes por bolsas, relógios, joias e demais itens de moda de alto padrão foi acompanhada por uma vasta oferta que fez as marcas de luxo superaram os mercados globais e alcançarem recordes de lucratividade nesse período. 

O destaque vai especialmente para as quatro principais empresas do segmento: LVMH, Hermès, Richemont e Kering, que conseguiram atingir a fórmula “mágica” de aumentar o poder de precificação e manter a demanda forte pelos produtos, ao mesmo tempo. 

Para se ter uma noção, as altas dos preços foram responsáveis por mais de 80% do crescimento durante este período. Esse movimento foi possível porque o poder de compra dos clientes aumentou, o que beneficiou também as marcas de “luxo acessível”. 

No final, o resultado foi o que toda empresa sonha: receitas melhores e margens mais altas. 

Mas, depois de tanta bonança, o jogo virou

Leia Também

Em 2024, os estudos já mostravam uma desaceleração significativa no mercado de luxo, impulsionada principalmente pela crise na China. O Seu Dinheiro fez uma reportagem aprofundada sobre o assunto aqui. 

Um relatório recente do Business of Fashion (BoF) em parceria com a consultoria McKinsey & Company, entitulado “The State of Fashion: Luxury”, aponta que a tendência para os próximos três anos é que o setor global de luxo cresça entre 2 e 4% por ano — uma cifra levemente melhor que a de 2024, no qual o crescimento foi aproximadamente 2%. 

Nesse contexto, as categorias que devem puxar o crescimento são a de bens de couro (notadamente, bolsas) e de joalheria.

Os consumidores considerados top spenders — ou seja, aqueles que gastam mais de 70 mil euros por ano com bens de alto padrão — também serão responsáveis por impulsionar entre 65% a 80% do crescimento da indústria até 2027, já que são tipicamente menos afetados pela deterioração do cenário macroeconômico. 

Hoje em dia, esses consumidores representam apenas 2% a 4% da base total de clientes. No entanto, eles respondem por 30% a 40% dos gastos do mercado.

Falando de uma perspectiva geográfica, o segmento deve ver uma mudança de peso, conforme regiões emergentes como Oriente Médio, Índia e Ásia-Pacífico ganham protagonismo. Porém esse crescimento não vai compensar o desaquecimento dos mercados-chave como China e Europa. 

O luxo só é luxo se continuar exclusivo?

Embora o marasmo da economia chinesa seja, sim, um dos fatores que está contribuindo negativamente para as projeções mais pessimistas, não é apenas isso que ameaça o setor de luxo nos últimos tempos. 

O estudo do BoF considera que parte dos problemas que o mercado enfrenta foram “auto-infligidos”. 

Isso porque a expansão do luxo entre 2019 e 2023 foi uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que levou à maior lucratividade das empresas, esse crescimento mexeu com alguns dos princípios mais importantes e clássicos da indústria: a exclusividade, a criatividade e a extrema qualidade do processo de fabricação. 

“À medida que a demanda aumentava, as marcas aumentaram os preços, mas não conseguiram adaptar suficientemente suas estratégias criativas e cadeias de suprimentos para atender aos novos requisitos de escala, enfraquecendo assim sua principal proposta de valor”, escrevem os autores do estudo. 

Além disso, outros fatores também pesam sobre os executivos do mercado:

  • As tarifas de importação nos Estados Unidos, que podem afetar negativamente o setor em até US$ 78 bilhões por ano;
  • O desaquecimento do consumo dos compradores considerados como “aspiracionais” (que gastam entre 3.000 e 10.000 euros na categoria por ano), que são mais afetados pelo cenário macroeconômico global; 
  • A eficiência de custo, com maior controle dos gastos com marketing e equipe, já que as vendas estão menores.

Vale lembrar que o varejo multimarcas também enfrenta dificuldades, devido ao fechamento de lojas de departamento e à baixa rentabilidade do e-commerce de luxo.

No entanto, há espaço para ver o “copo meio cheio”.

