IOF para investir no exterior ainda vai subir, só em menor intensidade; mas, para Avenue, brasileiros vão investir ainda mais lá fora
Fazenda disse que remessas de recursos ao exterior para investimento continuariam sujeitas à alíquota vigente, mas na prática aumentou o tributo sobre essas operações

Os aumentos nas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciados ontem (22) pelo governo federal a princípio encareceram os investimentos no exterior ao impor uma alíquota de 3,50% sobre as remessas para fora do Brasil pelas pessoas físicas com esse objetivo e também sobre o investimento em fundos no exterior.
Mas, como as medidas pegaram mal no mercado, que as encarou como uma tentativa do governo de desestimular a compra de moeda estrangeira e investimento no exterior pelos brasileiros, o Ministério da Fazenda voltou atrás.
Ainda na noite de ontem, em uma postagem na rede social X (ex-Twitter), a pasta anunciou que manteria zerado o IOF sobre investimentos em fundos no exterior. Sobre as remessas de pessoas físicas para investir lá fora, a pasta disse que "continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1%, sem alterações."
- E MAIS: Duas ações para “apimentar” a carteira que podem “surfar” o fim das altas da Selic
Acontece que a alíquota de IOF sobre remessas ao exterior para investimento antes do anúncio das medidas não era de 1,10%, e sim de 0,38%. Então o que ocorre, na prática, é um aumento menor em intensidade, mas ainda assim um aumento. Ao menos essa tem sido a interpretação do mercado.
O texto do decreto número 12.467, publicado nesta sexta-feira para trazer essas duas alterações, de fato estabelece nominalmente a alíquota de 1,10% para as remessas ao exterior com o objetivo de investimento.
A Avenue, principal corretora brasileira de investimentos no exterior, diz que já atualizou no seu aplicativo a informação de que o IOF para investimentos agora é de 1,10%.
Leia Também
Em nota, a Nomad, empresa que oferece conta em dólar e conta investimentos no exterior, chegou a dizer que "em virtude do aumento na alíquota de IOF, os encargos da Nomad passam a seguir as medidas impostas pelo governo: o IOF de compra de moeda para conta corrente de Pessoa Física passa de 1,1% para 3,5%; e o IOF para operações de câmbio para investimentos de Pessoa Física passa de 0,38% para 1,1%."
O impacto do aumento do IOF para as corretoras de investimentos no exterior
O impacto das mudanças no IOF sobre as corretoras focadas em investimento no exterior será menor do que para as instituições que oferecem contas digitais em moeda estrangeira, também conhecidas como contas Banking. Mas muitas das instituições financeiras que oferecem um produto também oferecem o outro, como é o caso da Avenue e da Nomad.
Do ponto de vista dos produtos para levar moeda estrangeira para o exterior, a expectativa é de que haja, a partir de agora, uma competição mais acirrada nas taxas de spread de câmbio, taxas de serviços e benefícios, uma vez que agora o IOF para as contas digitais internacionais, a compra de papel-moeda, os cartões de crédito e os pré-pagos é o mesmo, de 3,50%.
A partir de agora, o custo do câmbio, as taxas praticadas e as funcionalidades ofertadas, bem como o objetivo do viajante se tornam mais importantes na hora de decidir pela forma de levar dinheiro para o exterior. Você pode ler mais sobre isso nas duas matérias a seguir:
- Com IOF mais alto, conta em dólar e moeda em espécie perdem vantagem ante cartão de crédito internacional e pré-pago
- Como a mudança no IOF vai afetar as suas viagens para fora do Brasil
No caso das contas para investimento, o impacto é menor. Consultada, a Avenue disse que ainda não havia definido se faria algum tipo de mudança nos seus custos e serviços para além de incorporar o aumento do IOF nas transações dos clientes. Já a Nomad esclareceu que "seguirá adotando taxas operacionais de a partir de 1% e câmbio comercial".
A Wise, que no Brasil apenas oferece conta multimoedas, sem função de investimento, disse que atualizou suas tarifas para refletir a mudança no IOF e que não há alterações no seu serviço.
Mudança pode incentivar investimento no exterior, em vez de desestimular
Para José Maria, coordenador de alocação e inteligência da Avenue, o aumento do IOF nas operações de câmbio não deve desestimular o brasileiro a mandar seu dinheiro para o exterior, pelo contrário.
