Tarifas de Trump sobre setor automotivo atingem Tupy (TUPY3) e Iochpe (MYPK3), diz Itaú BBA — mas uma delas pode se salvar
Receitas vinculadas à fabricação no México poderão diminuir se as importações caírem com o novo imposto, mas analistas do banco escolhem favorita e elencam nomes que devem sair ilesos
Dia 2 de abril promete — ainda mais depois que Donald Trump anunciou outra tarifa para entrar em vigor na famigerada data: imposto de 25% sobre carros importados, SUVs e caminhões leves. Um mês depois, as importações de autopeças também ficarão mais caras.
Segundo o Itaú BBA, Iochpe (MYPK3) e Tupy (TUPY3) podem ser os nomes mais impactados com as tarifas, considerando que 30% e 42%, respectivamente, de suas receitas vêm da América do Norte, de produtos amplamente fabricados no México.
- VEJA MAIS: Especialistas revelam os ativos mais promissores do mercado para investir ainda hoje; confira
A expectativa dos analistas é de que a medida determine um aumento potencial nos custos dos carros, entre US$ 3.500 e US$ 12.000. A diferença não deverá ser absorvida completamente pelas empresas, que tendem a repassar os valores aos clientes finais.
Levando em consideração que o preço médio de um carro nos Estados Unidos é de US$ 50.000, é esperado um impacto negativo nas vendas. Logo, o resultado mais provável é um menor volume de carros fluindo do México para os EUA.
O relatório afirma que cerca de 50% dos 16 milhões de veículos vendidos anualmente nos EUA são importados. O México corresponde a 16% desse total, seguido por 9% da Coreia do Sul, 8% do Japão e 7% do Canadá.
- LEIA TAMBÉM: Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
Embora a retórica de Trump contra o México e o Canadá venha sendo incisiva, os analistas do BBA acreditam que ambos os países possam conseguir concessões no que diz respeito a essa tributação.
Leia Também
“Veículos importados do México e do Canadá podem estar sujeitos a tarifas apenas sobre peças classificadas como ‘não EUA’, pois o processo de fabricação do veículo pode começar nos EUA e ser concluído no México”, diz o relatório.
Como ficam Iochpe e Tupy?
A primeira consideração que os analistas fazem é da possibilidade de Trump voltar atrás.
“Dado o vai e vem que tem sido visto sobre este assunto em particular, acreditamos que os investidores devem ver as notícias com algum ceticismo”, diz o documento.
Caso se concretize, Iochpe e Tupy devem tentar repassar pelo menos uma parte dos impostos mais altos aos consumidores americanos, diminuindo a demanda, o volume vendido e, consequentemente, as receitas. Esta é a hipótese mais negativa.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
O relatório também traz uma visão de copo meio cheio, com três considerações mais positivas:
- Os carros fabricados no México (16% das vendas totais nos EUA) podem se tornar mais competitivos em comparação aos carros importados de outras regiões (aproximadamente 20% das vendas totais);
- Pode haver uma mudança na produção de veículos do México para os EUA, resultando na Iochpe e na Tupy exportando seus produtos do México ou de outras regiões para os EUA; e
- Ambas as empresas fabricam peças usadas em veículos pesados, que não foram incluídas nas novas tarifas.
Iochpe é a preferida
Independentemente da confirmação ou revogação do imposto, o BBA destaca que a Iochpe tem uma boa tese neste momento, considerando “a tendência de desalavancagem contínua e valuation comprimido (preço/lucro de 4x para 2025)”.
No mais, outros nomes como Randon, Fras-le e Marcopolo são citados como “virtualmente não afetados pelas tarifas”, devido à exposição geográfica e os produtos que vendem.
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
