Uma joia na xícara: experimentamos o café de 30 euros em Tóquio
Variedades premiadas, ambiente hermético e apenas seis lugares; por dentro do Cherry Lab, o pequeno templo dos obcecados por café em Taitō, Tóquio
Tóquio é uma cidade de contrastes e descobertas. Entre seus bairros futuristas e ruas tradicionais, alguns lugares parecem existir em um universo à parte. Foi justamente assim que me senti ao entrar no Cherry Lab Specialty Coffee Roasters, uma minúscula e quase secreta cafeteria escondida em uma travessa da icônica Kappabashi-dori, conhecida como a “rua dos cozinheiros”.
Kappabashi é o paraíso dos chefs e amantes da gastronomia na região especial de Taitō. em Tóquio. Ali, entre vitrines repletas das melhores facas japonesas, panelas de cobre impecáveis e utensílios refinados para confeitaria, uma pequena porta discreta me chamou a atenção. O nome, Cherry Lab, sugeria algo especial. Como apreciadora de café, não resisti.

Ao cruzar a entrada, fui transportada para um ambiente branco, minimalista, hermético, silencioso. Uma mudança de ambiente quase surreal. As máquinas de café, de aço inox reluzente, pareciam verdadeiros supercarros cuidadosamente alinhados. Tudo ali remetia à busca pela perfeição.
O espaço era minúsculo, cabendo no máximo seis pessoas. Atrás do balcão, apenas dois baristas atendiam três clientes. Nos sentamos na chamada “mesa do silêncio”, separada por uma cortina. A sensação é de se entrar em um templo dedicado ao café.
Nas paredes, cartazes anunciavam cafés premiados e ostentavam certificados de excelência. Outros avisos eram, no mínimo, curiosos: fotos são proibidas sem permissão prévia – e, se permitidas, ficam sujeitas a uma taxa de 1.000 ienes (cerca de 6 euros ou 39 reais).
O serviço era preciso, quase uma coreografia entre os moinhos de café e as máquinas super enceradas e brilhantes, coreografadas. Escolhemos nossos cafés e, depois de alguns minutos, chegaram à mesa em recipientes impecáveis, copos de duplo vidro transparentes para que fosse possível apreciar as cores e as texturas, com aromas e texturas que justificavam a fama do lugar.
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Talvez, porém, fique por conta do preço o elemento mais surreal da experiência toda. O valor? 30 euros (cerca de 190 reais) por uma xícara. Para nosso olhar brasileiro que acompanha com assombro o preço do café subir 50% nos últimos 12 meses, o tíquete da bebida no Cherry Lab pode amargar até mesmo paladares dos mais bem treinados. Mas, como tudo no luxo, talvez valha uma pausa para entender o que cada copo translúcido daquele pequeno lugar contém.
O custo da exclusividade
Comparado a cafeterias mais conhecidas de Tóquio, como Koffee Mameya, Blue Bottle e Fuglen, que, apesar de altamente especializadas, ainda operam dentro de um modelo comercial, o Cherry Lab se destaca por sua abordagem quase obsessiva ao café. Se as primeiras podem ser comparadas a restaurantes sofisticados, o Cherry Lab é como um restaurante três estrelas Michelin com apenas seis lugares.

Com um espaço tão pequeno e uma operação tão refinada, é difícil imaginar que vendam mais do que 10 a 15 cafés por dia. O espaço é aberto ao público, embora em seu site seja possível – é recomendado – fazer reservas para desfrutar da experiência, com tempo sugerido de 30 minutos.
É no site também que se entende melhor a que a experiência do Cherry Lab se propõe: são rótulos de todo o mundo, da Jamaica ao Iêmen, reunidos por sua exclusividade e reconhecimento. Os valores, mais em conta que na loja física, partem de 2.610 ienes, ou 102 reais (Colombia Huila Supremo Miranda Beans, 200g) e chegam a impressionantes 32. 790 ienes, ou 1.284 reais (Panama Finca Lerida Geisha Beans, 200g).
Há inclusive variedades brasileiras disponíveis, com uma predileção pelo café mineiro, produzido em locais como Santo Antônio do Amparo ou Carmo de Minas. Este último, o Brazil Carmo Estate Mundo Novo Beans, o único do país em estoque, sai por 2.840 ienes, ou 111 reais (200g), e 5.120 ienes, ou 200 reais (400g).
No local, o faturamento diário apenas com café gira em torno de 300 a 450 euros. Mas manter um negócio assim em Tóquio não é barato. O custo de aluguel, energia, equipamentos de última geração, grãos de altíssima qualidade e baristas meticulosamente treinados fazem parte da equação.
Acima de tudo, há o valor atribuído da experiência, imensurável, mas, ainda assim, incluso na conta – um luxo acessível apenas para quem busca mais do que o coado de todo dia.
Cherry Lab — Specialty Coffee Roasters
23-9, 1F, 2 Nishiasakusa, Taito, Tóquio
Reservas em: https://cherrylab.coffee/
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