"Do ponto de vista das empresas de investimento, o momento atual pode ser até benéfico. Se uma canetada do governo provoca alterações desta magnitude e sinalizam restrições à saída de capital do país, isso pode até aumentar a urgência do brasileiro em investir lá fora para proteger seu patrimônio", diz José Maria.
Ele lembra que a América Latina tem histórico negativo com medidas desta natureza, e que o brasileiro pode acabar entendendo que o aumento do IOF para operações de câmbio aumenta o risco-país, pois é um sinal de que deve diversificar seus investimentos para além do Brasil e se expor mais a moedas fortes.
"Se o governo pode subir o IOF até 25% por meio de decreto, quem garante que não pode subir mais futuramente?", completa o executivo da Avenue.
- LEIA TAMBÉM: Renda fixa isenta de Imposto de Renda? Estes 9 títulos de crédito privado incentivado podem gerar retornos de até IPCA + 8,9%; veja aqui
Ele diz inclusive que a corretora está preparada para receber um fluxo maior de recursos nas suas contas de investimento, como já costuma acontecer em momentos de maior volatilidade do mercado, sobretudo do câmbio. "O investidor pode inclusive querer aproveitar que o governo voltou atrás na mudança do IOF para investimentos", diz.
A Nomad tem visão semelhante. Em nota, a empresa disse que "movimentos de aumento do IOF reforçam a visão da Nomad, de que os brasileiros deveriam ter parte de seus patrimônios no exterior, investindo em ativos internacionais e moeda forte. Investir no exterior não é torcer contra o Brasil, e sim uma forma de diversificar para se proteger e preparar para possíveis cenários desafiadores."
Ataque hacker: como a Polícia conseguiu prender o suspeito de facilitar o ‘roubo do século’ na C&M?
Para descobrir os responsáveis, as autoridades recorreram a imagens registradas pelas câmeras internas da C&M; entenda o que aconteceu
Gafisa (GFSA3) lança follow-on de até R$ 107 milhões para engordar caixa — com direito a “presente” aos acionistas que participarem da oferta
Considerando apenas a distribuição do lote inicial, a companhia pode captar pelo menos R$ 26,9 milhões com a oferta. Veja os detalhes da operação
Eletrobras (ELET3): UBS aumenta preço-alvo e vê dividendos altos no longo prazo
Privatização resolveu disputas políticas e otimizou o balanço da Eletrobras, segundo o banco, tornando os papéis um investimento de risco-retorno mais atrativo
Musk bate o pé e Tesla paga a conta: ação cai forte com intenção do bilionário de criar novo partido político nos EUA
No sábado, o bilionário anunciou que pretende criar o Partido América com foco nas eleições de meio de mandato nos EUA
Nelson Tanure pede aval do Cade para abocanhar o controle da Braskem (BRKM5) — e não quer saber de tag along ou OPA
Tanure formalizou pedido ao Cade para obter a autorização necessária e seguir com a transação junto à NSP Investimentos, holding que detém a participação da Novonor na petroquímica
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
Em evento do BNDES, Fred Trajano afirmou que o Magalu tinha projeções de faturar R$ 70 bilhões em 2025
Consignado privado: Banco do Brasil (BBAS3) supera a marca de R$ 4,5 bi em contratações na modalidade de crédito para o trabalhador
O programa tem como público-alvo os trabalhadores com carteira assinada da iniciativa privada, com juros mais baixos
Prio (PRIO3) não empolga com dados de produção, mas mercado está de olho no futuro; saiba quanto às ações podem subir
Licenciamento de Wahoo e incorporação de Peregrino são gatilhos no curto prazo — mas a hora de comprar é agora
Decisão de corte internacional pode ampliar o número de processos judiciais ligados à crise climática, inclusive contra empresas
Em 2024, foram judicializados 226 casos relacionados à mudança do clima no mundo, sendo 20% contra empresas, segundo estudo da London School of Economics
Nvidia (NVDC34) já é a empresa mais valiosa de todos os tempos; agora a queridinha das IAs está próxima de atingir outra marca histórica
Devido ao feriado de Dia da Independência dos EUA, o mercado terá de esperar até a próxima segunda-feira (7) para ver se a fabricante de chips chegará aos US$ 4 trilhões
Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança
Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras
Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil
Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional
CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte
A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro
Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança
Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais
Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel
Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira
Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?
Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira