Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
A trama envolvendo o empresário Nelson Tanure e o Pão de Açúcar (PCAR3) acaba de ganhar um novo capítulo — agora, com o potencial de virar de cabeça para baixo o alto escalão do GPA.
A varejista afirmou que convocará uma assembleia geral extraordinária (AGE) após um dos acionistas minoritários, o Saint German FIM, fundo da Trustee DTVM controlado por Tanure, solicitar a reunião.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a gestora quer propor mudanças no conselho de administração da gigante do varejo alimentar em busca de uma “maior eficiência e redução de custos”.
“Esperamos contribuir com o Grupo Pão de Açúcar da mesma forma que temos feito em outras companhias. A acolhida por parte dos demais acionistas foi das mais encorajadoras desde o primeiro momento e não temos dúvida de que há muito a realizar e a conquistar nos próximos anos”, disse Tanure, em nota enviada ao Seu Dinheiro.
Vale lembrar que Tanure é conhecido por desempenhar uma gestão ativa nas companhias nas quais é acionista.
Em seu rol de participações, figuram desde casos de sucesso empresarial como o turnaround na Prio (PRIO3), como também questões mais controversas, como a disputa societária na Gafisa (GFSA3) e uma suposta posição relevante na Ambipar (AMBP3).
Leia Também
O fundo da Trustee atualmente detém mais de 3% do capital social do Pão de Açúcar. De acordo com a Exame, se considerada a posição em derivativos e a participação de 5,7% em ações, a Trustee possui em torno de 10% da empresa.
As ações do Pão de Açúcar operam em forte alta no pregão desta segunda-feira (31). Os papéis fecharam o dia com alta de 13,6%, liderando a ponta positiva do Ibovespa, a R$ 3,09. No acumulado do ano, a valorização chega a 19%.
As propostas do fundo ligado a Tanure para o Pão de Açúcar (PCAR3)
Uma das propostas da Trustee é a destituição integral do atual corpo administrativo do Pão de Açúcar (PCAR3) para a eleição de novos membros.
A gestora também quer discutir a reestruturação do colegiado, fixando em nove cadeiras o número de conselheiros — a mesma quantidade atualmente em vigor — para um novo mandato unificado de dois anos.
Hoje, o estatuto do Pão de Açúcar determina que o conselho seja composto por no mínimo três conselheiros e possa atingir, no máximo, 12 membros.
Para a eleição do conselho de administração, o fundo da Trustee também propõe que seja realizada pelo sistema de chapas. A proposta da gestora é a seguinte:
- Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira (Presidente)
- Cristophe José Hidalgo (Vice-Presidente)
- Marcelo Pimentel
- Helene Esther Bitton (membro independente)
- Rodrigo Tostes Solon de Pontes (membro independente)
- Pedro de Moraes Borba (membro independente)
- Líbano Miranda Barroso (membro independente)
- Eliana Ambrósio Chimenti (membro independente)
- Sebastián Dario Los (membro independente)
Nos termos da proposta, o novo conselho terá dois representantes indicados por Nelson Tanure: Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes.
Assim, apenas três membros seriam mantidos no conselho da varejista. Um deles é o atual CEO do GPA, Marcelo Pimentel.
Os outros dois são acionistas de referência do Pão de Açúcar. A proposta prevê que Ronaldo Iabrudi seria indicado ao cargo de presidente do conselho (chairman). Enquanto isso, Cristophe Hidalgo ocuparia a posição de vice-presidente do colegiado.
"Nelson Tanure acredita que a maximização do valor e do retorno aos acionistas deve ser o objetivo central. E vislumbra imenso potencial nesta direção", disse a assessoria, em nota.
O Pão de Açúcar confirmou que convocará a AGE “dentro do prazo legal”.
Por trás da proposta
De acordo com a carta enviada à administração do GPA, o fundo da Trustee não pretende “alterar substancialmente o direcionamento geral dos negócios sociais”.
Porém, o Saint German avalia que o foco da varejista deveria ser a geração de valor e retorno aos acionistas e hoje “há um considerável potencial para essa maximização”, especialmente por meio de práticas focadas na eficiência e redução de custos.
Tanure afirma que a nova estratégia deve operar em três níveis:
- Redução do nível de endividamento;
- Avaliação de riscos, com redução de potenciais contingências legais, fiscais e trabalhistas;
- Redução de custos e despesas e garantir a qualidade do atendimento e serviços aos clientes.
Segundo o fundo controlado pelo empresário, a sustentabilidade financeira da varejista “depende diretamente da sua capacidade de gerenciar e reduzir suas obrigações financeiras”.
É por isso que a redução significativa no nível geral de endividamento atual do Pão de Açúcar deveria ser um “objetivo prioritário da administração”, para não comprometer a liquidez e a capacidade do GPA de investir em oportunidades de crescimento, segundo a Trustee.
No fim do quarto trimestre, o Pão de Açúcar apresentava uma dívida líquida de R$ 1,3 bilhão, com uma alavancagem de 1,6 vez.
Uma das estratégias propostas pela gestora ligada a Nelson Tanure para reduzir ainda mais esse patamar é a venda de ativos “não essenciais”, além da reavaliação e priorização dos investimentos e otimização do capital de giro.
“O foco em um balanço sólido permitirá que a companhia tenha mais flexibilidade em suas operações e uma maior capacidade de crescimento”, avaliou a gestora.
*Com informações do Pipeline e da Exame Insight.
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
Black Friday 99Pay e PicPay: R$ 70 milhões em recompensas, até 250% do CDI e descontos de até 60%; veja quem entrega mais vantagens ao consumidor
Apps oferecem recompensas, viagens com cashback, cupons de até R$ 8 mil e descontos de 60% na temporada de descontos
Uma pechincha na bolsa? Bradesco BBI reitera compra de small cap e calcula ganho de 167%
O banco reiterou recomendação de compra para a companhia, que atua no segmento de logística, e definiu preço-alvo de R$ 15,00
Embraer (EMBJ3) recebe R$ 1 bilhão do BNDES para aumentar exportações de jatos comerciais
Financiamento fortalece a expansão da fabricante, que prevê aumento nas entregas e vive fase de demanda recorde
Raízen (RAIZ4): membros do conselho renunciam no meio do mandato; vagas serão ocupadas por indicados de Shell e Cosan
Um dos membros já havia deixado cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan
A hora da Localiza (RENT3) chegou? O que levou mais esse banco a retomar o otimismo com as ações
Depois de o Itaú BBA ter melhorado projeções para a locadora de veículos, agora é a vez de o BTG Pactual reavaliar o desempenho da companhia
Executivos da empresa que Master usou para captar R$ 12,2 bilhões do BRB também foram sócios em fintech suspensa do Pix após ataque hacker, diz PF
Nenhum dos dois executivos da Tirreno, empresa de fachada usada pelo Master, estavam na Nuoro quanto esta foi suspeita de receber dinheiro desviado de golpe bilionário do Pix
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer
Mais um adeus à B3: Controladora da Neoenergia (NEOE3) lança OPA para comprar ações e retirar empresa da bolsa
A espanhola Iberdrola Energia ofereceu um prêmio de 8% para o preço dos papéis da Neoenergia; confira o que acontece agora
Banco Master: Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3) dizem não ter exposição ao banco, após questionamentos da CVM
A Light — em recuperação judicial — afirmou que não mantém qualquer relação comercial, operação financeira ou aplicação ligada ao Banco Master ou a instituições associadas ao conglomerado.
Hapvida (HAPV3) revive pesadelo do passado… só que pior: além do balanço, o que realmente está por trás da queda de 42% em um dia?
Não é a primeira vez que as ações da Hapvida são dilaceradas na bolsa logo após um balanço. Mas agora o penhasco foi maior — e tem muito mais nisso do que “só” os números do terceiro trimestre
Sem esclarecer irregularidades, Banco Master diz não ser responsável por R$ 12,2 bilhões repassados ao BRB
Segundo o Master, a empresa que deu origem ao crédito foi a responsável pela operação e pelo fornecimento da documentação com irregularidades
Após privatização e forte alta, Axia Energia (AXIA3), Ex-Eletrobras, ainda tem espaço para avançar, diz Safra
O banco Safra reforçou a recomendação outperform (equivalente a compra) para a Axia Energia após atualizar seus modelos com os resultados recentes, a nova política de dividendos e premissas revisadas para preços de energia. O banco fixou preço-alvo de R$ 71,40 para AXIA3 e R$ 77,60 para AXIA6, o que indica retorno potencial de 17% […]
