PDG (PDGR3) diz ter recebido proposta de aquisição não solicitada, mas alega ainda não ter conseguido contato com a suposta proponente
Negociada a 1 centavo desde setembro do ano passado, ação da construtora chegou a dobrar de valor após divulgação da proposta, o que não quer dizer muita coisa quando se trata de uma penny stock
Desde que passaram a ser negociadas pelo valor de 1 centavo na bolsa brasileira em setembro do ano passado, as ações da construtora PDG Realty (PDGR3) pouco se mexeram e não reagiram sequer a anúncios recentes feitos pela companhia, como a proposta de grupamento dos papéis e as mudanças na liderança.
Não foi muito diferente nesta semana, quando a companhia anunciou, em fato relevante divulgado ao mercado na última quarta-feira (19), ter recebido uma proposta de aquisição — não vinculante e também não solicitada — pela totalidade das suas ações.
O autor da proposta, segundo a PDG, foi a Sun Hung Kai Properties Limited (SHKP), uma das maiores desenvolvedoras imobiliárias de Hong Kong.
No fato relevante, a PDG esclareceu, entretanto, que “não houve qualquer contato entre a administração da companhia e o remetente da proposta” até o momento da publicação do documento.
Logo após o anúncio, o preço do papel PDGR3 na B3 subiu de R$ 0,01 para R$ 0,02, o que representa uma valorização de 100%, mas não quer dizer muita coisa quando se trata de uma penny stock (ação negociada na casa dos centavos), uma vez que a volatilidade desse tipo de ativo costuma ser enorme a qualquer mínima oscilação.
Além disso, desde que passou a ser negociada a 1 centavo, a ação da PDG chegou a dobrar de valor e cair de volta para 1 centavo outras vezes, sem motivo aparente.
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Nesta sexta-feira (21), a história da proposta de compra não solicitada ganhou mais um capítulo, com a divulgação ao mercado de novo fato relevante pela companhia, esclarecendo que segue investigando a origem da proposta.
Isso porque, mais cedo, o site Monitor do Mercado publicou uma reportagem alegando que a proposta anunciada pela PDG na última quarta é falsa. Segundo a matéria, a SHKP negou, em nota à reportagem, ter enviado qualquer proposta de aquisição à incorporadora brasileira.
Segundo o fato relevante desta sexta, após o recebimento da proposta, a PDG manteve contato preliminar com seu remetente, mas sem informações adicionais até o momento.
“Nesta manhã, a companhia tomou conhecimento de notícia informando comunicação emitida pela Sun Hung Kai Properties Limited a veículo da mídia, negando o envio de qualquer proposta à Companhia”, diz o documento, referindo-se à matéria do Monitor do Mercado.
“Nesse contexto, à luz da atualização das informações, a companhia reforça que está apurando a origem do expediente recebido, bem como o teor das notícias veiculadas para, se for o caso, buscar todas as medidas legais para sua proteção”, continuou a incorporadora.
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Os detalhes da proposta pela PDG
No fato relevante de quarta-feira, a PDG divulgou a íntegra da proposta supostamente feita pela SHKP. De acordo com o documento, a oferta da desenvolvedora de Hong Kong avaliou a PDG Realty em US$ 29,6 milhões, o equivalente a US$ 0,0170 por ação, o que corresponde a quase R$ 0,10 — uma alta de 900% frente ao preço de 1 centavo inicial
Segundo comunicado da SHKP, a proposta foi elaborada após uma análise detalhada das finanças e do portfólio imobiliário da companhia brasileira.
“Após uma avaliação preliminar dos documentos disponíveis através dos canais oficiais, bem como uma análise detalhada das informações financeiras e do portfólio imobiliário — com especial atenção ao land bank do estado de São Paulo — concluímos que a PDG Realty ainda possui bons ativos em seu balanço patrimonial e um potencial considerável para futuros lançamentos. Mesmo que a empresa esteja passando por um momento difícil, entendemos que o pior já ficou para trás, e os ativos atuais, aliados à marca reconhecida e à capacidade de execução, estão em sinergia com o atual momento da SHKP Global”, diz a proposta anexada ao fato relevante do dia 19, no qual a empresa de Hong Kong diz também estar engajada em forte campanha de internacionalização com foco na reestruturação de empresas em dificuldades.
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PDG Realty enfrenta crise na bolsa e nas finanças
A PDG Realty, que já foi uma das maiores incorporadoras do Brasil, tem lutado para deixar de ser penny stock.
Em 2024, as ações PDGR3 acumularam queda de 97,78% e viraram pó na B3. Atualmente, a incorporadora brasileira vale aproximadamente R$ 17,43 milhões na bolsa.
A desvalorização das ações acontece em meio a um processo de reestruturação de dívida, com queima de caixa e aumento de capital. Vale lembrar que, três anos atrás, a PDG havia saiu uma recuperação judicial com uma dívida de mais de R$ 5 bilhões.
No final do mês passado, a empresa anunciou que não irá renovar o contrato do CEO e diretor de relações com investidores, Augusto Alves dos Reis Neto. Em seu lugar, Maurício Tiso de Souza assumirá a presidência e a diretoria de relações com investidores da PDG.
A notícia veio dois dias após a aprovação de um novo grupamento de ações pelos acionistas. Pela proposta, 125 ações da PDG Realty serão convertidas em uma única ação.
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