WEG (WEGE3), Minerva (BEEF3) e mais: qual será o impacto da tarifa de 50% nas empresas e setores que não conseguiram isenção
Enquanto aviação e celulose comemoram isenções, produtos agrícolas chave e bens industriais enfrentam os impactos das tarifas de 50%

Os Estados Unidos confirmaram na quarta-feira (30) a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre as importações brasileiras. Com isso, a taxa total chega a 50%, com efeito em sete dias.
Entretanto, no mesmo dia, o governo dos EUA surpreendeu ao divulgar uma longa lista de isenções para certas categorias de produtos. Ao todo, 694 produtos ficaram livres das tarifas de 50%.
Alguns dos setores mais beneficiados foram os de aviação civil — com destaque para a Embraer (EMBR3), que disparou no final do pregão de ontem e segue em alta hoje (31) — e o de celulose de madeira, para alívio da Suzano (SUZB3).
Contudo, diversos setores exportadores cruciais, como o de carnes e produtos agrícolas, enfrentarão o peso total desses aumentos tarifários. Em relatório, o BTG Pactual analisou o que esperar das empresas mais impactadas.
- LEIA TAMBÉM: O dinheiro que trabalha para você! Veja como receber uma carteira para buscar geração de renda passiva, de forma prática e gratuíta
Setor de bens industriais: o caso WEG
No setor de bens industriais, a WEG (WEGE3) é a principal prejudicada, na análise do banco. Desde o anúncio das tarifas de importação no início de julho, as ações já caíram 8%.
Ontem, depois do anúncio das isenções, o mercado parece ter entendido que os equipamentos industriais da WEG eram elegíveis às isenções, e as ações subiram no final do pregão, junto com as da Embraer (EMBR3) — que está, de fato, isenta.
Leia Também
Entretanto, na leitura do BTG, os produtos da WEG seguem tarifados.
Com isso, o impacto nas vendas deve causar uma redução de aproximadamente 12% no Ebitda da WEG. Essa quantificação do impacto financeiro leva em consideração os custos adicionais das tarifas para a companhia. O banco calculou um impacto no VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 1,1 bilhão no primeiro ano e R$ 1,3 bilhão no segundo ano.
“A WEG está sob pressão significativa devido à não isenção das tarifas dos EUA, o que se traduz em um impacto financeiro direto e na desvalorização de suas ações, somando-se aos riscos já existentes no setor industrial”, diz o relatório.
Agronegócio prejudicado em várias áreas
Carne Bovina: Minerva (BEEF3)
A carne bovina está entre as commodities importantes que não receberam isenção. Segundo o BTG, a decisão surpreendeu devido à relevância do produto para o mercado consumidor norte-americano.
Os EUA se tornaram o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina fresca no último ano. O volume cresceu de quase zero para 230 mil toneladas em 2024. No acumulado até junho de 2025, chega a 278 mil toneladas, o equivalente a 10% do total exportado.
Com a tarifa total em 50% e uma taxa de importação já existente de 26% para volumes acima de 65 mil toneladas por ano, vender carne bovina para os EUA se torna economicamente inviável nos preços atuais, segundo o banco.
Embora os EUA importem principalmente cortes de menor valor, as empresas brasileiras devem redirecionar parte das vendas para mercados com preços mais baixos. O BTG avalia que isso deve pressionar os preços médios obtidos pelas exportadoras. Ao mesmo tempo, os EUA devem enfrentar um efeito inflacionário nos preços domésticos.
A Minerva (BEEF3) aparece como a empresa mais exposta dentro do acompanhamento do BTG, com cerca de 5% da receita vinda das exportações para os EUA. Os analistas esperam que a empresa redirecione volumes para outros países da América do Sul.
Além disso, os preços do gado já caem no Brasil em resposta ao tarifaço, o que indica que os pecuaristas optaram por absorver parte do prejuízo, reduzindo o impacto para as empresas.
Açúcar Orgânico: Jalles Machado (JALL3)
O açúcar orgânico também permanece sujeito às tarifas. O BTG avalia a Jalles Machado (JALL3) como a empresa mais impactada. Cerca de 50% das exportações de açúcar da companhia vão para os EUA, representando 5% das receitas totais.
Em um cenário conservador, no qual a empresa absorve o custo das tarifas sem repassar aos compradores, o impacto pode ser de 3% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2026 e 13% no Ebit (lucro antes de juros e imposto de renda).
Etanol
O etanol brasileiro também enfrentará um aumento tarifário de 12% para 50%. Apesar da elevação significativa, o impacto pode ser menos severo do que em outros setores, segundo a análise do BTG.
Os EUA representam apenas 16% das exportações brasileiras de etanol, ante mais de 60% há cinco anos. Atualmente, a Coreia do Sul lidera como principal destino.
As exportações brasileiras totalizaram 1,8 bilhão de litros em 2024, o que representa uma pequena parcela da produção nacional de 37 bilhões de litros em 2024/2025. O relatório do BTG aponta que, como as importações de etanol pelos EUA estão ligadas a mandatos de mistura, a demanda deve se manter.
“Se esses mandatos permanecerem inalterados, os consumidores dos EUA acabarão arcando com o custo das tarifas mais altas por meio do etanol misturado à gasolina doméstica”, diz o relatório. O banco não apontou nenhuma empresa como particularmente prejudicada.
Café: Camil (CAML3)
O café brasileiro, commodity essencial para os EUA, também não recebeu isenção.
Os EUA são o maior destino do café brasileiro, com 16% das exportações nos últimos doze meses. Parte desse volume deve ser redirecionado ao mercado interno, o que pode derrubar os preços locais devido ao aumento da oferta.
Essa situação — embora positiva para os consumidores — seria negativa para a Camil (CAML3), distribuidora de café. No entanto, os analistas não esperam um impacto significativo nas margens do segmento, o que limita possíveis perdas nos lucros.
Por outro lado, os EUA podem enfrentar pressões inflacionárias nos preços domésticos do café.
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais
Boeing é alvo de multa de US$ 3,1 milhões nos EUA por porta ejetada de 737-Max durante voo
Administração Federal de Aviação dos EUA também apontou que a fabricante apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e de qualidade exigido pela agência
Petrobras (PETR4) passa a integrar o consórcio formado pela Shell, Galp e ANP-STP após aquisição do bloco 4 em São Tomé e Príncipe
Desde fevereiro de 2024, a estatal atua no país, quando adquiriu a participação nos blocos 10 e 13 e no bloco 11
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) lideram as altas da B3 nesta sexta-feira (12), em meio à queda do dólar e curva de juros
As companhias aéreas chegaram a saltar mais de 60% nesta semana, impulsionadas pela forte queda do dólar e da curva de juros
Simplificação do negócio da Raízen é a chave para a valorização das ações RAIZ4, segundo o BB Investimentos
A companhia tem concentrado esforços para reduzir o endividamento, mas a estrutura de capital ficará desequilibrada por um tempo, mesmo com o avanço de outros desinvestimentos, segundo o banco
Nova aposta do Méliuz (CASH3) para turbinar rendimentos com bitcoin (BTC) traz potencial de alta de mais de 90% para as ações, segundo o BTG
Para os analistas do banco, a nova negociação é uma forma de vender a volatilidade da criptomoeda mais valiosa do mundo e gerar rendimento para os acionistas
BTG vê avanço da Brava (BRAV3) na redução da dívida e da alavancagem, mas faz um alerta
Estratégia de hedge e eficiência operacional sustentam otimismo do BTG, mas banco reduz o preço-alvo da ação
Banco do Brasil (BBAS3): está de olho na ação após MP do agronegócio? Veja o que diz a XP sobre o banco
A XP mantém a projeção de que a inadimplência do agro seguirá pressionada, com normalização em níveis piores do que os observados nos últimos anos
Petrobras (PETR4) produz pela primeira vez combustível sustentável de aviação com óleo vegetal
A estatal prevê que a produção comercial do produto deve ter início nos próximos meses
Francesa CMA conclui operação para fechar capital da Santos Brasil (STBP3), por R$ 5,23 bilhões
Com a operação, a companhia deixará o segmento Novo Mercado da B3 e terá o capital fechado
O que a Petrobras (PETR4) vai fazer com os US$ 2 bilhões que captou com venda de títulos no exterior
Com mais demanda que o esperado entre os investidores gringos, a Petrobras levantou bilhões de reais com oferta de títulos no exterior; descubra qual será o destino dos recursos
A conexão da Reag, gigante da Faria Lima investigada na Carbono Oculto, com o clube de futebol mais querido dos paulistanos
Reag fez oferta pela SAF do Juventus junto com a Contea Capital; negócio está em fase de ‘due diligence’
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3) e Copasa vão distribuir mais de R$ 500 milhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Ambas as companhias realizarão o pagamento aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio
Méliuz (CASH3) lança nova opção de negociação para turbinar os rendimentos com bitcoin (BTC)
A plataforma de cashback anunciou em março deste ano uma mudança na estratégia de tesouraria para adquirir bitcoins como principal ativo estratégico
Nem tarifas de Trump, nem fusão entre BRF e Marfrig preocupam a JBS (JBSS32), diz CEO
Gilberto Tomazini participou do Agro Summit, do Bradesco BBI, nesta quinta-feira, e explicou por que esses dois fatores não estão entre as maiores preocupações da companhia
Braskem (BRKM5) na corda bamba: BTG diminui preço-alvo ao apontar três riscos no horizonte e um potencial alívio
Excesso de oferta global, disputas acionárias e responsabilidade em Alagoas pressionam a companhia, mas incentivos fiscais podem dar algum fôlego ao lucro