Como a recuperação plena do mercado está fora de cogitação provavelmente até o final de 2026, o BoF e a McKinsey acreditam que este é o momento propício para que a indústria repense as estratégias, visando o longo prazo e não soluções rápidas.  

Qual é a saída para o mercado?

Segundo o “The State of Fashion: Luxury”, a solução para as marcas de luxo passa por um processo de tomar riscos, reconstruir conexões com os clientes e investir nas áreas mais críticas do negócio. 

Nesse sentido, os autores propõem que as empresas invistam recursos para criar produtos icônicos que ressoem com o público-alvo e que mantenham os princípios de qualidade e valor do luxo.

A base de clientes está se tornando cada vez mais diversa. Um dos desafios é engajar os mais novos, sem perder os mais velhos — tanto no quesito dos produtos quanto das estratégias de marketing, que devem agradar a ambos públicos. 

As marcas devem continuar a desenvolver “experiências que o dinheiro não consegue comprar”, tanto dentro quanto fora das lojas, visando reter os clientes mais fiéis. Somado a isso, os consumidores têm mostrado interesse crescente em vivências luxuosas, como viagens e práticas de wellness. 

Um ponto de atenção: tais experiências têm que estar alinhadas com os valores da marca, e não simplesmente surfar uma tendência aleatória. Essa proposta se conecta diretamente com a mudança geracional dos consumidores de bens de alto padrão

Aí entra o trade-off: os itens físicos — como os relógios e as bolsas — têm que “compensar” o gasto que o cliente terá, em detrimento de uma viagem, por exemplo. 

Por fim, o estudo ainda aponta a importância de desenvolver novas estratégias de aquisição de clientes e de personalização da jornada de tais clientes, usando dados, tecnologia e inteligência artificial. 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NÃO TEM MAIS PARA NINGUÉM?

Mercado Livre (MELI34) vai aniquilar a concorrência com investimento de R$ 34 bilhões no Brasil? O que será de Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3)?

16 de abril de 2025 - 6:00

Aposta bilionária deve ser usada para dobrar a logística no país e consolidar vantagem sobre concorrentes locais e globais. Como fica o setor de e-commerce como um todo?

BIRKIN NO TOPO

Hermès ultrapassa LVMH e assume a liderança no topo do luxo mundial

15 de abril de 2025 - 13:16

Após um trimestre com resultado decepcionante, a LVMH de Bernard Arnault perde a liderança como marca mais valiosa no luxo global para a rival das bolsas Birkin

2025 COM O 'PÉ ESQUERDO'

Dior nos acuda? LVMH reporta queda nas vendas em quase todos os segmentos no primeiro trimestre de 2025 

14 de abril de 2025 - 15:52

Conglomerado não escapou da crise global do mercado de luxo, mas mantém visão ‘vigilante e confiante’ para o ano

CAPITAIS DO CAPITAL

Brasil fica fora de lista com as cidades mais ricas de 2025; Nova York lidera, confira

14 de abril de 2025 - 12:16

Nova York lidera ranking de metrópoles com mais habitantes milionários publicado pela Henley & Partners e pela New World Wealth; nenhuma cidade da América Latina ou da África aparece no top 50

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Allos (ALOS3) entra na reta final da fusão e aposta em dividendos com data marcada (e no começo do mês) para atrair pequeno investidor

14 de abril de 2025 - 6:00

Em conversa com Seu Dinheiro, a CFO Daniella Guanabara fala sobre os planos da Allos para 2025 e a busca por diversificar receitas — por exemplo, com a empresa de mídia out of home Helloo

GIGANTE GENTIL

Volvo EX90, a inovação sobre rodas que redefine o conceito de luxo

13 de abril de 2025 - 9:45

Novo top de linha da marca sueca eleva a eletrificação, a segurança e o conforto a bordo a outro patamar

SELEÇÃO COM VANTAGEM

Vinho eleito o melhor do mundo em 2024 ganha desconto com parceria entre Concha y Toro e Wine Trader

