Vale (VALE3) está no caminho certo, mas resultados ainda podem decepcionar. Saiba o que esperar do balanço do 2T25
A mineradora divulgou o relatório operacional, uma espécie de prévia do balanço, e já deu uma ideia do que os investidores devem ver na noite desta quinta-feira (31)

Estar no caminho certo nem sempre é garantia de bons resultados, e a Vale (VALE3) deve provar isso na noite desta quinta-feira (31). Os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 devem vir melhores do que os dos três meses anteriores, mas quando comparados com o mesmo período de 2024, os números devem mostrar que a mineradora ainda tem uma trajetória a percorrer.
De acordo com projeções da Bloomberg, o lucro líquido da Vale entre abril e junho foi de US$ 1,608 bilhão — o que representa uma queda de 42% em base anual, mas um aumento de 15,2% em termos trimestrais.
Receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos e depreciação) também devem vir menores na comparação ano a ano e maiores no trimestre contra trimestre. Confira as estimativas da Bloomberg para a Vale no segundo trimestre:
Em dólares | Variação anual | Variação trimestral | Em reais | Variação anual | Variação trimestral | |
---|---|---|---|---|---|---|
Lucro líquido | 1,608 bilhão | -42% | 15,20% | 8,934 bilhões | -38,80% | 9,30% |
Receita | 8,872 bilhões | -10,60% | 9,30% | 49,296 bilhões | -4,71% | 4,00% |
Ebitda | 3,313 bilhões | -21,60% | 6,40% | 18,407 bilhões | -11,20% | 1,20% |
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Vale vai colher frutos, mas não agora
A produção de minério de ferro da Vale no segundo trimestre superou ligeiramente (2%) as expectativas do BTG Pactual e mostra, na visão do banco, uma recuperação sazonal em relação aos três primeiros meses do ano.
Segundo os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, o movimento coloca a mineradora no caminho certo para cumprir a projeção anual de 325 milhões a 335 milhões de toneladas.
Entre abril e junho, a produção de minério de ferro da Vale somou 83,599 milhões de toneladas métricas (Mt), o que representa uma alta de 3,7% em base anual. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, também houve alta, de 23,6%. Você pode conferir os detalhes do relatório operacional da empresa aqui.
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"Os volumes também aumentaram na comparação anual, principalmente impulsionados pelo desempenho mais forte em Brucutu e S11D. Ainda assim, em linha com a estratégia de otimização de portfólio da Vale — favorecendo produtos de médio teor —, os embarques de minério de ferro caíram 3% em relação ao mesmo período do ano passado", escrevem os analistas do BTG.
O entendimento é de que os preços foram afetados pelo minério de ferro mais baixo e uma menor contribuição das pelotas.
"No geral, embora vejamos o foco da Vale na mistura de produtos — e a despriorização da produção de pelotas — como a decisão certa em um mercado volátil, isso também destaca como as condições de mercado para minérios de alta qualidade permanecem fracas", afirmam Correa e Arazi.
Na mesma linha, os analistas do Citi Alexander Hacking, Gabriel Barra e Stefan Weskott, disseram que os dados de produção e vendas da Vale no segundo trimestre são "sólidos" e reforçam que a mineradora está no "caminho certo".
Para a XP Investimentos, a Vale reportou um desempenho operacional neutro no segundo trimestre, com preços realizados de minério de ferro ligeiramente melhores, compensados por vendas mais fracas de finos e pelotas de minério de ferro.
Diante desse desempenho, a corretora ajustou a previsão de Ebitda para a mineradora para US$ 3,3 bilhões, 1% acima da previsão anterior.
O Itaú BBA, por sua vez, avalia que o segundo trimestre de 2025 da Vale foi marcado pelo acúmulo de estoques e um foco contínuo em produtos de médio teor.
“As vendas totais de minério de ferro ficaram 1% acima de nossas expectativas, mas com uma composição mais fraca devido às menores vendas de pelotas. Os preços dos finos ficaram ligeiramente acima de nossas expectativas, enquanto os preços das pelotas ficaram ligeiramente abaixo”, disse Daniel Sasson.
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O brilho do cobre
Para a equipe de análises do BBA, o destaque no segundo trimestre foi o sólido desempenho de volume na divisão de metais básicos.
“A Vale reportou volumes de vendas de cobre mais altos na comparação anual, o que, juntamente com o aumento das receitas de subprodutos, provavelmente impulsionará os resultados na divisão de cobre para o trimestre”, afirmou.
O BBA avalia estar confortável com a estimativa de Ebitda de US$ 3,2 bilhões no segundo trimestre de 2025.
O Bank of America (BofA), por sua vez, elevou ligeiramente a expectativa do Ebitda da Vale para o segundo trimestre após a divulgação dos dados de produção do período, passando de US$ 3,2 bilhões para US$ 3,3 bilhões.
O volume produzido pela mineradora, segundo o BofA, de 83,6 milhões de toneladas, ficou acima das previsões. O banco ainda destaca o crescimento em relação ao segundo trimestre de 2024, de 3,7%, com volumes mais altos dos sistemas Norte e Sudeste mais do que compensando a menor produção do sistema Sul.
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Comprar ou vender VALE3?
Logo depois da divulgação do relatório operacional do segundo trimestre, os bancos e corretoras revisitaram a recomendação para as ações da Vale — que acumulam ganhos de cerca de 4% tanto no mês como no ano.
O Citi manteve a indicação de compra para Vale, com preço-alvo de US$ 12 para os ADRs negociados na Bolsa de Nova York (Nyse). Já a XP reiterou a recomendação neutra para os papéis da mineradora.
O BTG também se manteve neutro em Vale, com preço-alvo de US$ 11 para 12 meses.
O banco reconhece que as ações da Vale têm apresentado bom desempenho, impulsionadas por notícias positivas, principalmente da China, mas diz que o rali é mais especulativo do que fundamental.
“Dito isso, reconhecemos os desenvolvimentos positivos na microanálise da Vale, como a melhora na entrega da produção/estabilidade do minério de ferro, custos de caixa C1 mais baixos, desenvolvimentos positivos em relação à Samarco e melhorias institucionais. No entanto, optamos por aguardar por maior clareza sobre o ambiente top-down mais amplo antes de realizar quaisquer mudanças significativas”, dizem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o relatório operacional da Vale não trouxe grandes surpresas, mas chama atenção para o contexto desafiador de consumo de aço na China.
“Por outro lado, os números foram sólidos e, ao negociar por 4x Ebitda e 8% de dividend yield, já vemos muito pessimismo embutido nos preços”, disse Hungria, acrescentando que a Vale segue no portfólio da série Vacas Leiteiras da Empiricus.
O Bank of America manteve a recomendação de compra para as ações, em razão da "notável melhoria operacional" e destaca o valuation atraente do papel, de 4,4 vezes a relação entre o valor da empresa e o Ebitda (EV/Ebitda) em 2025. O preço-alvo do ADR é de US$ 11.
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