11 de abril de 2025 - 12:14

Eleito o melhor do mundo pela Wine Spectator, o Don Melchor 2021 está entre os rótulos com preço especial na chegada da vinícola à Wine Trader

MIUCCIA E DONATELLA

“Unione italiana”: Prada vai comprar a Versace por R$ 8,1 bilhões

10 de abril de 2025 - 10:32

Aquisição já estava sendo discutida pelo mercado há meses; movimentação fortalece a empresa de Miuccia Prada frente aos conglomerados de luxo franceses

SLOW TRAVEL PREMIUM

Luxo sobre trilhos: 10 roteiros que redefinem as viagens de trem, da Europa ao Oriente Médio 

10 de abril de 2025 - 8:01

Viagens ferroviárias têm ganhado espaço entre os turistas que querem aproveitar os destinos sem pressa

FORTUNA ON THE ROCKS

Drink mais caro do mundo foi leiloado essa semana. O preço? R$ 242 mil

9 de abril de 2025 - 15:16

Preparado pelo “Maestro” Salvatore Calabrese, coquetel leiloado essa segunda-feira (7) por 37.500 euros celebra os 260 anos da capa de cristais Baccarat

O PREÇO DA SEGURANÇA

Carros blindados estão em alta no Brasil – e os custos também. O que entra na conta?

9 de abril de 2025 - 7:46

Confira o que é importante para circular com carros blindados por aí: custos, cuidados, garantias e uma alternativa para não se preocupar com a desvalorização

TOP QUEDAS DO IBOVESPA

Magazine Luiza (MGLU3) cai mais de 10% após Citi rebaixar a ação para venda — e banco enxerga queda ainda maior pela frente 

8 de abril de 2025 - 14:51

Entre os motivos citados para o rebaixamento, o Citi destaca alta competitividade e preocupação com o cenário macro

FICA COMO ESTÁ

Michael Klein volta atrás em pedido de assembleia e desiste de assumir a presidência do conselho da Casas Bahia (BHIA3)

8 de abril de 2025 - 9:41

O empresário vinha preparando o terreno para voltar à presidência do conselho, mas decidiu dar “um voto de confiança” para a diretoria atual

POR ATÉ R$ 5.590

Cobertura de grife: os 10 bonés mais desejados das marcas de luxo

8 de abril de 2025 - 8:02

Louis Vuitton, Gucci e outras labels abraçam o streetwear e reinterpretam as manifestações de estilo da cultura urbana

DESIGN WEEK

Semana de Design de Milão: 10 dicas de insider para conferir na Fuorisalone

7 de abril de 2025 - 19:02

A diretora criativa Bruna Galliano indica 10 atrações criativas imperdíveis para conferir em Milão durante a programação do Fuorisalone, circuito paralelo à feira de negócios

NO PULSO DE SENNA

Ayrton Senna e Fórmula 1 inspiram novo relógio de R$ 1 milhão da TAG Heuer; veja fotos

5 de abril de 2025 - 8:01

Modelo e campanha foram revelados na Watches and Wonders, evento mais importante da relojoaria suíça

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada

4 de abril de 2025 - 17:01

Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida

AJUSTANDO OS PONTEIROS

Rolex vs. Trump: tarifas de 32% contra a Suíça ameaçam o mercado de relógios de luxo

4 de abril de 2025 - 11:14

Taxas sobre país dos Alpes superam as da União Europeia e as do Reino Unido

REJAUSTANDO A ROTA

Nike vai recuperar o pace? Marca perdeu espaço para Adidas e On, mas pode voltar aos pés dos consumidores 

3 de abril de 2025 - 8:02

Após anos de marasmo, perdendo espaço para concorrentes, empresa americana tenta recuperar influência no mercado focando em um segmento que sempre liderou

FAMA & FORTUNA

As 10 celebridades bilionárias mais ricas de 2025, segundo a Forbes

2 de abril de 2025 - 14:22

Em 2025, publicação listou 18 famosos que concentram um total de US$ 39 bilhões; aqui, detalhamos os 10 mais ricos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar